quinta-feira, 30 de maio de 2013

O cego Bartimeu


5ª Feira - VIII Semana Comum

Esta é a história de alguém que não tinha nada , mas ganhou tudo!

- Não tinha vista (era cego)
- Não tinha nome (era conhecido não pelo seu próprio nome, mas pelo nome do pai: filho de Timeu)
- Não tinha bens (pedia esmola)
- Não tinha estrada (estava à beira do caminho)
- Não tinha voz (gritava, mas mandaram-no calar)
- Não tinha vez (era ignorado por todos)
- Até ficou sem manto (deixou cair o manto)
- Deixou de ter um assento (levantou-se de um salto)

O encontro com Jesus devolveu-lhe tudo:
- passou a ter um nome (mandai-o chamar)
- ficou a saber que tinha uma vontade (que queres)
- ficou a saber que tinha uma grande fé (foi ela que te salvou)
- passou a ter vista (começou a ver)
- passou a ter um caminho (pôs-se a seguir o caminho)
- passou a ter um mestre (seguiu Jesus)
- passou a ter tudo... (quem tem Jesus tem tudo)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Chave do serviço


4ª Feira - VIII Semana Comum

A chave do serviço é a melhor maneira de gahnarmos um lugar junto de Jesus.
 
Contaram-me que havia um casal de idosos, que depois de 50 anos de casados, morava sozinho em casa, longe dos filhos. A mulher pediu ao marido:
- Daqui para a frente, devido às tuas maleitas, não te afastes muito da nossa casa. Podes precisar da minha ajuda e não posso ir muito longe.
- Também te peço o mesmo, minha muher. Visita apenas as vizinhas mais próximas, pois podes necessitar de mim e já não posso ir muito longe para socorrer-te.
Assim viviam felizes e zelosos sem se afastarem muito um do outro.
Um dia foram à missa e falaram-lhes de um casal amigo que vivia lá no extremo da aldeia e que estava a passar mal pro motivos de doença.
No dia seguinte o marido disse à mulher que ía dar uma volta pelas redondezas, mas pensou consigo mesmo:
- Não digo nada à minha mulher para não ficar preocupada, mas vou visitar esse casal.
E assim, depois de vaguear à volta da casa , dirigiu-se até ao expremo da aldeia.
Ao chegar lá, qual não foi o seu espanto: a sua mulher também lá estava. A final ela tinha pensado da mesma maneira.
- Com que então? Não te devias afastar da casa e aqui está. Deves-me uma explicação.
- E tu também! Qual é a tua explicação?
- É que eu façoa as coisasde maneira discreta para que não saiba a minha mão direita, o que faz a esquerda - disse a mulher.
- E eu, para nao ficar longe de ti não posso deixar de ficar perto de Deus!
É que a chave do serviço é a melhor maneira de ganharmos um lugar junto de Jesus, sem ter de ficar longe dos outros.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Os últimos


3ª Feira - VIII Semana Comum

Os últimos serão os primeiros;
os primeiros serão os últimos.
Só os do meio serão sempre os do meio!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A solução está no...

 
6ª Feira - VII Semana Comum
 
"... no princípio da criação não era assim... foi a dureza do coração que fez com que houvesse divórcio..."
 
Muitas vezes temos saudades do antigamente, pois no início foi uma coisa e no meio ou no fim as coisas mudaram.
O início de um casamento, de uma consagração, de um missão... é sempre bom e prometedouro. Mas no final as coisas complicam-se e há separações, divórcios, separações, amuos etc...
 
Então que fazer para que o princípio seja sempre o mesmo, no meio e no fim?
Onde está a solução?
 
Cetta mulher apresentou-se a um advogado católico famoso pedindo-lhe a concessão do divórcio por não poder viver mais com o marido, visto ele entrar em casa todos os dias ébrio, discutindo e maltratando tudo e todos.
- E que faz a senhora então?
- Naturalmente não admito isso. eu também não me calo!
- Já vejo que lhe falta em casa um equipamento muito importante...
- Qual? - Perguntou a mulher, pensando logo numa arma, num cassetete ou num bordão.
- Um genuflexório! - Disse o conselheiro - Arranje um genuflexório. E quando, à noite, o seu marido regressar embriagado, fale antes com Deus do que com ele...
 
Eis a solução para evitar discuções, separações ou maltratos. Em vez de falar com quem quer discutir connosco, saibamos falar primeiro com Deus.
 
Disse Alexandre Dumas que as cadeias do casamento são tão pesadas que são necessárias não apenas duas pessoas para as suportar, mas três: Marido, mulher e Deus.
União onde Deus é recebido, tudo se mantém unido.
 
 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ser sal

 
5ª Feira - VII Semana Comum
 
Papa Francisco, na homilia da missa de hoje, colocou em destaque a missão de difundirem o sal da fé, o sal da esperança e o sal da caridade:
"O sal tem sentido quando se dá para dar condimento às coisas.
Penso mesmo que o sal conservado no frasco, com humidade, perde força e não serve.
O sal que nós recebemos é para ser dado, é para temperar, é para ser oferecido.
Pelo contrário torna-se insipido e não serve.
Devemos pedir ao Senhor que não nos tornemos cristãos de sal insípido, como o sal fechado no frasco.
Mas o sal tem também uma outra particularidade: quando o sal se usa bem, não se sente o gosto do sal...
Sente-se o sabor de cada alimento: o sal ajuda a que o sabor daquela refeição seja melhor, seja maos conservado e mais saboroso."
 
O Padre António Vieira, num sermão de 1662, dizia:
"Se Cristo chamou aos apóstolos pescadores, também lhes chamou sal. Pois os pescadores hão de ser sal, e os apóstolos sal, e juntamente pescadores? Sim. O pescador pesca, o sal conserva. E esta é a diferença que há entre os pescadores de homens e os pescadores de peixes: os pecadores de peixes pescam os peixes para que se comem; os pescadores de homens hão de pescar os homens para que se conservem."

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os neutros

4ª Feira - VII Semana Comum

Jesus falou:
- Não proinais ninguém de fazer o bem; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim. Quem não é contra nós é por nós.

Isto quer dizer que não há neutralidade possível.
Diante de Jesus tomamos sempre uma posição: ou sim ou não.
Podemos mostrar-lhe a nossa adesão de várias maneiras:
- Ou por meio de palavras, que são sempre limitadas.
- Ou através de obras, de acções ou gestos.
- Ou através de uma pertença ou de uma participação.

Não há indiferença ou neutralidade possível.


Escreveu assim o Pe. Leão Dehon, na Crónica do Sudeste, nº 6, em junho 1901:
 
"Eu gosto de Dante, mas com reserva. Ele é demasiado gibelino, demasiado carregado de cesarismo, demasiado severo para com os Papas e para com a França. Tem no entanto páginas soberbas, sobretudo aquelas sobre os neutros.
Chama neutros às pessoas inertes, mornas, aquelas que nem são boas nem más, nem carne nem peixe; aquelas que nem agem nem lutam nem por Deus nem pelo diabo.
Cristo disse no Apocalipse que repugnam-Lhe e dão-Lhe náuseas os que nem são quentes nem frios.
Dante teve uma ideia de génio. Acha que estas pessoas não merecem nem o céu nem o inferno. Eles nem são tão distintos no mal, nem tão corajosos no bem. Ninguém quer reconhecê-los como seus, nem Deus nem Lúcifer. Os demónios rejeitam-nos como também os anjos. Era preciso criar um descanso à parte. Dante coloca-os no ADRO DO INFERNO. Eles são a escória da criação…
No nosso tempo, como no de Dante, para estes neutros só há desprezo.
É preciso acreditar e agir. Sejamos dedicados e práticos, como Joana d’Arc… Não podemos ser neutros…"



terça-feira, 21 de maio de 2013

Comparar-se

3ª Feira - VII Semana Comum
 
Jesus falava aos seus discípulos de que iria ser preso, crucificado e morto, mas que ao terceiro dia ressuscitaria... E os discípulos não compreendiam isso, de modo que começaram a olhar uns para os outros e a compararem-se: quem era o maior ou o mais importante ou o mais insignificante!
Jesus represendeu-os:
- Querem comparar-se? Então comparem-se com as crianças... sejam como elas, pois elas são como Eu!
 
Somos assim todos iguais, todos semelhantes aos pequeninos e estes são parecidos com Jesus.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Grandeza e debilidade da oração

2ª Feira - VII Semana Comum
 
Jesus cura um menino possesso de um espírito mudo e surdo que os discípulos não conseguiram curar...
 
1º - Se o espírito do possesso era surdo e mudo, como é que podia ouvir a ordem de sair?
O espírito impuro era mudo para nos recordar que mais do que falar de Deus ao possesso, é preciso falar do possesso a Deus. Mais do que falar-lhe de Deus; há que falar dele a Deus.
 
2º - Isto só se consegue através da oração... É preciso estar unido a Deus para agir. Eis aqui o verdadeiro poder da oração, pois não é nem a oração do agente, nem o agente da oração que faz o milagre acontecer, mas apenas Deus a quem cada um está unido em oração.
 
3º - O poder da oração vem de Deus e do homem. Santo Agostinho dizia que a oração é a força do homem e a debilidade de Deus. Atrevo-me a completar que a oração é ao mesmo tempo a debilidade do homem e a força de Deus.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Diálogo de amor

6ª Feira - VII Semana da Páscoa

A) Reflexão do Papa Francisco:
 
Pecadores transformados pelo amor
O Santo Padre colocou no centro da sua homilia a pergunta de Jesus a Pedro se o amava:
“É um diálogo de amor entre o Senhor e o seu discípulo e percorre a história dos encontros de Pedro com Jesus desde o primeiro vem e segue-me. Pedro deixou-se modelar por Jesus nos muitos encontros ao longo dos tempos, feitos de dor e alegria, de risos e de lágrimas e até de vergonha pelos erros cometidos. Mas, as palavras de Jesus são: Tu és Pedro, e depois lança-o na missão dizendo-lhe: apascenta as minhas ovelhas.
Mas Pedro era um simples pecador…
Pedro era pecador, mas não era corrupto.
Pecadores, sim, todos: Corruptos, não.
 
Uma vez um padre, um bom pároco que trabalhava bem, foi nomeado bispo, e ele tinha vergonha porque não se sentia digno, tinha um tormento espiritual. E foi ter com o confessor. O confessor ouviu-o e disse: Não te assustes. Se com todos aqueles pecados a Pedro fizeram-no Papa tu continua e vai em frente.
 
É que o Senhor Jesus é assim. Faz-nos amadurecer com os nossos encontros com Ele, mesmo com as nossas debilidades, quando as reconhecemos, com os nossos pecados…
O problema não é sermos pecadores mas não deixarmo-nos transformar pelo amor de Cristo.”
 
 
B) A minha reflexão
 
As 3 perguntas e a mesma resposta
Ou a mesma pergunta e as 3 respostas
 
1ª vez com a boca… Sim, tu sabes que te amo. (Palavras apenas palavras, saídas da boca… talvez ditas ao de leve, sem pensar)
 
2ª vez com a inteligência… Sim, tu sabes que te amo. (As mesmas palavras ditas agora depois de pensadas e pesadas)
 
3ª vez com o coração… Sim, tu sabes tudo, bem sabes que te amo. (Palavras personalizadas ditas com o coração, cheias de sentimento, de amor, palavras ditas, pensadas e sentidas, eis a verdadeira resposta)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Deus reza por nós

5ª Feira - VII Semana da Páscoa
 
Desde ontem estamos a proclamar no Evangelho o texto da Oração Sacerdotal de Jesus.
Ele não só escuta as orações que lhe dirigimos, como também ele próprio reza por nós.
Jesus reza por nós; ele está constantemente a torcer por nós, a tirar por nós...
 
Há dias um jovem apresentou-se-me:
- Senhor padre, eu sou um bom católico...
- Muito bem e rezas muito?
- O quê, senhor padre? Eu sou católico, mas não sou fanático.
Um seu colega, ao ouvir isto, defendeu-se
- Olha, eu rezo, mas não sou fanático.
- Ainda bem. E quando é que rezas? - Perguntei-lhe.
- Eu rezo quando tenho medo ou quando preciso de algum bem...
 
Eu tenho a certeza que Jesus reza por nós porque é Cristo (cristão, católico, isto é universal, pois reza por todos.)
Ele reza por nós porque é fanático, isto é, perdeu a cabeça por nós, perdeu a vida por nós, é louco por nós.
Ele reza por nós porque tem medo que nos percamos ou porque está a contar com algo que lhe podemos dar...
 
Eu nem sempre rezo a Deus, mas tenho a certeza de que Ele reza sempre por mim!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Olhar o céu / Olhar a terra


Festa de Nossa Senhora de Fátima


Um novo céu e uma nova terra:
Rezar a Deus / Rezar aos Homens.
Olhar o céu / Olhar a terra.
Glória a Deus / Paz no mundo
Deus é Deus / Homens sede homens.

Paulo VI em Fátima, 13 de Maio de 1967:
“Tão grande é o nosso desejo de honrar a santíssima Virgem Maria Mãe de Cristo e por isso mãe de Deus e Mãe nossa, tão grande é a nossa confiança na sua benevolência para com a santa igreja e para com a nossa missão apostólica, tão grande é a nossa necessidade da sua intercessão junto de Cristo, que viemos peregrino humilde e confiante, a este santuário… Queremos pedir a Maria uma Igreja viva, uma Igreja verdadeira, uma Igreja unida, uma Igreja santa.
E assim passamos à segunda intenção deste nosso peregrinar, intenção que enche a nossa alma: o mundo, a paz do mundo.
Por isso a nossa oração, depois de se ter dirigido ao céu, dirige-se aos homens de todo o mundo. Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede magnânimos. Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse, não como contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com eles… Homens, sede homens!”

domingo, 12 de maio de 2013

Presença e missão

Ano C - Ascensão de Jesus
 
1ª Reflexão - Missão
Jesus sobe ao céu, mas antes envia os seus discípulos a continuar a sua obra. Para isso promete-lhes a força do Espírito que lhes enviará em breve e que lhes ensinará toda a verdade.
Isto quer dizer que Jesus conta connosco para levar avante a sua ação.
Ele conta connosco. O Espírito também nos dará força e nos ensinará. Ele não fará a nossa parte, apenas nos ensinará a fazer.
Conclusão:
Não fazemos a parte de Jesus e Ele não fará a nossa pate.
Ninguém fará a parte do Espírito e o Espírito não fará a nossa parte.
Portanto, mãos à obra! Se não fizermos a nossa parte, mais ninguém a fará. Assumamos a nossa missão.

 Reflexão – Presença
Jesus retira-se, mas promete acompanhar sempre os seus discípulos. Ele nunca diz adeus, mas até logo, ou até já!
Faz-me lembrar um ritual de passagem entre os  índios cherokes:
“O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho no alto de uma montanha.
O filho fica lá durante toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.
O menino fica, naturalmente, com medo.
Ouvirá toda classe de ruídos.
Os animais selvagens podem estar ao redor dele.
Talvez alguns homens possam feri-lo.
Os insetos e cobras podem picá-lo.
Pode sentir frio, fome e sede.
O vento pode soprar forte e os galhos se agitarem e produzirem barulhos assustadores, mas ele ficará sentado, heroicamente, sem remover a venda e sem gritar por socorro.
Finalmente, após uma noite horrível, o sol aparece e o menino remove a venda.
Então descobre seu pai sentado perto dele.
Ele passou a noite inteira protegendo seu filho de qualquer perigo.
Se ele conseguir passar a noite inteira na floresta, será considerado um homem.
Mas não poderá contar esta experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.
Para os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.
Nós também nunca estamos sozinhos!
Mesmo quando não percebemos, Deus está olhando para nós, sentado ao nosso lado protegendo-nos.”
Assim Jesus não nos abandona, mas está sempre presente. Nós é que às vezes estamos com os olhos vedados…
Saboreemos a companhia de Jesus, mesmo no meio das trevas do nosso existir.

terça-feira, 7 de maio de 2013

A alegria do sacrifício

3ª Feira - VI Semana da Páscoa
 
Na Primeira leitura o carcereiro ao ver a coragem, determinação e alegria dos cristãos perseguidos, quis ser como eles, deixando tudo e convertendo-se. E foi grande a sua alegria.
 
Recordo as palavras do Papa Francisco, na sua homilia de hoje:
“O cristão que se lamenta deixa de ser um bom cristão, é o senhor ou a senhora das lamentações.
O processo de maturidade cristã opera-se através da estrada da paciência e exige tempo, como um bom vinho.
O silêncio de suportar a cruz não é um silêncio triste, é doloroso, muitas vezes muito doloroso, mas não é triste.” 
 
Recordo também um episódio histórico que nos pode alerta para o valor do sofrimento.
Só o que dói faz bem! Só damos valor àquilo que nos custa:
João Villaret contou este facto ocorrido numa das suas passagens artísticas por Luanda.
No hotel havia um criado preto, muito simpático, chamado Sabonete. Um dia, voltou-se para Villaret e disse-lhe:
- Patrão: gostava de ver o patrão no teatro…
- Lá por isso, Sabonete, eu dou-te, gostosamente, um bilhete para entrares.
- Não, patrão. Sem pagar… não dar gosto! – respondeu o preto.
A verdadeira alegria e consolação só nascem daquilo que exige de nós um sacrifício…