segunda-feira, 26 de junho de 2017

Calendário de devoções

















Visitando o Brasil, a 5 de outubro de 1906, em Camaragibe (Recife) o Pe. Dehon anota um diálogo com o povo local:
“De tarde passeei pelo campo com o Padre Cura. Os habitantes são simples e gostam de conversar. Nós perguntámos a um homem novo a sua idade, a data do seu nascimento. Respondeu-nos: Nasci no mês de santa Ana.
O povo deste país não tem como nós o respeito exagerado pelos nomes clássicos de Janus, Marte, Júlio César Augusto, etc. O mês de Santa Ana é julho, o mês de São João é junho; o mês das Dores (de Nossa Senhora das Sete Dores) é setembro, o mês das almas é novembro, o mês da Festa é dezembro porque o Natal é a grande festa, a festa por excelência, Março é o mês de São José, Maio é o mês mariano”
(cf. Pe. Leão Dehon, Mil légua na américa do Sul, Brasil, Uruguai, Argentina, 
Editores Pontificais, Paris 1909, página 94)

No seu livro “O ano com o Coração de Jesus, meditações para todos os dias do ano”, Paris 1919, o Pe. Dehon identifica cada mês com uma festa especial desse data.

Janeiro – mês da santa infância
Fevereiro – mês da vida escondida de Nosso Senhor
Março – mês da paixão e de São José
Abril – mês das alegrias pascais e de São João
Maio – mês de Maria e do Espírito Santo
Junho – mês do Coração de Jesus e do Santíssimo Sacramento
Julho – mês do precioso Sangue
Agosto – mês do Coração de Maria
Setembro – mês das Sete Dores de Maria
Outubro – mês do Rosário e de Santa Margarida Maria
Novembro – mês dos mortos e de santa Gertrudes
Dezembro - mês do Advento e do Natal

Ter-se-á inspirado na tradição portuguesa de identificar cada mês com as suas respetivas devoções?

É apenas a vivência espiritual e devocional a marcar o ritmo do tempo!

























Fotos do relógio de prata usado pelo Pe. Dehon, e que ainda hoje funciona, contendo no verso o relevo do Coração de Jesus e no interior o Coração de Maria. 
(cf. museu do Pe. Dehon da Cúria Geral em Roma)




sábado, 24 de junho de 2017

O precursor e o seguidor

Solenidade do Nascimento de João Baptista

João Baptista é o precursor de Cristo para nos lembrar que cada um de nós deve ser seguidor do mesmo Cristo.

Ele foi à frente de Jesus, a preparar o seu caminho, para nos dizer que nós devemos ir atrás de Jesus a seguindo o mesmo caminho.

João Baptista nasceu para ser Precursor de Cristo.
Hoje cada um de nós renasce para ser Seguidor de Cristo.











segunda-feira, 19 de junho de 2017

A outra face


2ª feira - XI semana comum

"Se alguém te bater na face direita, 
oferece-lhe também a esquerda..."

Oferecer a outra face

É mudar a paisagem
É recusar o assunto
É alterar o rumo das coisas




quinta-feira, 15 de junho de 2017

Credo eucarístico


Solenidade do "Corpo de Deus"

Credes em Deus Pai, que pela santa Eucaristia, é louvado e reconhecido no seu Amor?
- Sim, creio.
Credes em Jesus Cristo, que pela Eucaristia, fortalece a sua amizade com cada um de vós e vos une uns aos outros no mesmo amor?
- Sim, creio.
Credes no Espírito Santo que, invocado na celebração da Eucaristia, transforma os dons de Pão e do Vinho, no Corpo e Sangue de Jesus?
- Sim, creio.
Credes na Igreja, que vive da Eucaristia, dela se alimenta e por ela cresce continuamente?
- Sim, creio.
Credes na Ressurreição, prometida a todo aquele que comer do Pão Santo da Eucaristia?
- Sim, creio.
Credes na Vida Eterna que, de certo modo, nos é dada já como penhor, como sinal e garantia, cada vez que celebramos a Santíssima Eucaristia?
- Sim, creio.



terça-feira, 13 de junho de 2017

De Lisboa ou de Pádua

Festa de Santo António

Dos Sermões do Padre António Vieira (Século XVII)
A um português italiano, e a um italiano português celebra hoje a Itália e Portugal. Portugal a Santo António de Lisboa Itália a Santo António de Pádua. De Lisboa porque lhe deu o nascimento; de Pádua porque lhe deu a sepultura.
Santo António foi luz do mundo: Se António não nascera para o Sol, tivera a sepultura onde teve o nascimento; mas como Deus o criou para a luz do mundo, nascer em uma parte e sepultar-se na outra, é obrigação do Sol.
Neste templo e naquele sepulcro se vê dividido António entre Portugal e Itália; nestes dois horizontes tão distantes se vê dividida a luz do mundo entre Pádua e Lisboa. Gloriosa Pádua porque pode dizer aqui jaz: gloriosa Lisboa porque pode dizer aqui nasceu. Mas qual das duas mais gloriosa? Não quero decidir a questão, dividi-la sim. Fiquem as glórias de Santo António de Pádua para a eloquência elegantíssima dos oradores de Itália. E eu que me devo acomodar ao lugar e ao auditório só falarei hoje de Santo António de Lisboa.
Que Santo António foi luz do mundo, porque foi verdadeiro português; e foi verdadeiro português porque foi luz do mundo. Bem pudera Santo António ser luz do mundo sendo de outra nação; mas uma vez que nasceu português, não fora verdadeiro português se não for a luz do mundo porque o ser luz do mundo nos outros homens, é só privilégio da Graça, nos Portugueses é também obrigação da natureza.
E se António era luz do mundo, como não havia de sair da pátria? Saiu como luz do mundo e saiu como português. Sem sair ninguém pode ser grande. Saiu para ser grande, e porque era grande, saiu.
Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer pouca terra; para morrer toda a terra; para nascer Portugal; para morrer, o mundo.
Santo António entrou triunfante no céu no dia de sua morte; mas os sinos de Lisboa não se repicaram milagrosamente, senão no dia de sua canonização; porque não tem Portugal as glórias por glórias, senão quando as vê confirmadas e estabelecidas por Roma.



domingo, 11 de junho de 2017

Spinner da Trindade





















Ano A - Solenidade da Santíssima Trindade

Coloca a tua mão no coração da Trindade e deixa que o Pai e o Filho e o Espírito Santo girem e guiem a tua vida…
O Pai Criador e o Filho Redentor e o Espírito Santificador são um só Deus e Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza.
Contemplando e adorando a verdadeira e sempiterna divindade, adora as três Pessoas distintas, a sua essência única e a sua igual majestade.
Essa contemplação traz calma, paz e serenidade ao corpo e ao espírito.



sábado, 10 de junho de 2017

Ícone da Trindade


















Ano A - Solenidade da Santíssima Trindade

O grande artista Nicolleto Semitecolo representou Deus de modo admirável: Fê-lo com um ícone dedicado à Santíssima Trindade. É uma conexão entre o Pai e Jesus e no envolvimento do Espírito Santo:
- As mãos correspondem-se. Até as mãos do Pai parecem trespassadas. O próprio Pai, em Jesus, se oferece, se envolve. É a paixão de Deus, o sofrimento do Pai.
- Há simetria entre as duas auréolas. Cristo é luz da lua. A auréola de Jesus está relacionada com a luminosidade de Deus.
- Há um contraste entre o manto azul do Pai, o vestido vermelho da realeza e o corpo nu de Jesus. Diz São Paulo: Jesus Cristo, que é de natureza divina, não se considerou como usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens… (Fl 2, 6-7) Esta é a sua glória.
- Jesus está diante do Pai. Está mais abaixo em relação a quem os olha. Dele se pode subir até ao Pai. Ele é o caminho (Jo 14, 1-6). Ninguém conhece o Pai senão o Filho e Aquele a quem ele o queira revelar (Mt 11, 27).
- Os olhos de Jesus são idênticos aos do Pai. Assim Deus, através de Jesus olhou e olha o mundo e a humanidade.
- Os braços de Jesus estão abertos. Seguram-nos o Pai. Nele tornam-se disponíveis. Jesus é a sua ação, a sua intervenção. Nele, Deus entra como ator na história e salva-a por dentro. Mais do que Deus omnipotente deve-se falar de Deus omni-abrangente.
- Jesus tens os sinais da cruz. Assinalam a sua história. Dizem qualquer coisa da sua identidade. O sangue continua a sair. Cristo é a fonte perene de graça (cf. Jo 19, 34). Jesus assume e reassume o sofrimento. Está quase pregado (voluntariamente) à sua disponibilidade. Com os sinais da paixão vive imortal.
- Uma pomba paira entre o rosto do Pai e o de Jesus. É o Espírito Santo. É o respiro dos dois. Relaciona-os. Fá-los encontrarem-se. Procede dos dois. É a intuição, a criatividade, a fantasia de Deus.