quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Perseguidos em casa
4ª Feira - XXXIV Semana Comum
"Sereis entregues pelos da vossa casa..."
Quem é quem?
Quem são os nossos perseguidores?
Quem nos martiriza ou tira a paciência?
Quem está mais perto de nós ou quem está longe?
Padre Antóntio Vieira:
"O que excede todo o espano... é que os perseguidores de Cristo e dos seus pregadores não são hoje os infiéis, mas sim os cristãos...
Nas perseguições dos Neros e Dioclecianos os gentios perseguiam e matavam os mártires e os cristãos veneravam esses mártires.
Hoje os cristãos são os que perseguem os seguidores de Cristo, e os gentios veneram esses cristãos..."
domingo, 25 de novembro de 2012
Rei de Amor
Cristo Rei e Senhor do Universo
Celebrar
Cristo Rei é celebrar uma verdade da fé que proclamamos no Credo:
Creio
em Jesus… e no Seu reino que não terá fim.
É
celebrar também o que rezamos na oração do Pai Nosso: Venha a nós o vosso
reino.
Não
é um rei de coroa, de trono, de cetro, de honra ou majestade, nem de poder ou
autoritarismo.
É
um rei de amor.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Negócios à parte
6ª Feira - XXXIII Semana Comum
“Jesus
expulsa os vendilhões do Templo…”
- Comércio não é oração.
Posso rezar enquanto faço os meus negócios,
mas não posso fazer negócio nenhum enquanto rezo.
- Oração não é comércio.
Seria um negócio desproporcional,
pois que podemos dar a Deus em troca daquilo que Ele nos dá? Aliás, tudo o que
temos nos vem de Deus e nada temos de nosso para lhe dar em recompensa.
- Oração é graça, amor, dom.
Rezar faz desaparecer a distância
entre nós e Deus e entre Deus e nós num gesto de amor, aceitação e gratidão.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
E Jesus chorou
5ª Feira - XXXIII Semana Comum
"E Jesus chorou sobre Jerusalém..."
Ele chorou por nós para nós podermos chorar com Ele.
Ele chorou para que nós tivéssemos alguém que chorasse connosco.
Ele chorou por nós porque nós não choramos o suficiente.
Já agora fico a pensar que nos evangelhos temos pelo menos 3 situações em que Jesus chorou.
E eu fico a pensar: E Jesus a cantar? Temos algumas citações?
Sim, temos. Foi na última ceia na quinta-feira... no final da refeição, cantaram os salmos e depois sairam para o Jardim das Oliveiras.
Jesus chora, Jesus canta, dorme, bebe, jejua, descansa, reza...
Tudo normal...
Conclusão: Jesus faz tudo como nós para que nós possamos fazer tudo como Ele!
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Sobe e desce
3ª Feira - XXXIII Semana Comum
Dois verbos, duas acções, duas atitudes e duas personagens na mesma pessoa no Evangelho de hoje: ZAQUEU.
Subir/Descer; Ver/Ser Visto; O Velho Zaqueu/O Novo Zaqueu; O Cobrador de Impostos/O Dispensador Generoso; O chefe dos Publicanos/O Exemplo dos Convertidos.
Zaqueu SUBIU para ver. Ele foi visto e DESCEU porque SUBIU na consideração de Jesus e por isso DESCEU na humildade reconhecendo a alguma injustiça praticada.
Quando Zaqueu sobe, então é que desce... e quando desce então é que está a subir.
É preciso subir, elevar-se para ver Jesus.
Este subir supõe sempre um descer.
Zaqueu ao subir teve de descer de si mesmo, do seu posto de chefe de cobradores de impostos, do seu estatuto de pessoa rica ou importante.
Assim também acontece connosco:
É a subir que a gente desce.
É a descer que a gente sobe.
É preciso às vezes dar um passo atrás para poder avançar mais além.
Às vezes é preciso calar para se fazer ouvir.
Ou é preciso ver para ser visto.
Outras vezes é preciso dar o braço a torcer para que ele fique direito.
É preciso humilhar-se para ser exaltado.
Enfm, é preciso baixar-se para subir mais alto, descer para subir ou subir para descer.
domingo, 18 de novembro de 2012
Onde estão os seminaristas
Duplo testemunho
Neste dia dos seminários tive a oportunidade de celebrar a eucaristia dominical na Capela do Seminário Dehoniano, no Funchal, Colégio Missionário do Sagrado Coração. Como é habitual, os seminaristas estavam em fim de semana com a família nas diversas paróquias.
Perguntei então aos presentes:
- Onde é que acham que estão os seminaristas?
A resposta foi imediata...
- Estão na casa deles!
- Não, não - disse eu - os seminarisas não estão na casa deles, estão sim nas vossas casas.
Pois é. Os seminaristas estão a morar convosco, são vossos filhos, vossos familiares, vossos vizinhos.
Os seminaristas, futuros sacerdotes e animadores das comunidades eclesiais, não estão longe de nós... pertencem à nossa família.
É preciso apoiá-los, animá-los, acarinhá-los...
Durante a semana passada alguém na minha presença lamentava-se do seu pároco.
Perguntei-lhe muito simplesmente:
- E tu o que tens feito para exigires um padre melhor?
De facto quem não ajuda o seminário não merece os padres que tem.
Por que criticamos os padres, quando nada fazemos para os merecermos?
E eu? Tenho o pároco que mereço?
Como posso esperar a sua ajuda se nunca o ajudei.
Quem não ajuda os seminaristas não merece os padres que tem.
O tempo e a eternidade
Ano B - XXXIII Domingo Comum
Faltam-nos duas semanas para
terminar o ano litúrgico, qual ciclo pedagógico que pretende ajudar-nos no
nosso crescimento espiritual, sobretudo com a meditação e a celebração do
mistério de Cristo. O mês de Novembro, em pleno clima de Outono, traz-nos as últimas
etapas desta caminhada, convocando todos os cristãos para uma meditação sobre o
fim dos tempos e o cumprimento da história da salvação. É bom pensar
serenamente no final para poder entender melhor o princípio e sobretudo para
saber viver o presente. Meditar nas realidades ultimas é sinal de valentia
espiritual.
As leituras deste domingo
convidam-nos a transcender o tempo para desvendar a eternidade, quando Jesus, o
filho do homem, voltará para encerrar a etapa temporal da História. Recordam
que o céu e a terra passarão e que tudo acabará, mas isso não será um fim mas
um recomeço.
O discípulo de Cristo não deve
angustiar-se por conhecer de antemão o futuro nem viver preocupado com
concepções milenaristas. O futuro está nas mãos de Deus tal como o começo de
tudo esteve nas Suas mãos. Por isso o cristão não está dependente de
curiosidades imaginárias para adivinhar o seu futuro e o fim do mundo, mas
viver no presente em atitude vigilante e cheia de esperança.
Para nós, verdadeiramente, não
nos importa saber ou não quando, ainda que, certamente, nos ajudará saber que o
fim do tempo, no plano de Deus, não será um desastre aniquilador, mas o
coroamento da sua obra criadora que então entrará na eternidade. A Parábola da
figueira é um convite à vigilância e à interpretação dos sinais dos tempos.
Quando dos seus ramos brotam rebentos novos, sabe-se que a primavera está
próxima, embora ainda não tenha começado. Os sinais dos tempos não anunciam o
fim do mundo, mas a proximidade para qualquer geração ou nova criação. A
história final do mundo ou de cada pessoa não é uma catástrofe, mas salvação. E
não poderia ser de outra forma, pois no começo da história humana, a criação
foi um grande gesto de amor.
Com serenidade e confiança
utilizemos o tempo que nos resta para observar a realidade em que vivemos, para
descobrir o que o Senhor nos diz em cada circunstância, e façamos de toda a
nossa vida uma preparação. Isto deveria ser a nossa vida de agora: um tempo de
preparação para saborear antecipadamente aquilo que nos está reservado para
quando nos encontrarmos com o Senhor. O tempo é apenas um ensaio ou estágio da
eternidade.
É por isso que a Liturgia das
horas assim reza:
“Troquemos o instante pelo eterno
Sigamos o caminho de Jesus
A Primavera vem depois do Inverno
A alegria virá depois da cruz.
Passa o tempo e com ele as nossas
vidas
Tal como passa o bem, passa a
desgraça
Passam todas as coisas conhecidas
Só o nome de Deus é que não
passa”.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Do seminário ao sacerdócio
A igreja celebra nestes dias a
Semana dos Seminários.
Neste ano da fé o tema de
reflexão e de oração para esta semana é:
Sacerdote – irmão na fé e
servidor da fé dos irmãos.
Partilhamos um itinerário de
reflexão e de motivação e apoio para cada dia da semana.
1º dia
Seminarista escreve-se com 3 ‘esses’
S de Santo – porque é um homem de
Deus
S de Sábio – porque é um homem
bem formado
S de Sorridente – porque é um
homem feliz.
2º dia
A vocação dum filho ao sacerdócio
Um poeta português, António
Sardinha, cantou a morte de seu filho pequenino numa série de sentidos sonetilhos
a que pôs o título Era Uma Vez um Menino.
Rememora neles os destinos gloriosos que sonhara para o seu primogénito; e
procurando consolar-se cristãmente naquela perda irreparável, pondera que Deus
reservou para o inocentinho destino mais glorioso ainda: - Escolheu-o para
anjo!
Que todas as famílias tenham em
grande estima a vocação dos filhos ao sacerdócio! Isso seria mais glorioso do
que ser anjo, afinal o sacerdote não é senão o Embaixador de Cristo.
3º dia
Se a vocação for sincera a tudo resistirá
É um falso argumento. Imaginemos
que um pai de família nos diz: mandei dormir o meu filho num quarto muito
húmido; passado algum tempo começou a tossir um pouco, o que me inquietou.
Consultei, porém um médico afamado, e ele tranquilizou-me dizendo: se seu filho
tiver um peito robusto, não há nada a temer da humidade do quarto onde dorme;
se foi definhando nesse aposento doentio, é porque a constituição física dele
deixa muito a desejar. Continue a obrigá-lo a dormir ali; a humidade do local
virá manifestar a qualidade da sua resistência.
Não é certo que tacharíamos de
criminoso o proceder desse pai? Mas, se é criminoso proceder assim, tratando-se
da vida corporal, porque não o há de ser igualmente quando se trata da vida das
almas?
4º dia
O 1º padre surdo-mudo
Em 1930 ordenou-se o primeiro
padre surdo-mudo de que há memória na história do mundo. Chama-se João Maria
Lafonta. Nasceu numa aldeia perto de Bordéus na França. Além de Padre é
religioso da Congregação dos Agostinhos da Assunção. Nasceu surdo-mudo.
Cuidados aturados e processos especiais conseguiram que desde os 10 anos
falasse e entendesse regularmente as palavras dos outros pelos movimentos
labiais. De inteligência vivíssima, entrou nos estudos secundários, obtendo os
melhores prémios dos cursos. Ia matricular-se numa Universidade, quando sentiu
a voz de Deus para uma escola mais alta: A do sacrifício, da imolação exigida
aos eleitos do Senhor. Entrou no noviciado dos agostinhos da Assunção, num
convento perto da sua terra natal.
Era tudo? Ao lado desta vocação
religiosa sentiu outra mais forte ainda: A do sacerdócio. Um surdo-mudo Padre!
Só a sua fé e força de vontade
podiam admitir tal possibilidade. As leis canónicas proibiam-lho e nenhum
exemplo anterior atenuava o rigor dessa regra. Não desanimou. No seu coração
crescia com o amor de Deus, a ânsia de subir um dia, quanto antes, ao altar do
sacrifício. Todas as dificuldades as venceu a oração, o exemplo admirável da
sua piedade, constância e sede de Apostolado. O feliz beneficiado da
extraordinária graça comenta-a nestas palavras:
- Ser Padre, sendo surdo-mudo, é
milagre maior do que a cura da minha deficiência. Bem haja o Senhor por ela. (Mensageiro do Coração de Jesus, tomo LXVI, 1948,
página 180)
5º dia
Sacerdote, Alter Cristus!
Vede a dignidade do sacerdote. Imaginai
que um pecador, ao morrer, exclama:
- Salvem-me! Perdoem-me os
pecados!
Se passasse um imperador,
dever-se-ia confessar impotente.
Se passasse um anjo, a mesma
resposta.
Se passasse um a Virgem
Santíssima, ela própria não poderia diretamente perdoar o pecado.
Passa um neo-sacerdote, ordenado
naquela mesma manhã. Ele tem esse poder espiritual porque é outro Jesus Cristo.
São Bernardo dizia:
- Sacerdote, a que grande
dignidade Deus te elevou! Pôs-te acima dos reis e dos imperadores. Colocou-te
mais alto que os anjos e os arcanjos.
A Imitação de Cristo descreve:
- Sublime mistério e grande
dignidade a dos sacerdotes, a quem foi dado o que se não concedeu aos anjos.
São Francisco de Assis, que era
diácono e não sacerdote ousou dizer:
- Supondo que encontrava um padre
e um anjo, saudaria, primeiro, o padre.
(Mensageiro
do Coração de Jesus, tomo LXVI, 1948, página 181)
6º dia
Grandeza do sacerdócio
Quem poderá imaginar a
fecundidade da vida dum padre?
O padre é o catecismo às
crianças.
O padre é o casamento abençoado,
o pobre assistido, o defunto honrado.
O padre é o farol sobre o oceano
do mundo; é a pequena estrela na noite de tantas almas.
Quanto ajunta a esta missão a
gravidade terrível da hora presente!... Este ódio mundial, esta luta de classes,
todas as potências do mal a rodar desaçaimadas.
Quando estamos tocados pela
angústia ou pelo luto, quando a alma manchada precisa de se purificar, quem é o
homem especialmente designado? O padre.
Vai-lhe pedir o conselho
desinteressado.
No segredo do confessionário
revela-se-lhe o grande segredo que, numa vida descobre o fundo do fundo!
Fazem-se-lhe confidências tão
íntimas que não se diria semelhante coisa nem à mãe ou ao melhor aligo.
Mas porque escondê-los a Jesus
Cristo? O padre faz as vezes de Jesus Cristo.
(Mensageiro do Coração de Jesus, tomo LXVI,
1948, página 482)
7º dia
Missão do Sacerdote
Tão ampla e espinhosa como
excelsa e benéfica é a missão do sacerdote católico.
No altar faz as vezes de Cristo,
verdadeiro oferente e vítima real do misterium fidei, serve de mediador entre o
Céu e a Terra, prestando a Deus, no ato supremo do culto, homenagem de amor e
adoração, ação de graças pelos benefícios recebidos, satisfação pelos pecados e
impetração das graças celestes, em nome de todos os fiéis.
No púlpito pela palavra e através
da vida pelo exemplo, é apóstolo, enviado de Deus aos homens para revelar-lhes
os mistérios divinos e guiá-los pelo caminho da salvação eterna.
No confessionário é juiz para
julgar com plena ciência potestatis, júris et facti as culpas e as disposições
do penitente; médico para derramar, com mão amiga, o bálsamo salvador nas
chagas do coração humano; pai para acolher a todos sem distinção, com caridade,
paciência e doçura.
E em qualquer parte e sempre,
ministro de Cristo, outro cristo.
Mas além de tudo isto, o
sacerdote também é um educador de almas, um formador de consciências. “A
educação não é uma profissão, escreve Charmot, é um ministério sagrado; é, em
certo sentido, um sacerdócio; um apostolado por sua própria natureza. Assim, os
padres são de pleno direito e antes de mais nada educadores da humanidade”
(L’Ame de l’éducation, pag 30).
(A.G. Notas, in Lumen, vol X, Janeiro 1946,
fasc 1, pag. 5-7)
8º dia
Regra de vida sacerdotal
No início da sua carreira
sacerdotal Afonso Maria de Ligório traçou para si as seguintes regras de
conduta:
1. Sou sacerdote. Supera a minha
dignidade a dos anjos. É, pois, minha obrigação viver angelicamente puro.
2. Deus digna-se obedecer-me.
Muito mais, portanto, sou eu quem deve obedecer à sua voz, às sias inspirações
da graça, à vontade dos meus superiores.
3. A santa Igreja prestou-me a
maior honra; por minha vez devo eu honrá-la pela santidade da minha vida, por
meu trabalho, por um combate indefeso contra o erro e a impiedade.
4. Ofereço Jesus ao Pai Celeste.
Tenho, por conseguinte, que me revestir das Suas virtudes a fim de tratar
dignamente este mistério de todos o mais sublime.
5. O Senhor me constituiu
ministro de reconciliação, medianeiro entre Deus e os homens. Logo, tenho que
perseverar na amizade de Deus a fim de tornar fecundo o seu ministério.
6. Os fiéis consideram-me exemplo
das virtudes que devem praticar; é, pois, dever meu edificá-los constantemente
e portar-me digna, prudente e seriamente, mas sem grossaria ou altivez.
7. O padre deve triunfar sobre o
inferno, o mundo e a carne; razão por que devo corresponder à graça a fim de
alcançar a vitória neste tremendo combate.
8. Os pecadores esperam de mim a
sua conversão. Logo, tenho de me esforçar nesse sentido pelas minhas orações,
exemplos, palavras e obras.
9. Na qualidade de sacerdote é
meu dever odiar o respeito humano, a amizade mundana, a ambição e o interesse
próprio, pois que essas coisas deslustram o sacerdócio e levam bastantes padres
à perdição.
10. Recolhimento, zelo ardoroso,
oração meditativa, virtude sólida, têm que constituir a minha ocupação diária,
se eu quiser agradar a Deus.
11. Não me é lícito procurar
coisa alguma a não ser a glória de Deus, a santificação da minha alma, a
salvação do meu próximo. Tenho que me empenhar nisso incessantemente, mesmo à
custa da minha vida.
12. Finalmente: sou sacerdote,
quer dizer: obriga-me um dever de estado a ornar de virtudes as almas e a
glorificar a Jesus, Sacerdote Eterno.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Nas mãos de Deus
5ª Feira - XXXII Semana Comum
- E onde está a Prússia?
- Na Alemanha.
- E a Alemanha onde está?
- Na Europa.
- E onde se encontra a Europa?
- No planeta Terra.
- E agora onde está o planeta Terra?
- Está no Universo.
- E o Universo onde está – perguntou ainda o soberano.
A criança refletiu um momento e depois exclamou:
- Está nas mãos de Deus!
Tudo e todos é que estamos nas mãos de Deus.
Frederico,
o Grande, numa visita a uma escola primária de Beaudelougs, dirigindo-se a um
petiz, perguntou-lhe onde estava situada a sua aldeia natal.
-
Na Prússia – responde a criança.- E onde está a Prússia?
- Na Alemanha.
- E a Alemanha onde está?
- Na Europa.
- E onde se encontra a Europa?
- No planeta Terra.
- E agora onde está o planeta Terra?
- Está no Universo.
- E o Universo onde está – perguntou ainda o soberano.
A criança refletiu um momento e depois exclamou:
- Está nas mãos de Deus!
Conclusão:
Não
é a mão de Deus (ou o seu reino) que está aqui.Tudo e todos é que estamos nas mãos de Deus.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Gratidão
4ª Feira - XXXII Semana Comum
Só um voltou para agradecer!
Segundo as palavras do Pe. Dehon:
- "A gratidão é a salvação" (NHV, vol VII, pag 64)
Isto quer dizer que 10 foram os curados, mas só recebeu a salvação ao mostrar gratidão. Não basta deixar-se curar por fora. É preciso salvar-se por dentro. Só se salva quem é grato, quem se deixar salvar.
- "A gratidão das almas é também o salário do padre" (CS, pag 625)
Isto quer dizer que o serviço sacerdotal é gratuito, não espera recompensa... e pura gratuitidade, mas merece gratidão, reconhecimento e valorização.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
A fé de um Mestre e um Mestre de fé
Neste
ano da Fé partilhamos alguns pensamentos, frases ou citações sobre a fé retirados
dos escritos do Pe. Leão Dehon:
A fé é ainda a luz e a chave da
história. (Acerca das Letras Cristãs, in
“A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de
Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985,
Pág. 303)
A fé nunca extingue o amor da
pátria; ela ilumina-a e fortifica-a, como cultiva e faz crescer tudo o que é
nobre e bom na natureza. (Acerca do
Patriotismo Cristão, in “A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV
Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano
Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 310)
A
Incarnação é um mistério de fé;
a paixão é um mistério de esperança; a eucaristia é um mistério de amor. (CA, Pág. 142)
A
razão e a fé são duas filhas
de Deus, que não devem estar em desacordo. (CR,
Pág. 470)
A
tropa é uma grande fonte de méritos para aqueles que vivem a fé. (Carta ao escolástico Bodin, 02/11/1908, Inv. 315.04,
AD: B20/8.7)
Cumprir
a vontade divina em espírito de fé
e de obediência, é bom. Mas cumpri-la pela caridade, por amor, é um meio bem
mais poderoso, mais agradável a Deus. (VA,
Pág. 152)
Deus
é amor, nós acreditamos no amor, eis todo o objecto da nossa fé. (NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág.
82)
Dispor
de poupança é bom, mas juntamente com a virtude e a fé. (Discurso Acerca
da Educação, 20/01/1888, Inventário 43.04 AD: B7/3)
Educar
um cristão não é somente dar-lhe noções de ciência humana… não é somente
ensinar-lhe boas maneiras…dar-lhes uma ciência… é sobretudo formar nele um
nobre e grande carácter, virtudes vigorosas… fazer crescer na sua alma a fé… (Acerca da Educação Cristã, in “A Educação e o Ensino
Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione
CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág.
Mostremos
a bandeira do Coração de Jesus e a simplicidade da nossa fé reacenderá os fracos.
Nas
épocas de fé, a arte
aperfeiçoa-se, engrandece, aproxima-se de um ideal celeste. (CR, Pág. 232)
O
abandono é como que a síntese das virtudes da fé, obediência, confiança e amor. (DE, Pág. 202)
O
espírito de fé nos ajudará a
superar as nossas antipatias naturais. (CC
17/10/1897, Pág. 104)
O
rumo da minha vida interior, travada, é verdade, por inúmeros falhanços, tem
sido sempre o amor do Senhor, mantido pela fé
e pela pureza de coração e de consciência. (NHV,
volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 47)
São
Pedro é o apóstolo da fé, S.
Tiago Maior, da esperança, S. João da caridade, Santo André do amor das cruzes,
S. Filipe da alegria espiritual, S. Bartolomeu da força, S. Mateus da ciência
divina, S. Tiago Menor da contemplação, S. Tomé da confiança no Coração de
Jesus que ele adquiriu ao tocar-lhe com as suas mãos, S. Tadeu da ação de
graças, S. Matias sucessor de Judas, da humildade. (CA, Pág. 141-142)
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Ovelha tresmalhada
5ª Feira - XXXI Semana Comum
O Pastor à procura da ovelha tresmalhada, perdida ou transviada.
Fonte da foto:
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
A forma do amor
4ª Feira - XXXI Semana Comum
Quem não tomar a
sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo.
- Seguir a
Cristo é abraçar a cruz e abraçar a cruz é seguir a Cristo. A cruz é Cristo,
pois não há Cristo sem cruz.
- Eu pensava que
o amor tinha a forma de um coração, mas afinal o amor tem a forma de uma cruz.
Será um coração em forma de cruz ou uma cruz em forma de coração?
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Condestável
Na
minha comunidade estávamos a falar do santo do dia: O Santo Condestável, Frei Nuno
de Santa Maria Álvares Pereira.
Alguém
perguntou o que queria dizer Condestável.
-
É o chefe das tropas do reino.
-
Ah, eu pensava que era um Conde com estabilidade.
-
Se assim fosse, todos nós aqui seríamos CONDES também:
Um
seria o Conde Andeiro, pois está sempre a passear.
Este
seria o Conde Redondo, pois é o mais gordinho.
Aquele
seria o Conde Corado, pois gosta de homenagens.
Um outro
seria o Conde Instável, pois é muito sensível.
-
E eu serei o Conde Nado, porque ninguém me compreende.
São Nuno
1.
São Nuno de Santa Maria
É
relevante a devoção mariana deste santo. E fez jus a esta virtude, escolhendo
para seu nome de profissão: Frei Nuno de Santa Maria. Também as datas mais
importantes da sua vida apontam para esta devoção:
A15
de agosto de 1376 casou em Lisboa, dia da Assunção da Virgem Santa Maria.
A
14 de agosto de 1285 vence na Batalha de Aljubarrota, véspera da Festa da
Assunção.
A
15 de agosto de 1397 inaugura Convento do Carmo em Lisboa que mandou construir,
dedicado a Nossa Senhora do Carmo.
A
15 de agosto de1423 professa na Ordem do Carmo com o nome Nuno de Santa Maria.
2.
Santo polivalente
Foi
nobre, rico, militar, político, estratega, casado, pai, monge.
Serviu
a pátria terrena, serviu a pátria celeste. Venceu batalhas difíceis na terra e
venceu-se a si mesmo para o céu.
Em
todas as empresas a que se envolveu, saiu vencedor porque dedicava-se de corpo
e alma àquilo que fazia.
3.
Oração como arma
Conta-se
que na fase mais crítica da batalha de Valverde e quando já parecia que o
exército português iria sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D.
Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em êxtase,
ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a
atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a
pedir silêncio. Novamente chamado à atenção pelo escudeiro, que lhe disse: "Nada
de orações, que morremos todos!” respondeu então D. Nuno, suavemente: "Amigo,
ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar.". Quando acabou de
rezar, ergueu-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, conseguiu que se
ganhasse a batalha que há partida se considerava perdida.
Isto
é, Nuno Álvares Pereira era mais um monge que prestava serviço militar do que
um militar que se queria fazer monge.
4.
Versatilidade
Há
outra história em que Dom João de Castela teria ido ao Convento do Carmo
encontrar-se com Nun’Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição
se Castela novamente invadisse Portugal. O irmão Nuno terá levantado o seu
hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua
disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário.
Isto
é, Nuno Álvares Pereira passou de soldado a monge com a mesma disponibilidade
com que passaria de monge a soldado desde que fosse para alcançar a paz.
5.
Herói nacional, herói celeste
O
túmulo de Dom Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu
epitáfio era: “Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de
Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão
ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna
companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas
voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge.
Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.”
Foram
grandes os seus louros aqui na terra por causa dos seus desempenhos na defesa
da pátria. Mas não têm comparação com os louros na eternidade por causa da sua
dignidade e santidade.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
O Relógio da Fé
Horologium Fidei é o
título do livro que o Infante D. Henrique escreveu, ou melhor, mandou escrever.
O
Infante D. Henrique era um homem preocupado com os problemas religiosos e a
quem agradava um livro de teologia, a ponto de pedir ao franciscano Fr. André
do Prado que escrevesse um comentário ao símbolo dos apóstolos – Horologium
Fidei.
Assim
nasceu o único livro que o Infante mandou escrever, escrever e não propriamente
copiar ou traduzir. Parece ser datado cerca de1450.
Trata-se
de um códice de 89 folhas, a duas colunas, em gótico de quatrocentos, com
letras iniciais a vermelho, azul e violeta, e cós nomes dos interlocutores
algumas vezes por extenso, outras vezes abreviados, mas geralmente omitidos.
Neste último caso, fica o respetivo espaço em branco, pronto a ser preenchido
pelo Magister ou pelo segundo dialogante, Dominus Henricus.
Não
estranhemos o título: Relógio da Fé. Julgamos que, para Fr. André do Prado, tal
obra destinava-se a ensinar aos homens
as verdades da fé, como o relógio indica as horas certas do dia.
Através
deste diálogo literário, como género literário…
Está em
latim pois era a língua comum dos escritos teológicos…
Dividido
e comentado em 12 capítulos, o Credo apresenta-se como o próprio relógio da fé.
O primeiro capítulo, sobre a unidade substancial da Trindade e a natureza da
fé, ocupa um terço da obra. Os restantes ocupam-se da divindade de Cristo, da
conceção imaculada (comenta a cláusula “Que foi concebido do Espírito Santo,
nascido da Virgem Maria”, dependendo sobretudo da exegese bíblica, de Agostinho
e de fontes diversas), da encarnação e padecimento de Cristo, da sua
ressurreição, do juízo final, dos dons do Espírito Santo, da unidade da Igreja,
da graça, da ressurreição dos mortos e, por fim, da bem-aventurança eterna.
Após a
dedicatória, Fr. André do Prado começa a falar em linguagem mais simples e pede
ao Infante que abra a série de perguntas em torno ao Credo: “Tende pois a
bondade, ó melhor dos príncipes, de querer pôr mãos à obra acerca do assunto
que temos em vista.”
O
Infante não hesita. Chama-lhe bom mestre e faz sete perguntas:
- Que é
o símbolo?- Quantos símbolos há?
- Que é um artigo da fé?
- Onde e quando foram feitos os símbolos?
- Quem os fez?
- Por
que motivo os fizeram?
- A quem
pertence fazê-los?
… E a
obra vai caminhando lentamente, num diálogo impessoal e escolástico de
perguntas e respostas, ricas de substâncias e pobres de retórica.
Vários
eram os símbolos, explicava Fr. André do Prado, mas só três foram adotados
oficialmente pela Igreja: O símbolo dos Apóstolos, o de Niceia e o chamado de
Santo Atanásio.
Porque
dos Apóstolos? Porque foram eles que o compuseram, antes de se dispersarem pelo
mundo, responde Mestre André.
É este o
símbolo que o frade menor explica no Horologium Fidei.
De vez
em quando D. Henrique pede exemplos e comparações – que Mestre André lhe mostre
qualquer coisa que dê uma ideia da coeternidade, em Deus, do Filho e do Pai. O
frade recorre mais uma vez a Santo Agostinho: neste mundo, o pai enquanto pai,
tem a idade do filho, pois só começou a ser pai quando gerou o filho! E tanto a
luz como a chama têm a mesma idade!
Não é
obra para se ler dum fôlego. Trata-se dum livro de estudo, com amplas
exposições da teologia trinitária, um autêntico tratado de cristologia e belas
páginas sobre a providência divina. No entanto, não chega a ser propriamente
uma suma de teologia, pois há verdades católicas que faltam no Credo.
Temos
neste códice a confirmação do pensamento religioso do Infante de Sagres e um
documento contra qualquer tese que tenda a transformá-lo num homem movido
unicamente por razões de ordem económica. A laicização do Infante D. Henrique é
um pecado contra a verdade histórica.
(Cf. Mário Martins, O Livro que o Infante D.
Henrique mandou escrever, in Brotéria vol LXXI, Agosto-Setembro de 1960, nº 2-3,
páginas 195-206)
domingo, 4 de novembro de 2012
Questionário da fé
Dante
Aligheri (1265-1321), poeta italiano, apresenta um exame da sua fé perante São
Pedro no paraíso, para que nós aprendamos a responder já aqui na terra.
Nos
cantos XXIV; XXV e XXVI, do Paraíso, do poema épico Divina Comédia (1322),
Dante é interrogado por são Pedro sobre a fé; por São Tiago sobre a esperança e
por São João sobre a Caridade.
São
Pedro dirige-lhe sete perguntas sobre a Fé:- Que é a fé?
- É a substancia das coisas esperadas e argumento das coisas incompreensíveis.
- Tens fé no teu coração?
- Sim, tão firma para não ter dúvida nenhuma.
- De onde te vem a fé?
- Do Espírito Santo, que difunde a luz nas escrituras...
- Porque achas que são inspiradas as escrituras?
- Porque os milagres o atestam…
- Quem te assegura a verdade dos milagres?
- Ou os milagres aconteceram ou não. Se aconteceram, a fé é divina. Se não aconteceram, o mundo converteu-se sem milagres.
E São Pedro aprova e pede-lhe o objeto da fé. Dante recita o Credo.
Finalmente, São Pedro pede-lhe que mostre as obras da fé…
Fé o que é?” Onde eu alçando a fronte
À luz que assim dizia, faço um gesto
Voltado para Beatriz, e a vejo apronte
………
Fé é substância a toda a cousa que há-de
Ser e argumento das não aparentes…
………
Mas diz-me em tua bolsa a quanto ela orce.
E eu: a tenho, tão limpa e rotunda
Que em seu cunho nenhum talvez a torce.
Depois saiu daquela luz profunda
Que resplandia: Esta cara jóia
Em toda a cirtude já se funda
De onde é que ela te vem? E eu: Pois soi a
Chuva do Espírito Santo ser difusa
Em velho e novo coiro, e assim constrói-a
….
E ouvi depois: se assim concluis daquela
Proporção antiga e nova, já te
Surge a fala divina e se revela?
E eu: a prova que a verdade extracte
É tanta obra seguida, a que natura
Ferro não scalda nem bigorna bate.
Respondido
me foi: Quem te assegura
Que
aquelas obras foram? Pois é aquiloQue quer provar-se e não al, que to jura.
Se o cristinianismo vê o mundo a segui-lo
Sem milagres, disse eu, esse é já um.
….
Mas convém ora exprimas o que crês.
E onde a crença tua te surgiu.
Ó santo pai e espírito que vês
Tanto isso em que tu creste, que venceste
Indo ao sepulcro, outros mais jovens pés.
Comecei eu que queres que eu manifeste
A pronta crença minha neste ensejo
E também a razão dela quiseste.
Respondo: Num só Deus creio que almejo
Eterno e uno e que o céu todo move
Imoto, com amor e com desejo
…
Dessa profunda condição divina
que eu ora toco, a mente me sigila
Variamente a evangélica doutrina.
Assim em bendizendo-me cantando
Três vezes me cingiu quando calei
A apostólica luz cujo comando
Me fizera falar, bem lhe agradei.”
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Ilustres filhos da Igreja
Solenidade de todos os santos
A solenidade de todos os santos é
uma oportunidade de numa mesma celebração prestarmos homenagem aos santos que
não têm um dia próprio para a sua memória.
Isto é certo, mas não é tudo.
Os santos merecem essa atenção,
mas não precisam.
Nós é que não o merecemos, mas
precisamos.
Precisamos de nos lembrar que os
santos foram homens e mulheres de carne e osso como nós, para que nós possamos
ser como eles, santos e felizes.
Eles foram pessoas como nós para
que nós possamos ser santos como eles.
O Evangelho do dia lembra-nos que
somos um povo santo, um povo feliz.
Humanos, mas felizes ou santos.
A Igreja, a nossa comunidade, a
nossa família, ou a nossa casa é um lugar de gente feliz, de gente santa.
Podemos ser pobres, limitados,
atrasados, reduzidos, idosos ou ultrapassados, mas somos felizes… e santos.
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