domingo, 29 de junho de 2014

Joias do mesmo metal

Solenidade de São Pedro e São Paulo


São Pedro e São Paulo:
Duas colunas da igreja
Uma coluna em forma de chave
Outra coluna em forma de espada.
1. Tanto as chaves de Pedro como a espada de Paulo foram fundidas com o mesmo metal: A caridade
2. Por um mesmo ferreiro: Jesus
3. Numa mesma forja: a fé
4. Segundo um mesmo modelo: o Evangelho
5. Segundo o projeto do mesmo artista: Deus Pai
6. Com a mesma força ou energia: o Espírito Santo
7. Na mesma oficina: a Igreja Apostólica
8. Com o mesmo martelo: o sacrifício
9. Na mesma bigorna: a vontade
10. Com o mesmo peso: a unidade
11. Com o mesmo preço: o martírio
12. Com a mesma assinatura: a coroa da glória.























Também eu sou chamado a ser coluna, na edificação da mesma comunidade.
Que forma terá a coluna que eu quero ser?
Eu acho que a minha coluna terá a forma de um coração.
1. Também ele será fundido com o mesmo metal: a caridade
2. Pelo mesmo ferreiro: Jesus
3. Na mesma forja: a fé
4. Segundo o mesmo modelo: o Evangelho
5. Segundo o projeto do mesmo artista: Deus Pai
6. Com a mesma força ou energia: o Espírito Santo
7. Na mesma oficina: a Igreja Apostólica
8. Com o mesmo martelo: o sacrifício
9. Na mesma bigorna: a vontade
10. Com o mesmo peso: a unidade
11. Com o mesmo preço: o martírio
12. Com a mesma assinatura: a coroa da glória.
















Afinal tudo isto vem na linha de produção da Cruz de Cristo:
1. Também ela foi fundida com o mesmo metal: a caridade
2. Pelo mesmo ferreiro: Jesus
3. Na mesma forja: a fé
4. Segundo o mesmo modelo: o Evangelho
5. Segundo o projeto do mesmo artista: Deus Pai
6. Com a mesma força ou energia: o Espírito Santo
7. Na mesma oficina: a Igreja Apostólica
8. Com o mesmo martelo: o sacrifício
9. Na mesma bigorna: a vontade
10. Com o mesmo peso: a unidade
11. Com o mesmo preço: o martírio
12. Com a mesma assinatura: a coroa de glória.



sábado, 28 de junho de 2014

Em dia de aniversário

Faz hoje 136 anos que foi fundada a Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus pelo Pe. Leão Dehon.
O Superior Geral, Pe. José Ornelas, na carta para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, desde ano, propôs uma mensagem a todos os religiosos dehonianos e membros da família dehoniana subordinada ao tema: Partilhar o nosso carisma dehoniano.
Tomo a liberdade de reequacionar dois pensamentos dessa mensagem:

1º - Um só Dehon, muitos dehonianos
Os religiosos da Congregação não são os únicos agraciados pelo dom do carisma do Pe. Dehon. A partilha do carisma com os leigos faz parte da nossa tradição desde o início. O Pe. Dehon partilhava, cheio de entusiasmo, o seu dom com os leigos que lhe eram mais próximos, familiares, amigos e colaboradores, intuindo que, também assim, o carisma melhor penetrava nas almas e nas sociedades.

2º A importância de um acorde
A espiritualidade dehoniana gira à volta de um e, conjunção copulativa.
Para o Pe. Dehon não bastava definir a nossa identidade só pelo amor. Ele preferia falar sempre de ‘amor e …’ – amor e reparação, amor e imolação, amor e oblação, amor e justiça, amor a Deus e amor ao próximo, profetas do amor e servidores da reconciliação… Na bela imagem de Roger Buggraeve ‘nós temos que respirar com dois pulmões: misericórdia e justiça. Assim é o Pe. Dehon, no fundo do seu coração. Uma participante no Encontro da Família Dehoniana, em maio último, testemunhou: ‘ A espiritualidade dehoniana de amor e oblação, disponibilidade, entrega e reparação fez soar um acorde no meu coração. Ao partilhar convosco o carisma do Pe. Dehon, senti despertar em mim o que havia de bom, estreitar a minha relação com Deus e uma amorosa devoção ao seu Sagrado Coração. O que mais me motiva no Pe. Dehon é a sua paixão por Deus e o seu empenho pela justiça social.’


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Consagração ao Coração de Jesus

A 27 de junho de 1924, D. António Pereira Ribeiro, bispo do Funchal, de forma solene na catedral fez a consagração da diocese ao Sagrado Coração de Jesus – “Bendito seja o Senhor que nos deixou ver este belo dia, dia de graças, de triunfo e de esperança!”

Parabéns por estes 90 anos de consagração!


"A Eucaristia é o grande dom do Coração de Jesus." 
(Cf. Pe. Dehon, ACJ 2, 1909, página 243)
(Fotografia - Igreja de Nossa Senhora do Monte)


Oito séculos da língua portuguesa


Língua Portuguesa faz 800 anos.

D. Afonso II, em 27 de junho de 1214, escreveu um texto que pode ser considerado um marco histórico.
Nunca antes dele, um rei, um estado, um soberano usara a nossa língua ou escrevera oficialmente em português.
Obviamente ele não disse: decreto hoje fazer esta língua.
É um texto e não um decreto.
É apenas o seu testamento; limitou-se a usar uma língua que já existia e já era falada pelo povo, antes de ele a usar também. (Cf. José Ribeiro e Castro, Língua portuguesa, in blog o povo)

Existem dois exemplares deste testamento, um foi enviado ao arcebispado de Braga e o outro ao de Santiago.
As suas primeiras linhas dizem o seguinte:
En'o nome de Deus. Eu rei don Afonso pela gracia de Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo, temëte o dia de mia morte, a saude de mia alma e a proe de mia molier raina dona Orraca e de me(us) filios e de me(us) uassalos e de todo meu reino fiz mia mãda p(er) q(ue) depos mia morte mia molier e me(us) filios e meu reino e me(us) uassalos e todas aq(ue)las cousas q(ue) De(us) mi deu en poder sten en paz e en folgãcia. P(ri)meiram(en)te mãdo q(ue) meu filio infante don Sancho q(ue) ei da raina dona Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz.
E ssi este for morto sen semmel, o maior filio q(ue) ouuer da raina dona Orraca agia o reino entegram(en)te e en paz. E ssi filio barõ nõ ouuermos, a maior filia q(ue) ouuuermos agia'o ...

Dou a palavra à própria língua portuguesa:
Vejam bem o que me aconteceu: eu, a língua portuguesa, uma vetusta anciã com mais de 800 anos, fui submetida a mais uma intervenção cirúrgica. Desta vez foi apenas uma operação plástica que parecia coisa fácil, mas que me fez esperar, como acontece a muito boa gente, cerca de vinte anos para que chegasse a minha vez. Na mesa das negociações, os oito cirurgiões (Portugal, Brasil, PALOP e Timor Leste) prepararam e levaram a cabo esta cirurgia intitulada “O novo acordo ortográfico da língua portuguesa”. Decidiram autorregular apenas o meu visual, isto é, a minha ortografia, sem tocar noutras dimensões da minha identidade. De tempos a tempos tenho sido submetida a várias correções para parecer sempre jovem e bem adaptada aos tempos modernos, mas por dentro continuo a ser a mesma senhora de outrora. O resultado desta última operação plástica está agora à vista dos meus 230 milhões de admiradores ou aficionados. Sinceramente acho que esta intervenção resumiu-se a uma questão de elegância, mas… os gostos não se discutem. É por isso que nem todos concordam com esta minha nova apresentação.
No bloco operatório foram aplicadas intervenções em cinco áreas específicas do meu corpo: aumento do alfabeto, uso de maiúsculas e minúsculas, hifenização, acentuação e sequências consonânticas.
Com a idade tive de aumentar o número de letras: passei de 23 a 26. Ao fim e ao cabo apenas fizeram o reconhecimento de três novas letras, pois já as usava há muito tempo. Ganhei assim um charme de dama internacional.
O uso de maiúsculas e minúsculas também ficou de acordo com o estatuto de uma idosa como eu. Com o tempo, passei a dispensar certas mordomias e a valorizar mais a igualdade e a simplicidade para evitar complexos de superioridade.
As sequências consonânticas tiveram um tratamento apropriado. Foi preciso cortar certas gorduras nos seis grupos de consoantes duplas… Estavam a ocupar lugar e não faziam falta nenhuma. O cirurgião plástico só deixou ficar o que podia desfigurar por completo a identidade. Quando uma consoante não é pronunciada deixa de ser registada, pois já não tenho idade para ser uma coisa e parecer outra. Só se escreve o que se pronuncia.
A acentuação levou também uma ação de limpeza. Já não preciso de muitos adereços. Sou uma senhora que dispensa apêndices, retoques, chapéus ou maquilhagem. Quanto mais simples, melhor.
          O hífen foi o que mais sofreu nesta operação plástica. Foi doloroso cortar aqui, unir acolá, manter isto, excluir aquilo. À ordem de eliminar o hífen seguiu-se tantas exceções… Quase entrei em paranoia. Salvou-me a aplicação de um super-rápido anti-inflamatório. Preciso ainda de muito tempo para assimilar todas estas transformações, regras e exceções…
          Sei que não sou de tratamento fácil. A minha provecta idade, o meu trajeto histórico, o número dos meus admiradores tornam pesada qualquer mudança… Tudo isto dificulta a minha rápida recuperação pós-operatória. O que mais necessito nesta altura é de apoio incondicional. Mais do que criticar o que não ficou bem, há que dar as mãos para fazer melhor.
          A quantos me adotam, só tenho uma recomendação: ler, escrever, comunicar... Praticar, praticar, praticar! Sei que não sou idioma fácil, mas sou a vossa herança, a riqueza de uma nação ou a vossa “pátria”, como bem lembrou o grande Pessoa.
          Sempre que me contemplo ao espelho no reflexo de cada página escrita sinto que estas mudanças ortográficas podem parecer simples troca de vestuário. Não é roupa nova para uma velha senhora. É muito mais do que isso. São mudanças de visual ou uma autêntica operação plástica, porque eu, a língua portuguesa, apesar de tão antiga quero continuar a ser jovem, moderna e prática. Assim rejuvenescida, continuo ao dispor de todos os que me leem no dia-a-dia.
(Adaptado de um relatório escolar da formação de docentes sobre o novo acordo ortográfico na Escola da APEL)


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Construção Civil


5ª Feira - XII Semana Comum

Há duas maneiras de construir: Sobre a areia ou sobre a rocha.
E nós, como bons construtores, sabemos construir de uma e de outra maneira.
E temos de construir de ambas as formas.
Nos nossos projetos temporais vamos construindo sobre a areia, pois não é preciso mais.
Para os projetos de Deus vamos construindo sobre a rocha, pois construímos para sempre.

Faz-me lembrar o que observei em Madagáscar.
Em visita a essa ilha vermelha reparei que as casas eram de aspeto pobre, de madeira ou folhas de palmeira, descuidadas, simples, sem resistência, efémeras, de pouca resistência e sem durabilidade.
Por seu lado, os túmulos eram de rocha firme, das poucas pedras que por lá existia, bem talhados, edificados com rebustez e durabilidade.
Explicaram-me que eles constroem assim a sua habitação na terra de maneira simples porque vão habitar nela por pouco tempo.
Mas os túmulos merecem outro cuidado, pois será a sua habitação por toda a eternidade.

Assim nós também:
Para o tempo vamos construir sobre a areia.
Para a eternidade, vamos construir sobre a firmeza da rocha, em Cristo Pedra Angular ou alicerce seguro.

Somos imprudentes quando trocamos a forma de construir: quando usamos material efémero na construção para a eternidade enquanto queremos usar material definitivo em construções passageiras.
Sejamos bons construtores civis.
Saibamos construir de maneira diferente se para o tempo ou se para a eternidade, se para a terra ou para o céu.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Para conhecer um profeta

4ª Feira - XII Semana Comum


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Acautelai-vos dos falsos profetas, que andam vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos frutos os conhecereis.


Por onde se hão de conhecer os profetas?
Por três coisas: pelos olhos, pelo coração e pelos sucessos.
1º Pelos olhos
Conhecem-se os verdadeiros profetas pelos olhos, porque o ver é o fundamento de profetizar. Os profetas na Escritura chamam-se videntes: os que veem. Só os que veem são profetas. Assim como a mais nobre profecia sobrenatural consiste na visão, assim a mais certa profecia natural consiste na vista. Só quem viu pode profetizar naturalmente com certeza. E a razão é muito clara. A profecia humana consiste no verdadeiro discurso, o discurso verdadeiro não se pode fazer sem todas as notícias; e todas as notícias só as pode ter quem viu com os olhos. Os discursos de quem não viu são discursos; os ditames de quem viu são profecias.
2º Pelo coração
O outro sinal da profecia é o coração, porque, conforme cada um tem o coração, assim profetiza. Os antigos, quando queriam prognosticar o futuro, sacrificavam os animais, consultavam-lhes as entranhas, e, conforme o que viam nelas, assim prognosticavam. Não consultavam a cabeça que é o assento do entendimento, senão as entranhas, que é o lugar do amor, porque não prognostica melhor quem melhor entende, senão quem mais ama. E este costume era geral em toda a Europa antes da vinda de Cristo, e os portugueses tinham uma grande singularidade nele entre os outros gentios. Os outros consultavam as entranhas dos animais: os portugueses consultavam as entranhas dos homens. Assim o diz Estrabo no livro terceiro: Era costume dos antigos portugueses - diz Estrabo - consultar as entranhas dos homens que sacrificavam, e delas conjeturar e adivinhar os futuros. - A superstição era falsa, mas a alegoria era muito verdadeira. Não há lume de profecia mais certo no mundo que consultar as entranhas dos homens. E de que homens? De todos? Não. Dos sacrificados. As entranhas dos sacrificados eram as que consultavam os antigos: primeiro faziam o sacrifício, então consultavam as entranhas. Se quereis profetizar os futuros, consultar as entranhas dos homens sacrificados: consultem-se as entranhas dos que se sacrificaram e dos que se sacrificam, e o que elas disserem isso se tenha por profecia. Porém, consultar entranhas de quem não se sacrificou, nem se sacrifica, nem se há de sacrificar, é não querer profecias verdadeiras: é querer cegar o presente e não acertar o futuro.
3º Pelos sucessos
O último sinal de conhecer profetas são os sucessos. Quando duvidardes de algum se é profeta ou não, observareis esta regra: se o que ele disser antes suceder depois, tende-o por verdadeiro profeta; mas, se o que ele não suceder, tende-o por profeta falso. - Não pode haver sinal nem mais fácil nem mais certo. Sabeis a quais haveis de ter por profetas? Sabeis de quais haveis de cuidar que acertarão com os futuros? Aqueles de quem tiverdes experiência que tudo, ou quase tudo o que disseram antes, veio a suceder depois. Há muitos mui prezados de profetas que, depois de acontecerem os maus sucessos, então profetizam pelo arrependimento o que fora melhor ter profetizado antes pelo discurso. Este foi um dos tormentos da Paixão de Cristo. Ataram a Cristo um pano pelos olhos, davam-lhe com as mãos sacrílegas na sagrada cabeça, e diziam por escárnio que profetizasse quem lhe dera: Adivinha quem foi que te bateu? Profetizar depois de levar na cabeça é profecia de quem tem os olhos tapados: é escárnio da Paixão de Cristo. Não haveis de profetizar quem vos deu, senão quem vos pode dar, porque é melhor reparar os golpes que curá-los, e, se o sucesso mostrar que a profecia foi certa, a quem a disser tende-o por profeta.

(Sermão da Terceira Dominga do Advento, de Padre António Vieira. Tu quis es? Quid dicis de te ipso?)

terça-feira, 24 de junho de 2014

Preparar, discernir, diminuir

Solenidade do Nascimento de São João Batista

Eis as 3 vocações do maior dos profetas: Preparar a chegada do Senhor, discernir quem é o Senhor, diminuir para que o Senhor cresça.
Nestes três verbos manifestam-se as vocações de João Batista, modelo sempre atual para os cristãos – preparar, discernir e diminuir.
1ª vocação - João preparava o caminho para Jesus sem tomar nada para si. Era um homem importante: o povo procurava-o e seguia-o, porque as suas palavras eram fortes, iam ao coração. Ele até teve a tentação de acreditar ser importante, mas não cedeu. Quando os doutores da lei se aproximaram e perguntaram se ele era o Messias, João respondeu: Sou a voz, somente a voz, mas vim preparar o caminho ao Senhor. Esta é a primeira vocação do Batista – Preparar o povo, o coração do povo para o encontro com o Senhor.
2ª vocação - discernir, entre tanta gente boa, quem era o Senhor. O Espírito revelou-lhe e ele teve a coragem de apontar: é este. Este é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. No dia seguinte, aconteceu a mesma coisa. É aquele! É mais digno que eu! Os discípulos foram atrás Dele. Na preparação, João dizia: atrás de mim, virá ele... No discernimento, diz: À minha frente… está ele!
3ª vocação - diminuir. A partir daquele momento, a sua vida começou a se reduzir, a diminuir para que o Senhor crescesse, até aniquilar a si mesmo: Ele deve crescer, eu diminuir. Atrás de mim, na minha frente, longe de mim. Esta atitude humilde foi a etapa mais difícil de João… foi parar à prisão… sofreu não somente a escuridão da cela, mas o breu no seu coração: Mas, será mesmo Ele? Não errei? Porque o Messias tem um estilo muito simples… Não entendo bem. E pede aos seus discípulos que perguntem a Ele: És Tu realmente, ou devemos esperar outro Messias?
Três vocações num homem: preparar, discernir, deixar crescer o Senhor e diminuir a si mesmo. É belo pensar a vocação de cada cristão desta maneira.
Um cristão não anuncia si mesmo, anuncia outro, prepara o caminho a outro: ao Senhor.
Um cristão deve saber discernir, deve conhecer como discernir a verdade daquilo que parece verdade mas não é: homem de discernimento.
E um cristão deve ser um homem que saiba diminuir-se para que o Senhor cresça, no coração e na alma dos outros.
(Adaptação da homilia de hoje do Papa Francisco, na Solenidade do Nascimento de São João Batista)


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Ter mais que fazer


2ª feira - XII Semana Comum



Não julgueis e não sereis julgados…
Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua?


Há um provérbio chinês que lembra isto:
O cão quando está no canil, ladra até para as pulgas…
Quando está na caça nem as sente.

Só quem não tem mais nada para fazer é que se põe a julgar os outros e a apontar para os seus argueiros…
A quem vem bisbilhotar comigo, procurarei responder que tenho mais que fazer do que dar atenção a pormenores.

É preciso estar ocupado, ativo e a lutar por altos ideais e largos objetivos para não cair na tentação de transformar as pequenas areias dos outros em montanhas de acusação e maledicência.

domingo, 22 de junho de 2014

Receber e ser recebido


Ano A - Corpo de Deus

1º - Sempre que celebramos a Eucaristia é uma festa. Em geral dizemos o contrário: Sempre que há uma festa, celebramos a Eucaristia.
Esta solenidade foi instituída para nos lembrar que sempre que celebramos a missa, há festa.
Sempre que alguém comunga, ao sair da celebração está a fazer uma procissão do Santíssimo. É por isso que fazemos a procissão solene neste dia para nos lembrar o que acontece sempre que passamos pelas mesmas ruas depois de comungarmos.

2º - Quando estava na fase final da sua vida, o Cura de Ars, já sem foras foi reconfortado pela Santa Unção e pelo Viático ou Sagrada Comunhão. Ficou muito satisfeito e feliz ao ser ungido com a Unção dos Enfermos e pela Absolvição gera. Quando estava para receber a comunhão, começou a chorar convulsivamente. Que se passa? Está com muitas dores? Tem medo de morrer? Não quer receber Nosso Senhor? Nada disso. Ele chorava pois dizia que estava triste por ser a última vez que tinha a felicidade de receber a Sagrada Comunhão. Era essa o seu desgosto: Comungar pela última vez! Então o sacerdote vizinho reconfortou-o: Amigo, até aqui foste tu a receber a visita de Jesus. A partir de agora és tu que vás visitar o mesmo Jesus.
De facto é o que se passa connosco: temos de receber tantas vezes a visita de Jesus na Sagrada Comunhão para que aprendamos, pois um dia nós é que O iremos visitar na Eternidade. Hoje nós recebemos a Jesus, para nos lembrar que um dia será Ele a nos receber na sua glória.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Remessas de emigrantes


6ª Feira - XI Semana Comum

Acumulai tesouros no céu...

Faz-me lembrar os nossos emigrantes.
Eles estão fora da sua pátria a trabalhar e mandam as suas remessas monetárias, os seus tesouros para a sua terra... E só emigram para uma terra que recompense, para uma Venezuela de outros tempos, ou para o Brasil do passado..
Isto quer dizer 3 coisas:
1ª - Todos nós somos emigrantes. Estamos fora da nossa pátria que é o Reino dos céus. Esta é a nossa terra de emigração, porque somos do Além.
2ª - Esta terra de emigração é rica em nos proporcionar os tesouros para o céu. Nós estamos numa terra fértil e rica para angariarmos os tesouros suficientes para serem enviados para a nossa Pátria de origem ou de destino final. Afinal esta terra de emigração é boa, porque ninguém emigra para um lugar pior do que antes...
3ª - Todos nós ganhamos aqui os tesouros suficientes para voltarmos para o céu. Temos todos de trabalhar. Na terra de emigração não gozamos os rendimentos, enquanto estamos aqui é preciso acumular, é preciso trabalhar, para que o nosso gozo seja lá. descansar, só na eternidade.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Serviço ≠ Ser visto


4ª Feira - XI Semana Comum

Do Evangelho de Hoje

Cuidado, não praticar para:
Para serdes vistos (2X).
Para serdes louvados.
Para vos mostrardes.
Para dardes a perceber.

Nada disto é preciso:
Pois Deus vê o oculto (3X).

Que eu resista à tentação de transformar o SERVIÇO em SER VISTO.



terça-feira, 17 de junho de 2014

Sede de perfeição


3ª Feira - XI Semana Comum

Sede perfeitos, como o Vosso Pai Celeste é Perfeito.

- Ser perfeito não é fazer muita coisa, mas sim fazer bem o que se faz. Não é o que se faz, mas o como se faz que nos leva à perfeição. A perfeição não consiste na multiplicidade das coisas feitas, mas no facto de serem bem feitas.

- Ser perfeito não é brilhar mais do que os outros, mas ser humilde. A perfeição não é possível sem humildade. Por que haveria de lutar pela perfeição se já me acho suficientemente bom?

- Ser perfeito não é o fim ou uma meta, mas sim um caminho ou um alvo móvel. Deus não nos avalia pelos nossa perfeição, mas pela nossa progressão.

Conclusão:
Eu quero ter sede de perfeição!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

ABG


2ª Feira - XI Tempo comum

A B G

Não, não é engano.
Não é ABC, mas ABG.
São as iniciais das 3 palavras do Evangelho de hoje que devem fazer eco na nossa vida.

A Atentos para sabermos quem precisa de nós.
BBondosos para respondermos aos anseios de quem espera a nossa ajuda.
G Generosos para ultrapassarmos as expetativas, para darmos mais do que nos pedem… Assim a nossa caridade não dependerá de quem nos pede, mas sim à medida do nosso coração.

terça-feira, 10 de junho de 2014

A nossa guarda

Hoje celebramos a memória do Santo Anjo da Guarda de Portugal.

Contemplemos este mistério dos Anjos de Deus.

1ª Contemplação - O que dizem os anjos.
Na Primeira leitura o Anjo disse a Daniel: Não temas.
No Evangelho o Anjo disse aos pastores: Não temais.
Sempre que um anjo nos é enviado, dirá a mesma coisa: Não tenhas medo.
Se eu visse um anjo, com certeza iria ficar surpreendido e cheio de medo. Mas não é desse medo que o anjo me quer afastar.
Sempre que eu tenho medo de alguma coisa, da vida, da doença, da morte, do destino...
Sempre que tenho medo, Deus envia-me o seu anjo mensageiro para me dizer: Não tenhas medo.
Então um anjo é quem Deus envia para nos libertar do medo, seja de que espécie for.

2ª Contemplação - O que fazem os anjos.
Ainda hoje eu segui na televisão o Presidente da República com a sua guarda de honra. Até mesmo o Santo Padre tem uma guarda suíça para o proteger e fazer guarda de honra.
E eu fico a pensar: Na nossa experiência humana as pessoas grandes, importantes e poderosas têm guardas de honra ou guarda-costas que são gente simples, humilde e sem poder ou estatuto social. E são estes pobres e fracos que protegem os grandes e poderosos deste mundo. E quanto mais poderosos mais guardas têm.
Mas nos negócios de Deus é precisamente o contrário.
Os anjos que nos guardam são ricos, grandes e poderosos e estão a zelar por gente fraca, pobre e insignificante que somos nós.
Na primeira leitura Daniel viu um anjo: vestido ricamente de linho, com cinturão de oiro, o rosto com fulgor de relâmpago, braços e pernas brilhantes como bronze polido. Era de facto uma figura rica, grandiosa e poderosa. E era essa figura assim tão importante que devia ficar ao serviço de uma criatura tão insignificante como o débil Daniel.
Celebrar o anjo da guarda é descobrir que Deus nos envia ao nosso serviço e proteção uma personagem tão majestosa. É que Deus nos trata tão bem. Se Ele nos envia alguém assim é porque nos considera ainda com maior dignidade.
Agradeçamos a Deus tão grande consideração.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

No monte


2ª feira - X semana comum

Naquele tempo Jesus VIU a multidão, SUBIU ao monte e SENTOU-SE e os discípulos APROXIMARAM-SE e Ele começou a ensinar.

Primeiro, Jesus VIU.
Depois FUGIU. Sim, subiu ao monte, afastou-se...
Mas logo SENTOU-SE.
Então os discípulos APROXIMARAM-SE, isto é foram atrás Dele.
Se Ele não tivesse subido ao seu encontro, eles não teriam ido ao seu encontro.

Jesus é assim.
Ele afasta-se para que nós possamos ir ao encontro.
Ele vem ter connosco, mas que que também nós vamos ao seu encalce.
Ele afasta-se, mas senta-se para esperar por nós.

Agradeçamos ao Senhor o facto de vir ao nosso encontro.
Agradeçamos sobretudo o facto de se afastar de nós, para que o procuremos mais além.
Agradeçamos ainda o facto de Ele ter paciência e de esperar que cheguemos até Ele.

Recordo um cântico de mensagem:

Quando caminho pelo mundo
Vai comigo e alegra-me o Senhor
E pela estrada desta vida
Grito a todos este seu grande amor.

Às vezes, porém, eu paro,
Porque a estrada é fatigante.
Mas Ele também se senta no chão
E me espera sorridente.

Medir o Coração



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Vivat



- Vivat Cor Iesu
- per Cor Mariӕ

Viva o Coração de Jesus

Pelo Coração de Maria


quinta-feira, 5 de junho de 2014

A força da união


5ª feira - VII Semana pascal

Ambas as leituras apresentam a mesma temática, mas no oposto:
- A fraqueza da divisão
- A força da união

A fraqueza da divisão - São Paulo estava frente a um forte tribunal. Lançou a divisão entre os seus elementos e eis que logo o tribunal perdeu força... ninguém se entendeu, de modo que o julgamento foi lançado para mais longe, para Roma. 
A divisão enfraquece tudo e todos.

A força da união - Jesus reza para que os seus discípulos vivam unidos, sejam perfeitos na unidade, sejam um...
Às vezes dizemos que é preciso rezar juntos, comer juntos, passear juntos para cimentar a nossa união.
Deve ser precisamente o contrário: A nossa união é que nos faz rezar juntos, comer juntos...
Não fazemos as coisas juntas para ficarmos mais unidos, mas o facto de sermos unidos é que nos leva a fazer as coisas juntos.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Não somos deste mundo


4ª feira - VII Semana pascal

"Não rogo para que os tires do mundo, pois eles não são do mundo, mas que os livres do mal..."

Receita 1:
Para provares que não és do mundo e ficares livre de todo o mal é preciso:
Falar muito de Deus,
pouco de ti mesmo,
nada dos outros
e ignorar as coisas terrenas.
Só assim serás tudo do céu 
e nada do mundo.

Receita 2:
Ninguém é deste mundo.
Este mundo é que é todo nosso!
O mundo foi feito para nós
e não nós para o mundo!






segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Senhor das Vitórias


2ª feira - VII Semana Pascal

Da primeira Leitura:
Em Éfeso os discípulos só tinham recebido o batismo de João. Depois receberam o Espírito Santo sendo batizados em nome de Jesus.
O batismo de João ou batismo de penitência dá a capacidade de evitar o mal...
O batismo de Jesus ou do Espírito dá a capacidade de fazer o bem. É por isso que os efésios começaram logo a proclamar maravilhas por palavras e obras.
Também nós temos estes dois batismos: 
O da penitência que nos faz evitar o mal e o do espírito que nos leva a fazer o bem. E não podemos ser fiéis a um sem o outro.

Do Evangelho:
Jesus apresenta-se como o vencedor do mundo... Isto como advertência a quem passa por adversidade: Coragem, eu venci o mundo.
Ele é o Senhor das Vitórias.
Ele vence o mundo, porque é o seu criador.
Ele vence o mundo, porque é o seu redentor, o seu salvador.
Ele vence o mundo, porque é o seu Senhor.
Para vencermos as nossas adversidades, basta estarmos unidos ao Senhor das Vitórias e alcançaremos as mesmas Vitórias do Senhor.

domingo, 1 de junho de 2014

Comunicação Social

Ano A - Ascensão do Senhor

Dia Mundial da Comunicação Social

Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro, é o tema da mensagem do Papa Francisco para esta efeméride.
"Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez mais pequeno, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximo uns dos outros... Todavia, dentro da humanidade permanecem divisões...
Os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros... Uma boa comunicação ajuda.nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos."

Mas é isso que acontece?
A comunicação deve ser sempre de 'proximidade'.
Também através da rede e das novas tecnologias a mensagem cristã pode viajar 'até aos confins do mundo'.
"Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital!"

O mundo digital só será bom se proporcionar um encontro afetivo e efetivo com o homem de hoje e levá-lo ao encontro com Deus.