sexta-feira, 29 de março de 2013

A Cruz e os cravos


Sexta-feira Santa

Eu hoje fiz de cravos uma cruz
para aprender a fazer da cruz cravos!

 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Serei eu, Senhor?


4ª Feira - Semana Santa
 
 
Quando Jesus disse aos seus discípulos que um deles havia de o entregar, todos eles começaram a perguntar-lhe: Serei eu, Senhor?
 
Isto quer dizer que ninguém estava seguro de si.
Significa também que podia ser qualquer um deles.
Finalmente indicava que Jesus sabia mais deles do que os próprios sabiam de si mesmos.
 
E nós? Como reagimos?
Quando erramos, quando temos tentações, quando temos dúvidas, perguntemos~não a nós mesmos nem os outros irmãos, mas perguntemos apenas a Jesus, pois ele sabe mais de nós do que nós mesmos... É na oração, no diálogo com Jesus que ficamos a saber das nossas traições, erros, más ações, deslizes, negações...

terça-feira, 26 de março de 2013

Farinha do mesmo saco


3ª Feira - Semana Santa
 
 
1º - Afinal ninguém escapa. É esta a companhia de Jesus, todos pecadores... Um traía, outro negava (e três vezes porque uma vez todos caem, duas cai quem quer, mas à terceira cai mesmo quem é pecador), outros fogem, até João aproveita-se da circunstância e deixa-se levar e aceita uma cunha para saber mais do Mestre... Todos são pecadores, ninguém escapa. Ainda hoje é assim... Não podemos acusar ninguém, pois estaríamos apenas a condenar quem peca diferente...
 
2º - Só é diferente quem se arrepende, quem chora, quem quer ser perdoado, quem se converte... Para isso basta 3 coisas:
- Ouvir (o galo a cantar)
- Ver (Jesus que nos fixa nos olhos)
- Recordar a Palavra de Deus (lembrar-se das palavras de Jesus...)
Se todos pecam, poucos seguem o caminho da conversão.
 
Já que sou pecador como todos os discípulos de Jesus, mas espero ser mais parecido com Pedro... estando atento ao que oiço, ao que vejo ou a quem me vê e não esquecendo a Palavra de Deus.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Destino Comum


2ª Feira da Semana Santa
 

- Jesus deixa Maria ungir os seus pés com bálsamo de nardo puro… como preparação do seu corpo.
Isto é um convite a que também nós possamos preparar-nos interiormente para participar nos mesmos mistérios.

- Muitos tinham ido a Betânia ver Jesus e ver Lázaro… e por causa deste muitos acreditaram em Jesus de modo que os príncipes dos sacerdotes queriam não só matar Jesus como também o próprio Lázaro.
Isto quer dizer que o destino de Jesus é o destino de qualquer discípulo seu. Ele assumiu o nosso destino, pagando por nós. Não podemos esquecer que não temos o mesmo destino dele porque ele tem o mesmo destino que nós.

Preparemo-nos, passemos pela paixão, abracemos a cruz e seremos como Jesus, pois o nosso destino é comum.

domingo, 24 de março de 2013

Domingo de Palmas


Ano C - Domingo de Ramos e da Paixão

Domingo de Palmas ou de Ramos:
- As folhas de palmas têm 3 significados
São símbolo de Vitória (Cristo foi para a sua paixão já vitorioso, pois há plena unidade dos seus mistérios).
São símbolo de Pureza (Não encontravam motivo de condenação em Jesus, pois ele só fazia o bem, era íntigro e sem mancha).
São símbolo de Martírio (pois Jesus entregou-se totalmente, doou a sua vida).
 
Domingo da Paixão:
De que lado estamos? Há 3 tipos de pessoas nesta narração:
- Jesus - Homem íntegro, sempre igual a si mesmo.
- Os acusadores - Eram os que mais perto estavam de Jesus. Grtavam alto, podiam ser poucos mas faziam muito barulho e faziam muito.
- Os neutros ou indiferentes - estavam à distância a ver o que acontecia, sem se pronunciar, nem intervir. Estavam de braços cruzados. Estes, assim neutros, faziam muito mal, mais ainda do que os acusadores.
- Os vira-casacas - Mudavam de opiniao e de adesão conforme o vento. Horas antes gritavam hossanas, depois gritaram à morte... Gente que não tem consistência...
- Os Defensores - São os amigos de Jesus, umas poucas mulheres (Marias) e um jovem discípulo (João). Estavam ali calados mas a sua presença foi mais notada por Jesus do que todas as outras...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Fazer-se Deus


6ª Feira - V Semana Quaresma

Os judeus queriam apedrejar Jesus, pois acusavam:
- É que tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus!

E nós o que dizemos?
- Tu, sendo Deus, te fizeste a ti próprio homem!

E nesta competição, uns dizem uma coisa, nós dizemos outra coisa, quem vence?
Os acusadores falam alto,nós defensores estamos calados.
Pelo menos digamos com mais convicção, defendamo-lo mais a sério, para que os acusadores de Jesus não levem a melhor.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Via Sacra (13)


A via-sacra dos sinais de trânsito
ou os sinais do trânsito da Via-sacra
1ª Estação - Jesus é condenado à morte
Sentido obrigatório












Jesus ao ser condenado à morte seguiu o caminho do Calvário como sentido obrigatório.
Também na nossa vida temos tantas setas que nos indicam o caminho que devemos seguir.
Uma vez perguntaram a Santa Teresinha do Menino Jesus, que estava muito doente, se tinha passado melhor a noite ou se tinha sofrido muito. Ela simplesmente respondeu:
- Sim, sofri muito porque quis…
A Madre mostrou-se surpreendida: Como é que sofreu porque quis?
- Sim porque eu quero tudo o que Deus quer.
Assim também saibamos através da nossa vontade seguir o nosso caminho do Calvário, querendo o que Deus quer e deixando-nos orientar por esse sentido obrigatório.


2ª Estação - Jesus carrega com a cruz
Cruzamento











Podemos contemplar Jesus a carregar com a sua cruz pelo caminho do Calvário. Nós podemos encontrá-l'O hoje nas encruzilhadas da nossa vida com a mesma cruz e sempre com a mesma determinação.
Às vezes as encruzilhadas da nossa vida são para nós autênticas cruzes. Saibamos passar por elas com a determinação, coragem e amor do Senhor Jesus.
Que saibamos discernir qual o caminho que o Senhor nos indica e prosseguir mais além, pois mais cedo ou mais tarde nos cruzaremos com o Senhor Jesus nos caminhos da nossa vida.


3ª Estação - Jesus cai pela 1ª vez
Proibido Parar ou Estacionar













No Caminho do Calvário Jesus avançou por entre a azáfama da multidão e o desprezo dos opressores. Jesus caiu na calçada, mas era proibido parar ou estacionar. Ele teve de levantar-se e avançar, mesmo com as forças a esgotarem-se.
Também na nossa vida, apesar das dificuldades e da escassez de condições, devemos avançar sempre. Não podemos parar, cruzar os braços ou desistir.
Que o Senhor Jesus nos ensine a persistir na nossa caminhada para que possamos alcançar a meta que nos está destinada.

4ª Estação - Jesus encontra a sua mãe
Pista para Peões












Maria de Nazaré nunca perdeu de vista o seu filho Jesus. Quer nos momentos de alegria e de festa, quer nos momentos de desterro, de amargura e dor, esta estava sempre junto de Jesus. Silenciosa guardava tudo e todos no seu coração. Ela caminha lado a lado com Jesus.
Acompanhando o seu Filho no caminho do Calvário, transforma essa via em pista de peões. E não sabemos se afinal é ela quem acompanha o Filho ou se é este que dá a mão à sua Mãe.
Que saibamos saborear da companhia de Jesus e de Maria. Como caminhantes, nunca vamos sozinhos. Ao contemplar Maria acompanhando Jesus, recordemos que tanto Jesus como Maria Santíssima nunca nos abandonam. Sobretudo nos momentos mais dolorosos podemos contar com a sua companhia e proteção.

5ª Estação - Jesus é ajudado pelo Cireneu
Trânsito nos dois sentidos












Jesus tinha feito eco das Escrituras que convidavam a amar o próximo como a si mesmo, como se o outro fizesse parte de cada um.
Jesus, ao ser ajudado por Simão de Cirene, confirmou que essa palavra foi aqui plenamente realizada e cabalmente vivenciada.
A solidariedade, a interajuda, a caridade ou a generosidade é uma estrada com dois sentidos: É uma dar e um receber, um duplo benefício, um intercâmbio de valores.
Não sabemos quem recebeu mais ou ofereceu mais: se Jesus que foi ajudado, se o Cireneu que O ajudou. Com certeza ambos deram e receberam.
Que Jesus nos ensine a ir ao encontro dos outros para que todos possamos crescer e avançar.
Se nem toda a gente valoriza a caridade, a caridade vem valorizar toda a gente.


6ª Estação - Jesus encontra Verónica
Posto de Primeiros Socorros












Jesus seguiu com a sua cruz, no meio de encontrões, tropeços, acusações tal como por entre ignorância ou indiferença total. Ninguém podia dizer que não sabia o que se estava a passar, ou que não se apercebia da presença e da necessidade de Jesus.
Apenas uma mulher, que ficou para a história com o nome de Verónica, que quer dizer rosto verdadeiro, é que se aproximou e lhe prestou assistência. Ela foi um posto de socorro para Jesus. Limpou-lhe o rosto e guardou para sempre essa figura, não só no lenço, mas sobretudo no seu coração e na nossa memória coletiva.
Sempre que alguém se aproxima de um necessitado está a ser um posto de socorro.
Sempre que alguém presta assistência a um indigente, está a recompor o rosto de toda a humanidade, o rosto de Cristo, pois cada pessoa é imagem e semelhança de Deus.


7ª Estação - Jesus cai pela 2ª vez
Queda de Pedras












Jesus caiu como pedra sobre as pedras do caminho. Apesar disso Ele é a rocha firme, sobre a qual podemos edificar. Ele é o rochedo da nossa salvação.
Nesta estação, mais do que contemplar a Cristo a cair, podemos tomar consciência das pedras que caiam sobre Jesus. Eram pedras que feriam, eram palavras odiosas, acusações injustas… E no meio de tanta pedra a cair, Ele também cai para logo se levantar.
Uma vez Ele disse que quem não tivesse pecado algum poderia atirar a primeira pedra sobre alguém. Mas ninguém quis ouvir tais palavras e por isso vivemos no meio de tanta pedrada.
Para que deixe de cair pedras no caminho de Deus ou dos nossos irmãos, olhemos para as nossas mãos e limpemos as nossas mãos de qualquer tipo de pedra, pois se as nossas mãos estão cheias de pedras, não estarão livres para cumprimentar e ajudar quem precisa.


8ª Estação - Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Proibido Buzinar












Um grupo de mulheres acompanhou Jesus, chorando e compadecendo-se do seu estado.
Jesus sugeriu-lhes que nunca se esquecessem de ter a mesma atenção para com os seus filhos. Estas mulheres sem pronunciarem palavra alguma, no meio de tanta algazarra e gritaria de acusações, choravam… De facto as lágrimas são uma eloquente maneira de partilhar silenciosamente as penas dos outros…  
Jesus também experimentou tal partilha silenciosa das lágrimas: Ele chorou sobre Jerusalém, chorou pela ausência do seu amigo Lázaro, chorou o abandono dos seus amigos no Jardim das Oliveiras.
Saibamos nós também chorar em silêncio com os que choram para que possamos então alegrarmo-nos também com os que se alegram. Seremos bem-aventurados pois se agora choramos, um dia seremos consolados.

9ª Estação - Jesus cai pela 3ª vez
Piso Escorregadio











Nesta estação podemos ver Jesus de novo a cair. Não sabemos se caiu por causa do peso da cruz, se foi devido ao esgotamento das suas forças ou se foi por causa do caminho tortuoso, escorregadio e doloroso. Com certeza que a conjugação de tantos fatores fez com que Jesus ficasse durante alguns momentos de rasto.
O convite a preparar o caminho do Senhor, tem sido uma constante desde as mais remotas etapas da nossa salvação.
Também o caminho da nossa vida não é um mar de rosas. Há troços que escorregam, troços esburacados, não cuidados ou mal preparados.
Apesar disso é preciso avançar.
Peçamos a Jesus que nos ensine a caminhar sempre mesmo pelos caminhos tortuosos da nossa vida. Que saibamos avançar sem nunca nos deixarmos cair ou sujar pelos caminhos deste mundo e nem sequer nos queixarmos do caminho.

10ª Estação - Jesus é despojado das suas vestes
Outros Perigos












No meio de tantas dificuldades e tormentos, ainda faltava mais este constrangimento. Jesus foi despojado de tudo o que tinha.
Que outros perigos tinha ainda de enfrentar?
Jesus, que nasceu pobre, viveu humilde e simples, e morreu despojado de tudo ensina-nos que o verdadeiro perigo não é nem a pobreza nem a riqueza. O verdadeiro perigo é a dureza do coração…
É por isso que retiraram as vestes de Jesus para que ficasse com o peito despido, à vista de todos… Assim podemos contemplar a pureza do seu coração.
Que saibamos nós também enfrentar todos os perigos que nos cercam, sempre com um coração puro à imagem do Coração de Jesus.
Aprendamos d'Ele que é manso e humilde de coração e venceremos todos os perigos.

11ª Estação - Jesus é crucificado
Obras na via












No alto do Calvário Jesus foi pregado ao madeiro da cruz.
Ele estava habituado a esses instrumentos de trabalho: madeira, pregos, martelos, traves, barrotes etc. Ele era conhecido como o carpinteiro, ou como filho de carpinteiro.
Mas aqui o seu trabalho é outro.
A sua obra por excelência é a obra da redenção.
Jesus é crucificado para completar a sua obra.
Que saibamos então fazer do nosso trabalho, da nossa atividade, uma obra de redenção e fazer da nossa salvação uma atividade ou um trabalho que envolva todas as nossas forças e toda a nossa vida.

12ª Estação - Jesus morre na cruz
Paragem Obrigatória












Segundo a tradição, às três horas da tarde, Jesus morreu no alto da cruz e… toda a criação parou, todas as criaturas suspenderam a respiração, toda a natureza suspirou.
Saibamos parar para contemplar aquele que morreu por nós.
Como diziam os pastorinhos de Fátima, Jesus morreu para pararmos de fazer o mal.
Contemplemos aquele que trespassaram.
Dizem que o termo STOP é constituído pelas iniciais de: Se Tens Olhos Pára.
Olhemos então para Jesus, paremos para refletir e para mostrar que podemos iniciar uma vida nova, de mudança e conversão.
Quem não sabe parar não sabe para onde vai, tal como quem não morrer não pode viver para a eternidade.
13ª Estação - Jesus é descido da cruz
Descida Acentuada












Jesus ao nascer, ao descer do Céu à terra, passou pelos braços de Maria, sua mãe. Agora também ao morrer, ao descer da Cruz para o Sepulcro passa pelos mesmos braços de sua mãe.
Jesus disse um dia que quem se humilhar será exaltado e vice-versa…
É por isso que ele humilhou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo, humilhando-se até à morte e morte de Cruz. Mas Deus O exaltou e O glorificou.
Que saibamos fazer das nossas descidas o sinal da nossa humildade e a nossa entrega nas mãos da nossa Mãe do Céu.

14ª Estação - Jesus é sepultado
Túnel












Às vezes temos, de ao entrar num túnel das nossas estradas, a sensação de estarmos a entrar numa gruta sem saída.
Nesta estação o que podemos contemplar é precisamente o contrário.
Jesus ao entrar na gruta do seu túmulo, não entra numa gruta mas sim num autêntico túnel… pois o seu túmulo foi a gruta do seu novo nascimento, foi o túnel que o conduziu à ressurreição e à vida eterna.
Saibamos nós também atravessar os túneis das trevas da nossa vida para que possamos com Cristo ressuscitar e alcançar a vida em abundância.
15ª Estação - Jesus Ressuscita
Semáforos











Com a sua Ressurreição, Cristo abriu-nos o caminho da salvação e escancarou para todos a porta da eternidade. A partir daí há sempre luz verde para prosseguirmos o caminho da plenitude de vida.
Mas ao mesmo tempo há que renunciar a tudo o que nos pode travar nesse caminho. É preciso respeitar o sinal vermelho do pecado, da falta de fé, falta de esperança ou ou falta de caridade.
Para além disso, Jesus ensina-nos a prudência e a vigilância, qual luz amarela ou sinal intermitente deve merecer a nossa atenção.
Estejamos atentos aos sinais dos tempos, ao código de trânsito, aos sinais de orientação que o Senhor continua a colocar na nossa vida para que O possamos seguir, pois só Ele é o Caminho, a Verdade e a vida.

Eu sou


5ª Feira - V Semana Comum
 
- Foi por Jesus ter dito: Eu sou! - que os seus ouvintes queriam apedrejá-lo. Eles levavam estas palavras muito a sério.
De facto, Jesus dizia que antes de Abraão existir, já "Eu sou!"
Tal como Moisés ouviu da Sarça Ardente Deus dizer: Eu sou aquele que é! Eu sou Javé, Jesus também revela-se do mesmo modo.
Ao dizer simplesmente EU SOU, Jesus está a revelar-se Deus.
De facto só Ele é o nosso Deus. Só a Ele devemos adorar, invocar, escutar.
 
- Ao ouvir esta declaração, tenho a tentação de compará-la com as nossas declarações:
Eu penso, afirma o filósofo.
Eu tenho, diz o rico.
Aqui mando eu, diz o opressor.
Eu faço, previne o operário.
Eu posso, vangloria-se o ditador.
Eu ensino, orgulha-se o professor...
EU SOU, diz Deus simplesmente.
 
Aprendamos com ele a afirmarmo-nos não por aquilo que sabemos, temos ou fazemos... mas simplesmente por aquilo que SOMOS... verdadeiros filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança.

terça-feira, 19 de março de 2013

Guardiões


Hoje, solenidade de São José, patrono da Igreja universal, é também o dia do início oficial do pontificado do Papa Francisco, Pastor da Igreja.

Rezamos no início da celebração:
"... Na aurora dos novos tempos foi confiada a São José a guarda dos mistérios da salvação...
Que a Igreja tenha a graça de os conservar fielmente e de os realizar plenamente..."

A missão de São José é a missão de cada cristão, de cada um de nós.

O Papa Francisco disse hoje na sua homilia de início do seu pontificado:

"São José guardando Jesus e Maria, guarda toda a criação, guarda a todos, especialmente os pobres.
Guardar quer dizer vigiar os sentimentos do nosso coração...
Sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus na natureza, guardiões do outro, do ambiente, e até huardiões de nós mesmos...
(Peço-vos - disse ao telefone aos cristãos reunidos nesta madrugada na catedral de Buenes Aires . peço-vos que caminhem todos juntos, tomando cuidado uns dos outros. Não vos façam mal, cuidem de vós, da família, da vida, da natureza, das crianças, dos idosos.
Não tenham medo de Deus, Ele é Pai.)
São José parece um homem forte, corajoso, trabalhador, mas na sua alma há uma grande ternura que é a virtude dos fracos, que denota a força da mente e a capacidade de se concentrar, a compaixão, a a abertura genuína ao outro, a ca+acidade de amar...
Não devemos ter medo da bondade, da ternura..."

segunda-feira, 18 de março de 2013

Tal Pai, tal Filho

2ª Feira - V Semana Quaresma
 
- Da 1ª Leitura
Ninguém julga ninguém e ninguém deve condenar ninguém, pois nós é que nos condenamos a nós mesmos. Nem Deus nos condena, nós é que somos vítimas das nossas próprias ações e julgamentos. Tal sucedeu no episódio da intervenção de Daniel.
 
- Do Evangelho
Jesus e o Pai são um SÓ, por isso podemos dizer tal Pai, tal Filho ou tal Filho, tal Pai. É por isso que Jesus está na Terra sem deixar de estar no Céu e está no Céu sem deixar de estar na Terra.
Assim nós também se estivermos unidos a Jesus, estamos unidos ao Pai e estaremos cá na terra sem deixarmos de estar no céu e estaremos no céu sem deixarmos de estar na terra.
 
 

Via Sacra (12)



A Via-sacra da água e a água da via-sacra

2013 Ano Internacional da Cooperação da Água

1ª Estação - Jesus é condenado à morte
Lavar as mãos

O tribunal, ao condenar um inocente que só tinha feito o bem, incorreu numa notória injustiça. Apesar disso, ninguém protestou, ninguém procurou defender a verdade, ninguém quis ficar ao lado do inocente. Todos quiseram lavar as suas mãos, livrando-se de qualquer responsabilidade naquela condenação injusta.
Ao contemplarmos Pilatos e todos os outros a lavar as suas mãos, podemos concluir que nem tudo pode ser lavado pela água. Há determinadas coisas que a água não limpa.
Examinemos a nossa consciência. Procuremos defender sempre a verdade. A água não lava tudo. Só a verdade nos purifica e nos liberta.

2ª Estação - Jesus carrega com a cruz
Faz-te ao largo

Em várias ocasiões Jesus caminhou pelo mar adentro. Costumava atravessar para outra margem na companhia dos seus discípulos.
Nesta estação Jesus encetou outra travessia, não no madeiro de um barco, mas de uma cruz. E desta vez viajou sozinho, pois parecia que todos o abandonavam.
Ele convidou os seus amigos a fazerem-se ao largo, a ir mais além, a passar para o outro lado do mar.
Nas nossas travessias, saibamos ir mais além, firmes no mastro que é a cruz de Cristo.
Apesar de ninguém ter estado, nesta estação, a seu lado, nas nossas travessias Ele está sempre connosco.

3ª Estação - Jesus cai pela 1ª vez
Água da chuva

Tal como a chuva que cai e não volta ao céu sem ter primeiro regado e fecundado a terra, também o Verbo de Deus caiu à terra e a regou com o seu sangue.
Jesus caiu por terra não tanto porque as suas forças eram poucas ou a cruz era demasiado pesada. Ele caiu porque a terra precisava de ser regada, purificada e alimentada com o seu sangue redentor.
Se a nossa terra ou a nossa vida está árida e seca, não é por falta de água, pois Cristo continua a cair qual chuva fortificante. Nós é que muitas vezes queremos saciar a nossa sede noutras fontes que não nos dão a vida para a eternidade.


4ª Estação - Jesus encontra a sua mãe
Água benta

A proximidade de Maria mãe de Jesus foi uma bênção e um alento para Jesus. O nome de Maria tem a mesma raiz que a palavra Mar. Maria é a estrela do mar, é a fonte de água benta.
Não sabemos se foi Jesus quem Se aproximou de Maria ou se foi Maria quem se aproximou de Jesus nesta estação. Tal como não sabemos se somos nós que recebemos água benta ou se é a água benta que nos recebe.
Sempre que alguém se aproxima de Maria, ou sempre que Maria se aproxima de nós, somos abençoados, pois dela emana uma fonte sagrada de água de todas as graças.

5ª Estação - Jesus é ajudado pelo Cireneu
Dar um copo de água

Jesus um dia prometeu recompensar a generosidade nem que fosse de um simples copo de água. Simão de Cirene deu muito mais. Ele ajudou a levar a cruz de Cristo. Por isso não deixará de receber a sua recompensa que é a alegria da doação, a felicidade da caridade e a gratidão da generosidade.
Quem faz o bem prolonga-se na eternidade através do bem realizado, porque o bem para ser bem tem de ser eterno. É essa a recompensa prometida a quem der nem que seja um copo de água.
Saibamos partilhar o que temos e somos, saibamos saciar a sede de Deus e saibamos agradecer todos os benefícios que o Senhor nos faz.


6ª Estação - Jesus encontra Verónica
Suor do rosto

Jesus no caminho do Calvário, com o peso da cruz, os obstáculos da calçada, as provocações dos agressores, o calor do sol, avançava coberto de sangue e suor. Já na noite anterior, na antevisão da sua paixão, havia suado gotas de sangue. Toda a gente olhava para Jesus, mas ninguém reparava no seu suor ou se reparava ninguém se atrevia a aproximar-se e a aliviá-lo.
No Paraíso, o homem foi condenado a trabalhar para comer o pão com o suor do seu rosto, por causa da sua desobediência. Na paixão, é Jesus que redime o homem com o suor do seu rosto para restaurar a sua obediência.
Que o suor do nosso rosto seja sinal do nosso empenho para sermos dignos de alcançar a redenção de Cristo.

7ª Estação - Jesus cai pela 2ª vez
Água da humildade

Diz-se que a água é tão humilde que procura sempre os lugares mais baixos. Assim Jesus, ao cair pela segunda vez, mostra que é a encarnação perfeita da humildade. Ele veio para servir e não para ser servido. Ele é manso e humilde de coração. É por isso que como a água humilde, Jesus deixa-se escorregar pela terra, na sua humildade, para que todos possam ser regados, purificados e vivificados.
Para além desta humildade a água é exemplo de constância. É humilde porque cai, é constante porque “água mole em pedra dura, tanto dá, até que fura. É por isso que Jesus caiu pela segunda vez, porque é humilde, e levantou-se da queda porque é persistente.
É preciso ser humilde e constante para que as quedas possam transformar-se em canções e regar as raízes para que nova vida possa brotar, erguer-se e florir numa nova e eterna primavera.

8ª Estação - Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Água nos olhos

Um grupo de mulheres de Jerusalém chorou com Jesus. Os seus olhos ficaram rasos de água. Jesus agradeceu-lhes mas aconselhou-as a estar atentas aos seus filhos…
Jesus chamou assim a atenção para aquilo que às vezes nos acontece. Se a nossa vida é dura, se as tormentas são dolorosas, se a noite é de trevas, então os nossos olhos podem encher-se de lágrimas. Mas atenção: se não pararmos de nos lamentar, se não deixarmos de chorar, as nossas lágrimas impedir-nos-ão de ver as novas realidades, como diz uma canção popular – se choras por teres perdido o sol, as lágrimas vão impedir-te de ver as estrelas.
Que Jesus nos ajude a secar as lágrimas de tantos olhos para podermos olhar mais além.

9ª Estação - Jesus cai pela 3ª vez
Água do Dilúvio

Jesus estava de rastos outra vez. Jesus parecia a chuva de um dilúvio que não parava de cair e inundava tudo. Caiu, mas não foi para tirar a vida, mas sim para salvar. A sua paixão foi um novo dilúvio… foi a purificação da humanidade. A sua cruz foi a nova arca de Noé.
É preciso navegar pelas águas imensas… Não haverá perigo, mesmo se as ondas forem encapeladas, desde que a água não entre para dentro do barco.
Assim a nossa vida. Também podemos cair tantas vezes, ser atingidos por tantos dilúvios ou inundações, mas que esse mal não entre dentro do nosso coração.
Ao contemplarmos esta terceira queda de Jesus aprendamos a resistir às quedas sem nos deixar abater interiormente.


10ª Estação - Jesus é despojado das suas vestes
Água transparente

Diz-se que a água é transparente, é modesta, não tem cor, nem cheiro… A água não é vaidosa, mas apresenta-se com toda a simplicidade e verdade.
Jesus ao ser despojado das suas vestes foi como a água pura, verdade revelada, coração sincero.
Também nós somos chamados a viver na verdade e na sinceridade, pois só os puros de coração verão a Deus.
Apesar da água ser transparente, ela só deixa ver o fundo de um poço quando está serena e pacífica.
Que a nossa mansidão seja transparente para podermos ver no fundo do nosso interior as marcas da nossa filiação divina, a imagem e semelhança de Deus.

11ª Estação - Jesus é crucificado
Tenho sede

Jesus no alto da cruz pediu água para saciar a sua sede, para que nunca tenhamos medo de Lhe pedir água de vida eterna.
Ele mostrou-Se com sede, para que não nos esqueçamos de beber da sua fonte.
Jesus continua a ter sede de almas santas, tal como nós temos sede de Deus.
E se algum de nós morre de sede, não será por falta de água, mas sim por não querer beber.
Jesus ao dizer que tem sede recorda-nos que só quem tiver fome e sede de justiça será saciado e entrará na bem-aventurança eterna.
Sempre que tivermos sede de água, lembremo-nos da sede de justiça que só o Senhor nos pode saciar, pois sem a sua ajuda nada podemos alcançar.

12ª Estação - Jesus morre na cruz
Fonte de água viva

Um dos soldados chegando junto de Jesus abriu-Lhe o peito, donde saiu sangue e água.
O Coração de Jesus é a fonte de água viva… É uma fonte inesgotável de todas as graças. Jesus de coração aberto é manancial de amor. Do seu lado aberto nasce a Igreja, a Eucaristia e os sacramentos.
Sempre que alguém leva no seu coração a Cruz de Cristo ou  o Cristo na Cruz , leva consigo uma fonte de vida nova. É uma espécie de fonte portátil… acessível a todos, em qualquer tempo ou em qualquer lugar ou situação.
Que o nosso coração seja também uma fonte inesgotável de amor a Deus e ao próximo.


13ª Estação - Jesus é descido da cruz
Água parada

Jesus ficou inerte nos braços da sua mãe. Mais do que um mar agitado, o coração da sua mãe manteve serenidade. E nos seus braços o corpo de Jesus morto, é como a água estagnada. E sabemos que a água parada ou estagnada é água estragada, elemento morto. Mas no caso de Jesus isso não é verdade, pois ao terceiro dia ressuscitará conforme as Escrituras.
Apesar de nesta estação se parecer com água estagnada, Jesus não conheceu a corrupção.
Ao contemplarmos Jesus que não sofreu corrupção, saibamos viver sem que a corrupção nos conheça. Só assim estaremos unidos a Jesus, como a Senhora da Piedade estava unida ao seu filho.

14ª Estação - Jesus é sepultado
Vapor de água

Jesus ao ser sepultado no túmulo foi como alguém que se escondeu por detrás de uma nuvem para depois, oportunamente Se revelar como homem novo.
De facto a água ao evaporar-se, parece que desparece, mas continua a ser água, apenas muda o seu estado.
Tal aconteceu com Jesus. Através da sua paixão e morte, Ele não despareceu, apenas mudou de estado… Ficou escondido por detrás de uma nuvem. Mas tal como o sol surgindo por detrás das nuvens, depois de um dia cinzento, assim Jesus ressurgirá após a ocultação do cinzento do seu sepulcro.
Nós também somos convidados a deixarmo-nos elevar, como água a evaporar-se, aspirando sempre aos valores do alto.

15ª Estação - Jesus Ressuscita
Renascer pela água e pelo espírito

Jesus ao ressuscitar convida-nos a ressuscitarmos todos com Ele.
A maneira de ressuscitarmos hoje com Ele é deixar-se renascer pela água e pelo espírito. É através da água do Batismo que podemos renascer e fazer Páscoa na nossa vida.
É através do Espírito que podemos viver essa nova dimensão da nossa adesão à ressurreição de Cristo em nós.
Recordemos a água batismal que nos fez nascer para a vida.
Participemos na ressurreição de Cristo, deixando-nos sepultar nas águas do Batismo para que possamos viver sempre com Cristo ressuscitado.