segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Paisagens do céu (9)




DONUTS, rodilhas ou rosquilhas do céu…
tão branquinhos, cobertos de açúcar refinado
tão fofinhos que se desfazem a olhos vistos!
















Devem fazer concorrência aos Papos de Anjo,
toucinho do céu e outras delícias celestes…

domingo, 29 de novembro de 2015

Evangelista do Ano C

Ano C- I domingo Advento

São Lucas, o evangelista do ano C

 O autor do terceiro evangelho nasceu em Antioquia da Síria, cresceu no paganismo e exerceu a profissão de médico. Foi convertido por São Paulo, do qual se tornou inseparável e fiel companheiro de missão.
Segundo a tradição, São Lucas também era pintor, músico e historiador. A sua vasta cultura e domínio de várias artes e línguas, manifestou-se nos seus escritos em grego correto, belo e rico de vocabulário. É também o autor dos Actos dos Apóstolos, como história da vida e missão das primeiras comunidades e seus pastores.
Mas sobretudo foi um santo, um apaixonado por Jesus Cristo ao serviço das comunidades oriundas do paganismo e um mártir que regou com o seu sangue as sementes do Evangelho por ele lançadas. Segundo a tradição, sofreu o martírio aos 74 anos de idade.
 Ao acompanharmos a leitura do seu Evangelho durante este ano teremos oportunidade de valorizar várias circunstâncias ou aspetos específicos.

1º. O evangelista de Maria
É uma graça de Deus ler o Evangelho de Lucas neste ano em que teremos a visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima às nossas comunidades. De facto só ele escreve sobre a anunciação, visitação de Maria e sua apresentação no templo. Devemos-lhe o registo da saudação angélica a Avé-Maria, o Ecce Ancilla Domini, o Magnificat.
Com São Lucas aprenderemos melhor a acompanhar a Mãe de Jesus e nossa Mãe.

2º. O evangelista da Misericórdia
É uma bênção de Deus ser acompanhado por São Lucas neste ano do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Só ele transcreve a parábola do bom samaritano e quem melhor realça a misericórdia nas parábolas da ovelha perdida e achada ou da dracma perdida e encontrada. O que São João fala do amor, São Lucas fala da misericórdia.
Com o Evangelho segundo São Lucas saberemos melhor ser misericordiosos como é misericordioso o nosso Pai do Céu, neste Ano Santo da Misericórdia.

3º. O evangelista da Infância de Jesus na família de Nazaré
É gratificante seguir o Evangelho de São Lucas no ano em que se acolhemos as orientações emanadas do recente Sínodo Bispos sobre a Vocação e a missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo. Foi ele quem nos deu os pormenores da Família de Nazaré, os acontecimentos do nascimento de Jesus, a sua infância e a sua vivência familiar.
Com São Lucas aprenderemos a valorizar as nossas famílias como lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas.

4. O evangelista da Liturgia e da oração da igreja
É um privilégio acompanhar o Evangelho de São Lucas que não só nos ajuda a meditar, como a rezar. Ele falava de Deus através dos seus escritos e falava com Deus através dos Hinos e Cânticos Evangélicos que transcreveu. Nenhum outro deu semelhantes tesouros à liturgia, desde a Avé-Maria e Magnificat ao Glória in excelsis Deo, ao Benedictus, ao Nunc Dimittis.
Ele que registou o pedido dos discípulos a Jesus: Ensina-nos a rezar, ainda hoje nos ajudará a orar mais e melhor. Uma boa oportunidade para rezar com e pela Igreja será nas peregrinações aos santuários e igrejas jubilares.

5. O evangelista do Espírito Santo
Nestas ilhas do Espírito Santo tem um sabor mais intenso ler o Evangelho de São Lucas já que foi ele que registou a primeira história da igreja ou os Actos dos Apóstolos, que poderia também chamar-se Actos do Espírito Santo. Depois da Ascensão cumpriu-se a promessa de Jesus de enviar o Espírito Santo no Pentecostes, quando a Igreja entrou em ação para continuar até hoje a evangelização com coragem e amor a todos os povos.
São Lucas ajudar-nos-á a ser cada vez mais dóceis ao mesmo Espírito Santo nesta nova saída missionária da Igreja, como nos recomenda o Papa Francisco.



sábado, 28 de novembro de 2015

Quatro Adventos


Ano C - I domingo advento

São quatro os adventos de Jesus Cristo.
O primeiro foi na carne, do qual se refere: eis que virá um grande Profeta a renovar Jerusalém.
O segundo é no espírito, donde: E viremos a ele e faremos nele morada.
O terceiro é na morte: Bem-aventurado aquele servo que, quando vier o Senhor…
O quarto será na majestade, donde no Apocalipse se afirma: Eis que ele vem sobre as nuvens e todos os olhos o verão.
(Santo António, Sermão do 1º Domingo do Advento)



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Paisagens do céu (8)






















Luvas de lã

















As mãos de Deus podem ser de ferro,
mas as suas luvas são sempre de lã, suaves e macias…



















quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Paisagens do céu (7)

















As montanhas sempre fizeram parte da minha paisagem natural, pois nasci e cresci na Madeira.
Nunca senti tanto a sua falta como no ano em que vivi no planalto do interior de Angola. Ali, para se avistar qualquer pequeno monte era preciso percorrer centenas de quilómetros. Os panoramas eram bonitos, mas curtos, as paisagens terrestres variadas mas limitadas, o campo de visão atrativo, mas demasiado próximo… Aliás, tudo é vivido de maneira próxima…
As únicas montanhas estavam no alto do céu, porque as nuvens eram montanhas no céu.
















Agora, sempre que contemplo uma montanha recordo que se as nuvens são as montanhas do céu, as montanhas devem ser as nuvens da terra.


Línguas de fogo


4ª feira – XXXIV semana comum

Diz Jesus: 
tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.

Que língua nos dá o Senhor?

No dia de Pentecostes sobre cada um dos apóstolos pairou línguas de fogo…
Não só em línguas, mas em línguas de fogo.
Porque as línguas falam, o fogo alumia.
Não bastam palavras, são necessárias palavras e luz.
As palavras falam por fora, a luz alumia por dentro.
As vozes para os ouvidos, os raios da luz para o coração.

Para resistir às perseguições, há que contar com as línguas que Jesus nos prometeu.
Há que confiar no Espírito Santo tal como no dia de Pentecostes em que se manifestou em línguas de fogo.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Paisagens do céu (6)


Nunca estive nos Himalaias,
mas de Angola avistei o MONTE EVEREST.

Sim, porque é tão alto, tão alto
que até se vê a essa distância,
e eu não tenho falta de vista,
pelo menos ainda não preciso de óculos.
É tão alto, tão alto, que para o ver
é preciso olhar para o céu.


subir ao céu

Memória dos mártires André Dung-Lac e seus 115 companheiros no século XIX no Vietname.

André dizia: aquele que morre pela fé sobe ao céu.

Os carrascos pensavam que estavam a abatê-lo,
mas, afinal, estavam a elevá-lo.
Pensavam que o humilhavam,
mas, afinal, engrandeciam-no.
Pensavam que estavam a atirá-lo ao chão,
mas, afinal, estavam a atirá-lo para o céu.
Pensavam que o silenciavam,
mas, afinal, eternizavam-no…

Quem morre pela fé não desce à terra,
sobe ao Céu!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Paisagens do céu (5)


Estepor do sol no Alto Zambeze!
Grande por do sol!
Mas também podia ser:
que grande estupor,
grande espanto!



A Igreja é viúva

2ª feira - XXXIV semana comum

O Papa Francisco pregou hoje que a Igreja é a viúva fiel à espera de Jesus.
Ao meditar sobre o episódio da Óbolo da Viúva o Papa lembrou que na Bíblia a viúva é a mulher solitária que não tem o marido para protege-la, a mulher que se deve arranjar como pode, que vive da caridade pública.
A viúva do Evangelho de hoje tinha a sua esperança somente no Senhor.
É a imagem da viuvez da Igreja que espera o retorno de Jesus. A Igreja é a esposa de Jesus, mas o seu Senhor foi embora e o seu único tesouro é o seu Senhor. A Igreja quando é fiel deixa tudo por causa da espera do seu Senhor.
As viúvas do Evangelho são imagens da Igreja:
A de Naim que chora sozinho, porque as pessoas acompanhavam-na mas o seu coração estava só. A Igreja viúva que chora quando os seus filhos morrem à vida de Jesus.
A viúva que vai pedir justiça ao juiz iníquo, batendo à porta sem desanimar pela justiça. É a Igreja que reza, intercede por seus filhos.
Esta viuvez da Igreja lembra-nos que a Igreja está à espera de Jesus. Pode ser uma Igreja fiel, aguardando com confiança o regresso do esposo sem procurar segurança noutras realidades,
Assim também pode ser a nossa alma, a procurar segurança somente no senhor e a dar-lhe toda a sua esperança.



domingo, 22 de novembro de 2015

Paisagens do céu (4)
















Todos os patinhos
sabem bem nadar
na água, na terra
em qualquer lugar


até no céu!


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Paisagens do céu (3)


Já vi cavalos terrestres e cavalos-marinhos,
cavalos na terra e cavalos no mar.















Agora descobri que também há cavalos-celestes, 
no céu!


Casa de oração


6ª feira – XXXIII semana comum

A minha casa é casa de oração... disse o Senhor.

1. Casa
Pregou Santo António que qualquer casa compreende alicerces, paredes e teto:
Os alicerces designam a humildade.
As paredes são formadas pelo conjunto das virtudes.
O teto é constituído pela caridade.
Onde estes três elementos se encontram reunidos aí está o Senhor.

2. Oração
Se oração fosse comida ou alimento, quanto é que tu pesarias?

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Paisagens do céu (2)


No céu também há bichinhos de estimação!


Outra versão

4ª feira - XXXIII Comum

Versão de fusão da parábola das minas do Evangelho de hoje

Jesus ensinava os seus discípulos em parábolas e dizia-lhes:
O Reino dos céus é semelhante a dois irmãos que viviam felizes e contentes, até que receberam o chamamento de Deus para entrarem ao seu serviço.
O mais velho respondeu com generosidade ao chamamento ainda que teve de ver como se desfazia o seu coração ao separar-se da sua família e dos amigos que muito amava e daquela com quem sonhava casar-se. Mas, por fim, partiu para um país longínquo, onde consumiu a sua própria vida ao serviço dos mais pobres de entre os pobres. Houve então uma grande perseguição naquele país. Foi então falsamente acusado, preso, torturado e condenado à morte.
O Senhor disse-lhe:
- Muito bem, servo fiel e cumpridor. Serviste-me por um valor de mil talentos. Vou recompensar-te com mil milhões de talentos. Entra no gozo do teu Senhor!
A resposta do mais jovem foi muito menos generosa. Decidiu ignorar o chamamento, seguindo um caminho diferente. Casou-se com quem muito amava. Foi feliz no casamento, teve sucesso nos negócios e chegou a ser rico e próspero. De vez em quando dava uma esmola aos necessitados e, uma vez por outra, não se esquecia de mandar uma boa quantia de dinheiro para o seu irmão mais velho, anexando apenas uma indicação: Talvez com isto possas ajudar melhor os pobres diabos desse país distante.
Quando chegou a sua hora derradeira, o Senhor disse-lhe:
- Muito bem, servo fiel e cumpridor. Serviste-me pelo valor de dez talentos. Vou recompensar-te com mil milhões de talentos. Entra no gozo do teu Senhor!
O irmão mais velho ficou surpreendido ao ouvir que o outro ia receber a mesma recompensa que ele próprio recebera. Mas ficou agradado com isso e disse:
- Senhor, mesmo sabendo deste final, se eu tivesse de fazer tudo de novo, voltaria a viver por ti exatamente o mesmo que vivi anteriormente.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Paisagens do céu (1)


Cheguei a Angola, em 2014, no início da estação das chuvas (outubro-abril) e fiquei encantado com o céu, sempre diferente, sempre movimentado, com nuvens de variadas formas artísticas. Em cada momento descobria paisagens diferentes lá no céu.
Para ver um panorama diferente de 2 em 2 minutos bastava olhar para o céu.
Nos momentos de monotonia bastava olhar para o céu e tudo se transformava.
Nas horas mais pacatas bastava levantar os olhos para o céu para tudo se animar.
















Na estação seca, por seu lado, o céu estava sempre limpo e azul. Era preciso esperar 15 dias para ver uma nuvem.
Eu que tanto apreciava o céu limpo e azul, passei a gostar mais do céu com nuvens.
E como em qualquer lugar, também o céu é sempre mais bonito quando povoado!



sábado, 14 de novembro de 2015

Cada árvore é um livro

Ano B - XXXIII Domingo comum

"Aprendei da figueira"

Havemos de aprender mais nos bosques, que nos livros, lembrava São Bernardo.
Que árvore há num busque, ou mais alta, ou mais humilde, que não cresça sempre para o céu?
E se tanto anelam ao céu as que tem raízes na terra; que devem fazer as que não tem raízes?
As do povoado, e cultivadas, dependem da indústria dos homens; as do deserto, e sem cultura, dependem só do Céu e de Deus, e nem por isso crescem ou duram menos,
As que desde o inverno, ensinam a esperar pelo verão; e as que veste e enriquece o verão, a não fiar da presente fortuna, porque lhe há de suceder o inverno.
As que se dobram ao vento ensinam a conservação própria; e as que antes querem quebrar que torcer, a retidão, e a constância.
Enfim, cada árvore é um livro, cada folha uma lição, cada flor um desengano, e cada fruto, três frutos: os verdes ainda não o são, os maduros duram pouco, e os passados já foram. (Pe. António Vieira. 4º domingo quaresma 1655)

Se quereis saber para onde há de cair a árvore, quando for cortada, olhai para ela, e vede para onde inclina, com o peso dos ramos. Se inclina para a parte direita, para a parte direita há de cair; e pelo contrário, se o peso a tem dobrado para a parte esquerda, da mesma maneira há de cair para a parte esquerda, e uma e outra cousa é sem dúvida.
Olhe agora cada um, e olhe bem para a sua alma, para a sua vida, e para as suas obras, que estas são os ramos da árvore. Se vir que são de fé, de piedade, de temor de Deus, de obediência a seus preceitos, de religião, de oração, de mortificação das próprias paixões, de verdade, de justiça, de caridade, enfim, de pureza de consciência, de frequência dos sacramentos e das outras virtudes e obrigações de cristão, entenda que perseverando, há de cair sem dúvida para a mão direita.
Mas se as obras, pelo contrário, são de liberdade e soltura de vida, de ambição, de cobiça, de soberba, de inveja, de ódio, de vingança. De sensualidade, de esquecimento de Deus e da salvação, sem uma muita resoluta e verdadeira emenda, e perseverança nela, entenda da mesma maneira, que a árvore há de cair para a mão esquerda, e que tem certa a condenação. (Pe. António Vieira, 1º dominga advento 1652)


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

As mãos da terra





















Na estrada de Malanje descobri
as mãos desta terra abençoada;
são as mais sólidas que já vi.
Apontando sempre para os céus
elevam uma oração velada,
consagrando este povo a Deus.