quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ver Jesus


5ª Feira - XXV Semana Comum
 
1ª Leitura
Podemos concluir que as desgraças do tempo do Profeta Ageu são as mesmas do nosso tempo: o operário mete o seu salário num saco roto, comemos e não nos saciamos pois não nos sabe a nada etc...
Se é verdade que as desgraças se repetem em todos os tempos, é certo também que as graças devem repetir-se. Nós é que não queremos ver.
As graças são a glória e o amor de Deus, porque o Senhor ama o seu povo...
Saibamos então identificar as mesmas desgraças, mas sobretudo as mesmas graças de Deus.
 
2ª Leitura
Herodes perguntava: Quem é este homem de quem oiço dizer tais coisas.
E procurava ver Jesus.
 
Para ver, descobrir ou conhecer Jesus é preciso 5 coisas:
- Sair do seu Palácio - Viver simples, pobre e humilde.
- Pôr-se a caminho - caminhar com Ele, conviver, avançar, fazer-lhe companhia.
- Ouvi-lo mais a Ele do que aos outros. - Escutá-lo.
- Vê-lo mais com o coração do que com os olhos da cara. - Amá-lo.
- Mais do que querer é preciso fazer. - Não basta ter boas intenções; é preciso gestos, obras, ações.
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ide ao povo

4ª Feira - XXV Semana Comum

Jesus, no trecho do evangelho de hoje, envia os seus discípulos com uma dupla missão:
- Ide proclamar a Boa Nova e Curar.
Isto é repetido 3 vezes neste breve trecho.
Quer dizer que não basta proclamar, mas é preciso curar.
E não basta curar, mas é preciso pregar.
Deus trata-nos como pessoas de corpo inteiro, ou melhor, de corpo e alma:
pregar ou tratar da alma e curar ou tratar do corpo.

Ide tratar da alma e do corpo, tratar das pessoas, tratar do povo.
Se eu só tratar do corpo, estou a considerar apenas uma dimensão: estou a considerar as pessoas como coisas.
Se eu só tratar da alma, estou a considerar apenas uma dimensão: estou a considerar as pessoas como anjos ou espíritos. 

Ide ao povo, ide às pessoas, ide pregar e curar!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A família de Deus


3ª Feira - XXV Semana Comum

A família de Deus ou o Deus da família

- Os familiares de Jesus nem sempre estavam presentes ou perto d’Ele e talvez até nem O acompanhavam nas suas caminhadas e pregações. (Pois seguir a Cristo não é uma questão de parentesco nem de consanguinidade).
- Queriam que Ele parasse de pregar para os atender. (Para seguir a Cristo há que obedecer a Cristo em vez de querer que Ele nos obedeça).
- Queriam falar com Ele, mas não queriam ouvi-l’O. (Para seguir a Cristo é preciso falar e ouvir, isto é, dialogar).
- Queriam chamá-l’O, mas não queriam que Ele os chamasse. (Para seguir a Cristo é preciso ouvi-l’O mais do que ser ouvido).
- Queriam vê-l’O, mas não estavam dispostos a ver a Deus.  (Para seguir a Cristo é preciso reconhecê-l’O como Deus e Senhor).

Por isso desculparam-se dizendo que a multidão não os deixava aproximar de Jesus.
As multidões afastam quem quer afastar-se e aproximam quem quer aproximar-se.
As multidões atiçam os motivados e afugentam os medíocres.
Jesus conclui que para aproximar-se d’Ele é preciso parar, escutar e olhar, isto é, obedecer, dialogar e reconhecê-l’O como Filho de Deus.
É esta a sua família, é esta a comunidade dos crentes.
Não basta pertencer à mesma terra, viver debaixo do mesmo teto para formar comunidade.
É preciso viver a mesma PALAVRA.

Nós somos hoje a verdadeira família de Jesus, desde a nossa conversão batismal:
Filhos ou filhas de Deus; irmãos ou irmãs de Jesus; irmãos ou irmãs dos outros batizados.
Eu não conheço todos os meus irmãos ou irmãs, mas amo-os a todos.
Jesus porém conhece-nos a todos e ama-nos a todos.
Aleluia!


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mais do que à Santa Madalena


5ª Feira - XXIV Semana Comum


Hoje a reflexão é feita através de uma parábola escrita por santa Teresinha do Menino Jesus (Manuscrito A, 152-156).
“Não tenho mérito nenhum por não me ter entregado ao amor das criaturas, uma vez que fui preservada dele apenas pela grande misericórdia de Deus!...
Reconheço que, sem Ele, teria podido cair tão baixo como Santa Madalena. A profunda palavra de Nosso Senhor a Simão ressoa com uma grande doçura na minha alma. Bem sei: ‘Aquele a quem menos se perdoa, ama menos’, mas também sei que Jesus me perdoou mais que a Santa Madalena, porque me perdoou antecipadamente, impedindo-me de cair. Ah! Como gostaria de poder explicar o que sinto!...
Eis um exemplo que traduzirá um pouco o meu pensamento. – Suponho que o filho dum grande médico encontra no caminho uma pedra que o faz cair, e que, na queda, ele fratura um membro. O pai acorre imediatamente, levanta-o com amor, trata das feridas, empregando para tal todos os recursos da sua arte. Uma vez completamente curado, esse filho tem muita razão para amar o pai!
Mas vou fazer ainda outra suposição. – Tendo o pai sabido que no caminho do filho havia uma pedra, apressa-se a ir à frente dele e retira-a, sem ser visto por ninguém. Certamente, este filho, objeto da sua previdente ternura, não sabendo a desgraça de que o pai o livrou, não lhe testemunhará o seu reconhecimento, e amá-lo-á menos do que se tivesse sido curado por ele… Mas, se vier a saber do perigo do qual escapou, não o amará ainda mais?
Pois bem, eu sou essa filha, objeto do amor previdente de um Pai que não enviou o seu Verbo para resgatar os justos, mas os pecadores. Quer que O ame, porque me perdoou, não muito, mas tudo. Não esperou que eu O amasse muito como Santa Madalena, mas quis que eu soubesse como me tinha amado com um amor de inefável previdência, para que agora O ame loucamente!...
Ouvi dizer que nunca se encontrou uma alma pura que amasse mais do que uma alma arrependida. Ah! Como gostaria de desmentir essa palavra!...”



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Chorar ou cantar


4ª Feira - XXIV Semana Comum
 
"Esta geração é como as crianças caprichosas...
Tocámos flauta e não dançastes,
entoámos lamentações e não chorastes..."
 
Recordo uma quadra do nosso folclore:
 
Moro na borda da rocha
numa casinha terreira.
Não posso dormir de noite
com a zoada da ribeira.
 
E eu pergunto:
A água da ribeira chora ou canta?
 
Tenho a certeza que a água da ribeira canta com quem canta e chora com quem chora.
 
Assim as crianças caprichosas não sabem acompanhar nada e ninguém, nem sabem o que querem.
É preciso comungar dos mesmos sentimentos.
É preciso chorar com os que estão tristes e cantar com os que estão alegres.
É preciso estar alegre com os que cantam e estar triste com os que choram.
Não sejamos como crianças caprichosas, mas como a água da ribeira que canta com os que cantam e chora com os que choram.
 


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Jesus livra-nos do mal


3ª Feira - XXIV Semana Comum

O episódio da reanimação do filho único da viúva de Naim pode ser interpretado em conjunto com outros dois episódios similares: os da reanimação da filha de Jairo e do amigo Lázaro.
Em todos eles podemos equacionar os efeitos ou consequências do mal, do pecado ou do maligno em nós.
Primeiro, temos a filha de Jairo que estava a dormir - Jesus aproxima-se e ordena-lhe que se levante ou que acorde.
Quer dizer que o mal em nós põe-nos adormecidos ou alheios à realidade...
Segundo, temos o filho único da viúva de Naim que era levado a sepultar - Jesus aproxima-se e ordena-lhe que se erga e ele põe-se a falar.
Quer dizer que o mal em nós torna-nos dependentes, deixamos de nos mandar a nós mesmos, pois o mal é quem nos conduz...
Terceiro, a reanimação de Lázaro, sepultado há três dias, já não tinha nem passado, nem presente, nem futuro - Jesus aproxima-se e pede-lhe para sair para fora.
Com o pecado todos ficamos privados do presente e do futuro. Ficamos sem destino, perdidos. É preciso ouvir o convite de Jesus para regressar à vida, saindo de nós mesmos...
Todos nós experimentamos estas fases ou momentos na nossa vida.
O maligno, o mal ou o pecado que nos persegue, adormece-nos, deixa-nos levar por forças alheias e priva-nos da nossa identidade, pois ficamos sem passado, presente ou futuro.
Peçamos ao Senhor Jesus que esteja sempre perto de nós para que com a sua graça nos acordar, nos conduzir e nos despojar de todo o mal.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O serviço da autoridade


2ª Feira - XXIV Semana Comum

“O episódio do centurião que pede a Jesus que cure o seu servo e a carta de São Paulo a Timóteo, com o convite a rezar pelos governantes apontam para duas características indispensáveis que um político deve ter humildade e amor pelo povo.
Um político que não ama pode, no máximo, colocar um pouco de ordem, mas não governar.
Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade! E todo homem e mulher que assume um cargo de governo, deve fazer duas perguntas: Eu amo o meu povo para servi-lo melhor? Sou humilde e dou ouvidos a todos, ouço várias opiniões para escolher o melhor caminho? Se estas perguntas não são feitas, não será um bom governo. O governante homem ou mulher que ama o seu povo é uma pessoa humilde.
Já São Paulo exorta todos os governados a rezarem por aqueles que estão no poder, para que possamos ter uma vida calma e tranquila. Os cidadãos não podem se desinteressar da política:
Nenhum de nós pode dizer: não tenho nada a ver com isso, eles governam... Ao invés, eu sou responsável pelo seu governo e devo dar o melhor de mim para que eles governem bem e participar da política dentro das minhas possibilidades. A política – afirma a Doutrina Social da Igreja - é uma das formas mais altas de caridade, porque serve ao bem comum.
E quando muitas vezes ouvimos que um bom católico não entra na política, isso não é verdade:
Um bom católico empenha-se na política oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar. Mas qual a melhor coisa que podemos oferecer aos governantes? A oração! É aquilo que São Paulo diz: Oremos por todos os homens, pelo rei e por todos os que nos governam.
Mas aquela é uma má pessoa, tem que ir para o inferno…. Reza por ele, por ela, para que possa governar bem, para que ame o seu povo, para que sirva à população, para que seja humilde!
Um cristão que não reza por seus governantes não é um bom cristão!
Se uma pessoa é má, reza para que se converta!
Rezemos pelos governantes para que governem bem, para que levem avante a nossa pátria, a nossa nação e também o mundo, para que haja paz e o bem comum.”
(Cf. Papa Francisco, homilia de 16/09/13)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Fofoca = crime


6ª feira - XXIII Semana Comum

Da homilia de hoje do Papa Francisco:

Por que reparas no argueiro que está na vista de teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista?

-  Aqueles que vivem julgando o próximo, falando mal do outro, são hipócritas, porque não têm a força, a coragem de olhar para os próprios defeitos.

- O Senhor afirma que quem tem no coração ódio do seu irmão, é um homicida... Quem fala mal do seu próximo é assassino, pois as fofocas são criminosas, pois matam Deus e o próximo. Não há meio termo. Quem fala mal do irmão está a matá-lo. E nós, todas as vezes que o fazemos, imitamos aquele gesto de Caim, o primeiro homicida da história. As fofocas (bilhardices) fazem parte desta dimensão da criminalidade. Não existe fofoca inocente.

Peçamos para nós, para toda a Igreja, a graça de nos converter da criminalidade das intrigas ao amor, à humildade, à mansidão, à magnanimidade do amor para com o próximo.”

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Autorretrato


4ª Feira - XXIII Semana Comum


- O Sermão da Montanha do Evangelho de Mateus é um dos textos mais importantes do Novo Testamento.

- O hindu Mahatma Gandhi afirmava que se toda a literatura ocidental de perdesse e restasse apenas o Sermão da Montanha, nada se teria perdido.

- Dizia também que admirava as "Bem-aventuranças", mas criticava os cristãos por não as cumprirem.

- As Bem-aventuranças são um autorretrato de Jesus: pobre, sofredor, perseguido… 





terça-feira, 10 de setembro de 2013

Subir ao monte



3ª Feira - XXIII Semana Comum

Jesus subiu ao monte com os discípulos e passou a noite em oração.
Depois, desceu com eles para um lugar plano e começou a ensinar o povo.

Dois movimentos necessários: SUBIR e DESCER

Subir ao monte para estar com Deus
Descer à planície para estar como povo.

Quem está unido a Jesus faz sempre este duplo movimento:
Subir para Deus e descer para os irmãos.