segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Já estou me devendo um dinheirão!

No dia mundial da POUPANÇA recordo uma lição da minha avó Carolina como descreveu a sua vizinha e jornalista Lília Mata no seu blog o-rabo-do-gato:

Todos se recordam das contas que a Ti Carolina fazia consigo mesma:
- Eu já 'tou devendo um dinheirão a mim.
Ora, ela ia fazendo as suas poupanças mas chegava a uma altura em que precisava do dinheiro. Ia buscá-lo, talvez a debaixo do colchão ou a algum canto de gaveta. Mas aquilo não lhe esquecia, nem pensar.
Passava a estar devendo dinheiro a si própria e contava o facto, muito séria, como se de algo normalíssimo se tratasse. Quando voltava a "alquidar" o dinheiro pagava-se a si mesma o empréstimo e estava tudo resolvido.
Bons tempos, esses. O dinheiro podia ficar guardado em casa, dentro de uma gaveta, e uma pessoa, mesmo pobre, ainda conseguia poupar alguma coisa.

Viagens de Maria Peregrina






















Para assinalar o Mês de outubro, mês do rosário... acompanhamos a Virgem Maria nas suas incansáveis viagens, para aprendermos a ser peregrinos como ela.

Da Galileia à Judeia
A 1ª viagem começou logo após a anunciação – correu apressadamente para da sua prima Isabel, visitando quem precisa, partilhando a sua dor ou a sua alegria. Ela é a migrante solidária porque a caridade impele-nos.

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes,
mas é preciso sempre amar.

De Nazaré a Belém
A 2ª viagem vai de Nazaré até Belém. Com ela o Verbo faz-se carne, proximidade, ternura, coração. Ela é a cristófora, aquela que para onde vai leva sempre Jesus consigo.

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes,
mas é preciso sempre confiar.

De Belém ao Egipto
A 3ª viagem foi através do deserto a caminho do Egipto como refugiada. Foi a primeira missão Ad Gentes. Ela é uma cidadã do mundo.

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos imigrantes,
mas é preciso sempre lutar.

De Nazaré a Caná
A 4ª viagem levou-a até Caná. Atenta às necessidades dos outros, ajuda a obedecer ao seu filho: fazei tudo o que Ele vos disser. A sua presença é ativa e mobilizadora, move-se e move os outros a agir. Ela é discípula entre os discípulos.

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes,
mas é preciso sempre acreditar.

De Nazaré ao Monte Calvário em Jerusalém
A 5ª viagem foi a subida ao monte Calvário. Participando intimamente na paixão de Jesus. Maria diz-nos que o nosso lugar é junto à cruz de todos os que sofrem, dos pobres, dos doentes, das vítimas do abandono, da miséria, da violência e da injustiça. E a partir daquele momento o discípulo amado levou-a para a sua casa. Ela é companheira de quem parte ou de quem fica.

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes,
mas é preciso sempre caminhar.

Da Terra ao Céu
A 6ª viagem de Maria começa com a sua Assunção. A sua maternidade permanece viva: cuida com amor materno dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam na terra. Ela é cidadã do infinito.

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes,
mas é preciso sempre rezar.

Do Céu à Terra
A 7ª ou a mais recente viagem ocorre sempre que algum filho seu precisa de apoio e misericórdia. Ela aparece, faz-se presente, partilha a sua ajuda sobretudo a quem continua a ser migrante como ela foi nesta terra. Ela é mãe de misericórdia neste vale de lágrimas

Refrão
Maria, Mãe dos caminhantes,
ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos imigrantes,
mas é preciso sempre cantar.

Salve-rainha, 
Mãe misericordiosa,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós brandamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Eia pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro nos mostrai Jesus,
bendito fruto de vosso ventre,
ó clemente,
ó piedosa,
ó doce sempre Virgem Maria.
Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amem.


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Ensinava enquanto caminhava

4ª feira – XXX semana comum

Naquele tempo Jesus dirigia-se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava…

Jesus enquanto caminhava ensinava e enquanto falava caminhava para nos dizer que podemos rezar enquanto trabalhamos e podemos trabalhar enquanto louvamos.

Jesus não deixava de fazer o que tinha a fazer para falar de Deus aos homens para nos dizer que também nós sem deixar de fazer o que estamos a fazer podemos e devemos falar dos homens a Deus.

Ele não se queixava da falta de tempo, mas aproveitava todo o tempo para ensinar.
Assim nós também nós podemos deixar de rezar por falta de tempo.
Não é preciso parar ou adiar… basta rezar enquanto se trabalha, meditar enquanto se está ocupado, pensar em Deus enquanto se fala com os outros…

domingo, 23 de outubro de 2016

Missão ad gentes
















Mensagem do Papa Francisco para o 90º Dia Mundial das Missões: Igreja Missionária, testemunha de misericórdia.
“A missão ad gentes é uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material.”
















Então as Obras de Misericórdia não são 14 (7 corporais e 7 espirituais), mas sim 15 porque ser missionário é uma grande obra de misericórdia.
E se os missionários são obreiros de misericórdia, então os obreiros da misericórdia são autênticos missionários…
É preciso fazer obras de misericórdia nos quatro cantos do mundo.
















No Centro Missionário, nos Açores, a Jornada Mundial das Missões foi assim: poucos, mas bons…
Cada obra missionária é uma obra de misericórdia;
cada obra de misericórdia é uma obra missionária.











quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O rosário em Portugal






















Reza-se o rosário em Portugal há 800 anos

Em 2017 assinala-se os 100 anos das aparições marianas de Fátima, mas também os 800 anos da introdução do rosário em Portugal.
De facto, a devoção do rosário chegou ao nosso país nos fins de 1217. Segundo Frei Luís de Sousa foi Frei Soeiro enviado por São Domingos de Gusmão a Portugal para estabelecer a nova Ordem do Pregadores, chegando nos fins de 1217. Na primavera do ano seguinte já se observava plenamente a regra dominicana. Certamente a recitação do rosário fez parte dessa observância iniciada em 1217.

O primeiro convento de São Domingos fundado por Frei Soeiro Gomes em terras portuguesas foi na serra de Montejunto, perto de Alenquer, com a proteção duma filha de D. Sancho I, a infanta Dona Sancha. Depois, outra filha deste soberano chamou Frei Soeiro para fundar um mosteiro em Coimbra que em 1227 já funcionava plenamente. Com o andar dos tempos outras casas de São Domingos se foram edificando pelo país, tanto para frades como para freiras, o que muito concorreu para a propagação do rosário. (cf. Jornal A Crença, Vila Franca do Campo, Açores, 14 de outubro de 2016. Os azulejos são da Igreja do Rosário da Lagoa.)


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Che bello vescovetto

















11 de outubro de 1908, dia da sagração do Bispo Gabriel Grison, em Roma,
como Vigário Apostólico de Stanley Falls Congo Belga

Che bello vescovetto che abbiamo fatto!

Assim conclui o Pe. Dehon as páginas do seu diário sobre a sagraçãoepiscopal de D. Grison, o primeiro bispo dehoniano, com a expressão carinhosa do Papa Pio X: Que belo bispinho fizemos nós! (NQ 24) De facto D. Gabriel Grison era um homem pequeno (pouco mais de um metro e sessenta), mas um grande sacerdote e um enorme bispo.





















“Outubro 1908
- No dia 1 de outubro, partida para Roma. Atraso dos comboios. Dormida em Dijon.
- No dia 1 dormida em Génova. Estes hotéis têm frequentemente uma situação triste. O barulho faz com que seja quase impossível dormir lá.
No dia 3 chegada a Roma. Alegro-me com a nova Jerusalém, a cidade dos Papas, dos Apóstolos, mártires e santos. Roma fala à alma mais do que outra qualquer cidade do mundo. É a cidade santa. Ela tem mistérios e recordações do Presépio e de Belém em Santa Maria Maior. Em São João é o mistério eucarístico, é o Cenáculo com a mesa da Última Ceia e as ordenações. Em Santa Cruz é o Calvário. Em São Pedro é a glória, é a ressurreição, é o céu. A cúpula é bela como o céu. Os anjos vivem lá. Os santos estão lá glorificados nas suas relíquias e nas suas imagens.
- No dia 7 (4ª feira) bonita audiência do Papa com D. Grison. Pio X mostra-se bom como um pai. Ele fala sobre a missão, o seu progresso, as suas dificuldades, da administração belga, das Irmãs Missionárias a quem estima muito. Ele fala sobre o futuro da Bélgica, da união necessária, especialmente em Liége. Ele oferece a D. Grison uma bela cruz decorada com filigrana e pedras preciosas.
- No dia 11 é a bela festa da sagração de D. Grison na Capela de Santa Helena na casa das Irmãs Franciscanas Missionárias. O Cardeal Gotti faz a sagração, assistido por D. Gilbert e D. Virili. O arcebispo russo Symora está também presente, bem como o ministro da Bélgica, o príncipe Rospigliosi, etc. O eleito promete observar as virtudes cristãs, especialmente a humildade e a paciência. Promete ser clemente e misericordioso para com os pobres, estrangeiros e todos os que sofrem necessidade. O bispo é um juiz da fé: O bispo deve julgar, interpretar, consagrar, ordenar, servir, batizar e confirmar.
O prefácio é soberbo, recorda a consagração de Arão e os poderes do bispo.
A unção é comparada à de David. O báculo é o bastão do pastor.
O anel é um símbolo da força e um sinal de aliança com a Igreja de Deus.
A mitra é um capacete de defesa e de salvação. Os seus dois bicos indicam que ele deve tirar a sua força do Antigo e do Novo Testamento.
As luvas lembram as que valeram a bênção a Jacob. O simbolismo litúrgico está cheiro de poesia.
Após a cerimónia, o beberete.
 O jantar na casa do Cardeal com os bispos, o mestre de cerimónia e alguns prelados. O Cardeal recebe como o melhor do mundo. Ele edifica-nos com a sua piedade e a sua seriedade. Ele recita as orações antes e depois das refeições com a fórmula religiosa.
- No dia 13, jantar no Seminário francês. Recebemos D. Gilbert, o arcebispo de Olinda e mais vinte convidados. Amáveis brindes de D. Grison e do Padre Superior de Santa Clara.
- No dia 14 nova audiência. O Santo Padre é afável e paterno. Em bom latim, ele cumula o Monsenhor de  bênçãos. Ele diz-me esta expressão significativa: Che bello vescovetto che abbiamo fatto! – Que belo bispinho fizemos nós!”













A missão de Falls foi erigida em Prefeitura Apostólica a 3 de outubro de 1904 com o Pe. Grison como Prefeito e em Vicariato Apostólico em 10 de março de 1908. O Pe. Grison foi nomeado Vigário Apostólico sendo sagrado Bispo em Roma a 11 de outubro de 1908. Jubilou-se em 1933, permanecendo no Congo onde faleceu a 13 de fevereiro de 1942. Foi sepultado junto à gruta de Lourdes na Missão São Gabriel, por ele fundada. 















Ver também publicação neste Quintal do Vieira a 13 de outubro de 2008

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Razão e coração

2ª feira - XXVII semana comum

Jesus evoca duas personagens como referência da vivência das oportunidades que Deus nos concede:
Salomão como metáfora da sabedoria, da mente ou razão
Jonas como metáfora da penitência, da emoção ou coração
Para aproveitar as oportunidades de Deus há que atender a Salomão e Jonas.
É preciso libertar a razão e o coração…
Sem esta dupla atenção podemos cair na tentação de valorizar aquilo que é relativo em vez do que realmente é mais importante.




terça-feira, 4 de outubro de 2016

Os braços de S. Francisco

Na Memória de São Francisco de Assis

"Despi a Francisco e vereis a Cristo, vesti a Cristo e vereis Francisco. Isto significam aqueles dois braços cruzados, um nu outro vestido, ambos chagados.
Perdoai-me senhores, não pintais bem, ou trocais os pensamentos: o braço vestido é o de Cristo, o nu é o de Francisco. Porquê?
A pobreza de Cristo enquanto exemplar nosso, foi mais conveniente, mas a pobreza de Francisco, enquanto pobreza foi mais nua, e mais pobre.
Porque Cristo além do domínio alto de todo o universo é de fé e assim está definido que ou em particular ou em comum teve domínio de algumas coisas. As de Francisco porque nem em particular, nem em comum, teve domínio de coisa alguma. Os vestidos de que despiram a Cristo na cruz eram de Cristo; a túnica de que está vestido Francisco, não é de Francisco. Logo o braço de Francisco é o braço nu, ou se deve despir também o braço de Cristo. Mas se ambos nus, ambos chagados, onde acharemos a diferença? Só a fé lha pode achar." (cf. Padre António Vieira, sermão das chagas de S. Francisco Roma, 1672)

sábado, 1 de outubro de 2016

Santa missionária de clausura










Jésus est mon unique amour

(Jesus é o meu único amor)

foi o que Teresinha do Menino Jesus escreveu na porta da sua cela. 

cf. gloria.tv/jd1961