quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Protóclito

Festa da de Santo André, Apóstolo


Santo André foi o Protóclito entre os discípulos,

isto é, o primeiro a ser chamado.

Foi o primeiro a responder ao chamamento de Cristo

e a tornar-se o seu amigo íntimo.

Com a linha da pregação

e o anzol da fé,

trocou a pesca dos peixes

pela pesca dos homens,

abandonou o barco do mar

para singrar na barca da Igreja.

Jesus chamou-o primeiro do que a Simão, seu irmão,

para nos sugerir que a sua vocação

nada tem a ver com a posição de Pedro.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Centurião

2ª Feira - I Semana Advento

Senhor eu não sou digno:
Santo Agostinho diz que
quando o homem descobre as suas faltas
Deus esconde-as.
Quando o homem esconde as suas faltas
Deus revela-as.
Quando as reconhece
Deus esquece-as.

Do oriente e do ocidente muitos virão sentar-se à mesa do Reino dos Céus:
São Boaventura diz que
Quando muitos tomam parte da mesma alegria,
a alegria de cada um torna-se mais abundante
porque todos se arrebatam uns aos outros.
Deus quer salavar a todos
porque quer que a alegria seja completa.
A alegria só é perfeita
quando transborda para todos.

domingo, 27 de novembro de 2011

Vigiai

Ano B - I Domingo Advento

A B C

A de Advento
B de Bigiai
C de Compromisso

A
Advento
Advento quer dizer vinda.
Deus não está escondido, não está fechado, não está parado.
Deus vem ao nosso encontro.
Podemos encurtar essa distância, se também formos ao seu encontro.
Se Deus não está paraddo, é para nos lembrar que temos de nos mexer.
Advento é tempo de caminhar, se se mexer, de ser activo.

B
Bigiai
É como dizem os do norte, trocando os ves pelos bes.
O que vos digo a vós digo a todos: VIGIAI.
Na minha terra VIGIAR quer dizer ver bem: Olha, vigia.
Mas no contexto do evangelhode hoje VIGIAR quer dizer não estar a dormir, isto é, fazer vigília, uma noitada ou uma directa sem dormir.
Vigiai é estar acordado, ficar desperto.
Advento é tempo de estar desperto, não podemos adormecer...

C
Compromisso
O Advento é tempo de se comprometer, é tempo de assumir compromissos, tempo de tomar decisões, de oltar ou de escolher.
Partilho uma Parábola de William Douglas:
PARÁBOLA DA INDECISÃO
Um jovem sonhou:
Havia um grande muro separando dois grandes grupos.
De um lado do muro estavam Deus, os anjos e os servos de Deus, Do outro lado do muro estavam Satanás, os seus seguidores e todos os que não seguem a Deus.
Em cima do muro estava o jovem, indeciso, que havia sido criado um lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se deveria aproveitar um pouco os prazeres do mundo. O jovem indeciso oservou que o grupo do lado de Deus chamava e gritava sem parar para ele:
- Ei, desce do muro agora... vem para aqui. junta-te a nós!
Já o grupo de Satanás não gritava e nem dizia nada, Essa situação continuou por muito tempo, até que o jovem indeciso resolveu pergntar a Satanás:
- O grupo do lado de Deus fica o tempo todo chamando por mim para descer e ficar do lado deles. Por que não me chamam vocês também, porque não me convencem a descer para o vossso lado?
Grande foi a surpresa do jovem queno Satanás respondeu:
- É porque o muro é meu!
De facto não existe meio termo. Estar em cima do muro é já pertencer ao outro lado.
Deus quer-nos decididos, não nos quer sobre o muro da indecisão...
Advento é tempo de decisões, de opções! Que seja este o nosso compromisso.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Nunca passará

6ª Feira - XXXIV Semana Comum


O CÉU E A TERRA PASSARÃO
MAS A PALAVRA DE DEUS NUNCA PASSARÁ


Não passará porque ela é eterna:

- É eterna porque sempre actual e actualizada.

- Porque nunca se esgota nem se acaba.

- Porque é o princípio e fim de tudo, alfa e ómega.

- Porque Jesus Cristo é a incarnação dessa Palavra,
  e Ele é eterno como Verbo de Deus.

- Porque esta Palavra é acolhida por nós
  e temos em nós a vida eterna
  e a Palavra permanece em nós.




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Levantai a cabeça

5ª Feira - XXXIV Semana Comum

1ª Leitura

Na 1ª Leitura Daniel foi condenado porque rezava três vezes ao dia...
Os Muçulmanos rezam 5 vezes ao dia...
E nós cristãos?

Tradicionalmente os Judeus rezam 3 vezes ao dia:
- na hora Terceira (09H00),
- na hora Sexta (meio-dia)
- e na hora Nona (3horas da tarde).

Os Muçulmanos rezam 5 vezes ao dia:
- antes do nascer do sol
- ao meio-dia
- a meio da tarde
- ao pôr-do-sol
- à noite.

E os cristãos?
Dizem que a oração para o comum dos fiéis limita-se a 2 momentos:
- oração da manhã
- oração da noite
Oficialmente para os mais activos (padres e consagrados) as horas de oração estão assim:
- Laudes (manhã)
- Vésperas (tarde)
- Completas (noite)
(outras horas neste intervalo: Matinas (madrugada), Intermédia (Tércia 09h00, Sexta 12h00, Noa 15h00).

Parece que nós cristãos não somos assim tão rigorosos.
Um leigo judeu ou muçulmano reza mais vezes do que um leigo cristão, porquê?

Os cristãos não têm horário fixo de oração, nem momentos precisos de oração durante o dia para que possam fazer de todo o dia uma contínua oração.
Nós não queremos fazer oração durante o dia, queremos sim fazer da nossa jornada uma oração.

2ª Leitura

Quando acontecerem todas estas desgraças, na terra e nos céus... erguei-vos e levantai a cabeça porque a vossa libertação está próxima.

Estas páginas apocalípticas não estão aqui para intimidar, nem para meter medo. Não é para nos fazer chorar, nem rir.
É para nos espevitar a assumir algumas atitudes.

Levantar a cabeça, que significa?

- Atitude de vigilância - Estar alerta ou atento, como sentinela sempre desperta.
- Atitude de esperança - Como alguém que aguarda ou espera alguém.
- Atitude de perseverânça - Manter a cabea erguida é não desanimar, nem desistir.
- Atitude de coragem - Não estar depressivo, sem vontade nem perspectivas de futuro.
- Atitude de confiança - Não estar envergonhado, com medo ou com remorsos.
- Atitude de desafio - Querer mostrar a sua força ou o seu poder superior.
- Atitude de gratidão - Tal como as galinhas ao beberem elevam a cabeça ao céu para agradecer a gota de água, assim levantar a cabeça é agradecer a Deus cada momento que nos dá a viver.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Santa Cecília

Hoje celebramos a memória de Santa Cecília, virgem e mártir da igreja de Roma do Séc II ou III.
Foi dada em casamento, mas queria viver totalmente consagrada a Deus.
Enquanto os convidados estavam a cantar as núpcias que não se realizariam, Cecília sofreu o martírio. Ela foi declarada depois a padroeira da música e do canto religioso.

Isto que quer dizer?

Cecília sofreu enquanto cantavam...
para que nós aprendamos a cantar enquanto sofremos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Apresentação

Hoje a Igreja sugere-nos a memória da Apresentação da Virgem Santa Maria.
Segundo a tradição Maria de Nazaré foi levada ao Templo de Jerusalém aos 3 anos de idade, subiu os 15 degraus com toda a prontidão de tal modo que todos ficaram impressionados.

Ainda hoje Maria continua a ser nos apresentada.

Um certo rapaz católico falava com um professor universitário apresentando a figura de Maria, Mãe de Jesus. O professor disse, zombando:
- Afinal não há qualquer diferença entre Ela e minha mãe!
- Vós o dizeis! - respondeu o jovem - Mas há uma terrível diferença entre os dois filhos!

A Mãe de Jesus está para além de todas as mães, visto Jesus ser um Filho diferente de todos os filhos.
É essa a Apresentação que nos é feita hoje.

domingo, 20 de novembro de 2011

Família Real

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Rei do Universo


Olhar em 3 direções:
Olhar para Cristo, Rei do Universo
Olhar para nós mesmos, como participantes dessa realeza
Olhar para e eternidade, para o encontro entre Deus e nós, nós e Deus.

 
1ª Reflexão
Olhar para Cristo Rei do Universo
É preciso reconhecer que o Papa Pio XI, quando instituiu esta festa em 1925 no fim do Ano Santo, teve uma feliz intuição: A figura de Cristo não só sintetiza todo o ano litúrgico, mas também nos recorda que Deus é o nosso Senhor, nosso Rei e que nós também participamos da sua realeza.
O ano litúrgico é uma espécie de puzzle ou de construção. Ao longo do ano vamos formando a sua figura. Agora é altura de pôr ponto final, de colocar a coroa.
A solenidade de Cristo Rei é o coroamento desse puzzle.
Mas não é nada de que não estejamos habituados:
Sempre que dizemos que Deus é nosso Senhor, estamos a chamá-lo de Rei.
Sempre que rezamos o Pai Nosso, dizemos Venha a Nós o Vosso Reino, estamos a chamá-lo de Rei.
Que Ele seja de facto nosso Rei e Senhor.
Somos Dele, a Ele pertencemos, a Ele prestamos obediência.

2º Reflexão
Olhar para nós mesmos, como participantes desse realeza
De facto no dia do nosso baptismo todos nós somos declarados membros de Cristo, sacerdote, profeta e rei. Isto quer dizer que todos nós somos participantes da realeza de Cristo.
Dizer que Cristo é rei, é dizer que ele é o Nosso Senhor, somos dele, a ele pertencemos.
Deixemos que ele reine em nós…
Dizer que participamos da realeza de Cristo é dizer que nós fomos feitos não para sermos dominados mas sim para dominar as forças deste mundo, nós não somos escravos, mas senhores e reis. Não estamos subjugados ao mundo, nós é que governamos o mundo. Nós é que regemos o mundo e não o contrário, as riquezas deste estão sob a nossa alçada e não o contrário… O mundo está ao nosso serviço, pois Deus tudo nos submeteu.
Estamos aqui na terra como vencedores, Cristo vence, Cristo impera através de nós.

3ª Reflexão
Olhar para e eternidade, para o encontro entre Deus e nós, nós e Deus.
Somos cidadãos do Reino de Deus. A Ele havemos de prestar contas.
“Credes, mortais, que há-de haver juízo? Uma de duas é certa: ou o não credes, ou o não tendes” (assim pregava o Pe. António Vieira).
“Chegou ao tribunal de Deus um cristão feliz:
- Vede, Senhor, as minhas mãos. Estão imaculadas, pois não cometi pecado algum, nada fiz de mal… vede as minhas santas mãos limpas…
- Tens razão – rexpondeu Pedro – as tuas mãos estão limpas, mas estão também vazias… pois não fizeste aquilo que podias ou devias fazer…”
Assim acontecerá connosco. Seremos julgados não por aquilo que fizemos, o muito ou o pouco, mas por aquilo que deixámos de fazer…Deus indicar-nos-á sobretudo não as nossas acções, mas as nossas omissões… porque tive fome e não me destes de comer, não me destes de vestir, não me visitastes, não me prestastes assistência…

Unção pós-baptismal:
“Deus todo-poderoso,
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Deu-vos uma vida nova pela água e pelo Espírito Santo,
E concedeu-vos o perdão de todos os pecados;
Agora que fazeis parte do seu povo,
Ele vos assinala com o Crisma da salvação,
Para que sejais eternamente
Membros de Cristo, sacerdote, profeta e rei.”


sábado, 19 de novembro de 2011

O meu Pastor


Um jeito diferente de olhar para o Salmo 23


 
O Senhor é o meu Pastor, = Isto é relação!

Nada me falta. = Isto é suprimento!

Leva-me a descansar em verde prados = Isto é serenidade!

Conduz-me às águas refrescantes. = Isto é acolhimento!

Reconforta a minha alma. = Isto é cura!

Ele me guia por sendas direitas, = Isto é orientação!

Por amor do seu nome. = Isto é motivação!

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, = Isto é provação!

Não temerei nenhum mal, = Isto é protecção!

Porque vós estais comigo, = Isto é fidelidade!

O vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança. = Isto é disciplina!

Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários. = Isto é esperança!

Com óleo me perfumais a cabeça = Isto é consagração!

e o meu cálice transborda. = Isto é generosidade!

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me todos os dias de minha vida = Isto é bênção

E habitarei a casa do Senhor = Isto é confiança!

Para todo o sempre. = Isto é eternidade!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chorar

5ª Feira - XXXIII Semana Comum

"Ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela..."

Jesus chorou ao ver Jerusalém, chora ao ver a nossa cidade do Funchal, choraria concerteza ao ver o meu bairro, como choraria ao ver o meu prédio, ou a minha comunidade ou até mesmo a minha vida.
Jesus chora "por não termos reconhecido o tempo em que fomos visitados".
Então para Jesus deixar de chorar sobre nós, deixemo-nos visitar, disfrutemos a visita do Deus Altíssimo.

Mas ainda bem que Jesus chora por nós porque as suas lágrimas são salvíficas, são purificadoras.
Nós que deviamos chorar, não conseguimos purgar totalmente a nossa vida a não ser pelas lágrimas de Jesus.

O Cura d'Ars estava a chorar.
- Por que chora tanto, meu Pai? - Perguntou ao Santo um pecador ajoelhado a seus pés.
- Ah! meu amigo, choro porque você não chora bastante...

O Santo Cura d'Ars fugiu da sua paróquia, pois queria retirar-se... e o Bispo não o autorizava deixar a paróquia.
- Convém não ser pároco até ao fim da vida - justificava-se o Santo - devemos reservar algum tempo a fim de preparar-nos para a morte. Eu desejo dispor de dois anos para chorar a minha pobre vida... Tomei a decisão de partir em segredo para chorar o resto da minha vida...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Só o amor faz render

4ª Feira - XXXIII Semana Comum

- Na 1ª Leitura o exemplo vem de uma mãe de sete filhos que foram martirizados.
Mais do que exaltar o testemunho dos filhos, destaca-se duas virtudes da mãe:
Coragem varonil e ternura feminina.
Também nós somos convidados a conciliar a coragem e a ternura. Não basta ser corajoso, é preciso ser amoroso. Não basta ter ternura, é preciso ser vigoroso.

- No Evangelho uma vez mais se refere que só o amor faz render os talentos, as minas, as capacidades ou as oportunidades. O medo por sua vez paralisa, faz-nos enterrar... só o amor faz crescer, reproduzir, aumentar... render os nossos talentos.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Zaqueu

3ª Feira - XXXIII Semana Comum

Três lições:

- Na Primeira Leitura, Eleazar com 90 anos é apresentado como EXEMPLO DE CORAGEM e MEMORIAL DE VIRTUDE. Apesar de não pregar, nem proclamar, mesmo sem dizer nada ele foi uma autêntica lição. Tal como Jesus no Evangelho de hoje fez-se convidar e isso foi o suficiente para que Zaqueu percebesse logo a lição e quisesse reparar o mal que pudesse ter feito. Jesus não lhe deu nenhum sermão, nem raspanete, aproximou-se apenas e isso foi o suficiente para que Zaqueu acolhesse a lição e mudasse de vida.

- Podemos equacionar 3 tipos diferentes de olhares presentes neste episódio:
Em primeiro lugar Zaqueu que era de pequena estatura não aceitava OLHAR os outros de BAIXO para CIMA.  Por isso subiu a um sicómoro pois queria VER os outros doutros de CIMA para BAIXO. Jesus ao passar fê-lo sentar-se à mesa e a partir daí Zaqueu passou a ver as coisas de maneira diferente: OLHOS nos OLHOS, lado a lado à mesa de amigos. Também nós não devemos olhar nada nem ninguém de alto para baixo, nem de baixo para cima, mas saibamos olhar os outros como iguais, olhos nos olhos... e veremos Deus nos nossos irmãos.

- Propostas práticas:
Ao iniciar a celebração: Como Zaqueu ouviu o convite de Jesus (Desce depressa pois preciso de ficar em tua casa) também nós podemos ouvir: Prepara-te depresssa, aceita a baixeza da tua condição pois Deus precisa de entrar em ti pela Sua Palavra e pelo Sacramento do Seu Corpo.
Na comunhão o sacerdote ao apresentar a Hóstia Consagrada a quem vai comungar, em vez de dizer a frase habitual (O Corpo de Cristo) poderá dizer: Hoje entrou a salvação nesta casa! Quem vai comungar responderá: Amen!


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Três personagens

2ª Feira - XXXIII Semana Comum

Podemos identificar três personagens diferentes no trecho do evangelho de hoje e procurar ver -nos retratados nessas figuras:

1. O Povo
A sua agitação, o seu movimento, o seu alvoroço fez com que o cego se apercebesse que se passava algo... Mesmo sem querer ou sem saber o povo dá testemunho, leva Deus aos outros e os outros até Deus.
Ao ouvir os gritos do cego, o povo começou a repreendê-lo... Às vezes o povo pensa que é o senhor de tudo, que até Deus lhe pertence e não quer partilhá-lo com mais ninguém, ou porque acha que os outros não merecem ou porque corre o risco de O perder.
Por fim o povo deu louvores a Deus... Ao ver o sucedido o povo louvou a Deus, tudo o que pode fazer é aclamar a Deus porque o resto é Deus quem faz e nos dá o mérito do agradecimento.

2. Jesus
É alguém que passa, que avança, que não se prende com ninguém, mas quer levar todos consigo.
É alguém que ouve, está atento, repara em quem está à margem, em quem pede auxílio, é alguém com uma sensibilidade muito apurada.
É alguém capaz de parar, capaz de aguardar, de esperar pelo outro... alguém que se deixa apanhar.
É alguém que dialoga, que faz despertar uma comunicação, sabe perguntar e sabe responder.
É alguém que mostra a sua vontade, o seu querer: quero, fica curado!
Por fim é alguém que não só caminha, escuta, vê, pára, dialoga, pergunta, responde, quer e cura, mas também faz com os outros também caminhem, escutem, vêem, parem, perguntem, respondem, queiram e sejam curados. É alguém que não só faz, mas faz fazer...

3. O Cego
Estava à beira do caminho, mas não se contentava com isso. Vivia à margem nas não se conformava.
Ele não via, mas podia escutar bem; não andava seguro, mas podia falar e gritar; não podia ir ao encontro dos outros, mas podia pedir ajuda...
O verdadeiro milagre foi unir duas vontades, dois quereres:
- Que queres que eu te faça?
- Que eu veja, Senhor!
- Então vê, que eu támbém quero isso...
A vontade do crente uniu-se à vontade de Deus, ou Deus fez unir a sua vontade à vontade do crente.
- Senhor, que eu queira sempre o que tu queres... e que o teu querer seja o meu querer. Seja feita a tua vontade...

Quem me dera ser como qualquer uma destas personagens!



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

São Martinho


Hoje, dia especial, 11/11/11

A mensagem chega-nos através de São Martinho:

- A comunidade estava à beira do leito do Bispo Martinho nas suas despedidas para a eternidade. Queriam mudá-lo de posição, mas ele pediu para que não o privassem de olhar para o céu...
              De facto nós nascemos de olhos para baixo, para a terra, para ver onde Deus nos plantou.
             Vivemos com os olhos orientados para a frente, para ver o caminho, sempre em frente.
             Havemos de morrer com os olhos orientados para o Céu, nossa meta ou pátria eterna.
Que São Martinho nos ajuda a orientar bem os nossos olhos conforme as circunstâncias da nossa vida e que nunca percamos de vista aquilo que realmente é mais importante.

- Martinho foi Soldado à força, Monge por opção e Bispo por dever.
Também nós às vezes somos o que somos à força (que remédio!) ou por opção ou por dever.
Que tudo o que fazemos seja acima de tudo por amor, e isso nos basta!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Onde está o Reino

5ª Feira - XXXII Semana Comum

Na 1ª Leitura - Deus ama o que habita com a sabedoria - não somos nós a ter a Sabedoria, mas é a Sabedoria quem nos tem... A Sabedoria não é nossa, nos é que somos da Sabedoria.

Do Evangelho: - O Reino não está aqui ou ali... - O Reino não é meu, eu é que sou do Reino, o Reino não está em mim, eu é que estou no Reino...

Como é que então nós continuamos a dizer: o Meu Deus, a minha Igreja, a minha comunidade, a minha terra, a minha escola, a minha casa?
Afinal, Deus não é meu, eu é que sou de Deus; eu é que pertenço à Igreja em vez da Igreja me pertencer, a comunidade não me pertence, eu é que perteno à comunidade; não é a minha casa, nem a minha escola, nem a minha casa, eu é que sou seu...

Tal como a ilha não pode dizer que possui o mar, mas sim o mar é que pertence ao mar, assim também não podemos dizer aqui está o Reino, o Reino pertence-me...´Eu é que pertenço ao Reino.
Eu não estou no Reino, o Reino é que está em mim aqui e por todo a eternidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Três casas

Hoje a Igreja propõe-nos a festa da Dedicação da Basílica de São João Latrão.
É a festa da morada de Deus entre nós, o templo onde o Papa consagra o Povo a Deus e serve Deus ao Povo, na Urbe e na Orbe.

É uma boa oportunidade para nos recordarmos das TRÊS moradas, templos, habitações ou casas de Deus:
- A CASA MATERIAL - o edifício de pedra, a construção física, onde Deus se fixou.
- A CASA PESSOAL - cada pessoa é habitação divina, é a sua morada predilecta e escolhida para Deus morar.
- A CASA COMUNITÁRIA - Onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, Ele mora aí. Deus habita na comunidade, o Povo é templo de Deus.

Sempre que olhamos para o Edifício material lembremo-nos de que nós somos casa de Deus e Deus habita na comunidade.
Sempre que vemos um irmão, lembremo-nos de que Deus habita no templo físico mas também na comunidade.
Sempre que rezamos juntos, lembremo-nos que Deus está no templo material mas também em cada um de nós...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Indignos sim, inúteis não!

3ª Feira - XXXIISemana Comum

Servos indignos sim, servos inúteis não!

“...depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”.

A palavra grega utilizada - άχρειος – tem dois sentidos: inútil e indigno. O sentido da afirmação de Cristo é de que a nossa condição perante Deus, depois de fazermos tudo que é do nosso dever realizar, é a de “servos indignos” e, jamais, de “servos inúteis”. Isto é, mesmo sendo bons crentes, dedicados, obedientes e cumpridores da vontade de Deus, não nos tornamos merecedores do favor divino, continuamos sem mérito, totalmente dependentes da graça e da misericórdia do nosso Pai celestial.
Servos indignos sim, servos inúteis nunca.
Todo o sentido é o da falta de mérito e não o sentimento de inutilidade, de não servir para nada. Todos temos a consciência do chamamento de Deus para serví-lO, à sua Igreja e ao nosso próximo. Embora indignos, pela Sua graça, Deus precisa de nós, nos chama, nos usa, somos assim úteis nas Suas santas mãos. Aliás não podemos ser inúteis, pois o trabalho que fazemos não é nosso, é Deus quem age em nós. Como não somos merecedores de tal graça, somos sim indignos servos.

domingo, 6 de novembro de 2011

De poeta e de louco

Ano A - XXXII Domingo Comum

A parábola de hoje é um autêntico espelho:
- Podemos ver na parábola das Dez Donzelas a imagem da nossa comunidade, da nossa Igreja ou da humanidade. Esta divide-se em duas partes: há quem se prepara e há quem não pense nisso, há quem olhe somente para o dia de hoje, aqui e agora e há quem pense no hoje, no tempo sem descurar a eternidade, há quem olhe apenas para a terra e há quem olhe para a terra sem esquecer de olhar para o céu, há quem procure ser feliz aqui na terra e há quem queira ser feliz aqui sem comprometer a felicidade eterna. Assim é a nossa comunidade - divide-se em dois grupos tal como as donzelas insensatas e as prudentes.

- Perguntei então às crianças de que lado é que estariam: do lado das donzelas preparadas (prudentes) ou do lado das descuidadas (insensatas)? Ficariam à esquerda ou à direita?
E uma criança respondeu com toda a simplicidade: - eu acho que estou no meio!
Bravo, nem tanto ao mar nem tanto à serra. Afinal é no meio que está a virtude.

- De facto a parábola é um espelho, mas não da nossa comunidade mas de nós próprios. Cada um de nós pode contemplar-se nesse espelho - às vezes é insensato e às vezes imprudente. Metade da vida vivemos como louco, e metade com todo o senso. Às vezes, 50%, vivemos com a luz da fé acesa, outras vezes, também 50%, sem fé, nas trevas, sem energia.. Umas vezes vivemos com grande reserva de óleo ou azeite, isto é, ungidos, como Cristo é o Ungido, nós cristãos também assim devemos ser...mas outras vezes estamos estéreis e secos...

É caso para lembrar a gíria popular: de poeta e de louco cada um tem um pouco...
E não é assim tão pouco, é 50% de um e de outro
No fundo, no fundo, estou convencido de que a expressão LOUCO está aqui apenas para rimar com POUCO. É porque aos olhos de Deus nós valemos muito mais....

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Competitividade

6ª Feira – XXXI Semana Comum

“É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.”

Mais do que uma constatação, de um lamento ou de uma queixa, esta expressão de Jesus é apenas um apelo à concorrência.
Esforcemo-nos para que ninguém nos passe à frente…
Dediquemo-nos de tal forma, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance, para que ninguém nos ultrapasse na prática do bem…
A concorrência, a competitividade ou a rivalidade são dimensões salutares da nossa vida, até mesmo da nossa vida espiritual.
A competitividade não é querer ficar em primeiro lugar, é apenas não querer ser ultrapassado por ninguém.
A concorrência não é querer ficar à frente dos outros, é apenas querer ocupar o lugar merecido pelo esforço.
A rivalidade não é querer vencer os outros, é não deixar que os outros nos vençam.

"Não se diga que quem trabalha para o mundo e para as honras tem mais ardor que nós que trabalhamos para Deus e para o céu." (Pe. Dehon in NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 16)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ovelhas perdidas

5ª Feira - XXXI Semana Comum

Deixar as 99 ovelhos para ir procurar 1 ovelha perdida.

Duas reflexões:

1. Deus encarrega-se da ovelha perdida, pois quer que as 99 tomem conta umas das outras.
Enquanto Deus procura a perdida, saibamos tomar conta uns dos outros.

2. Se algumas vezes estamos perdidos e Deus não nos encontra... Se alguma vez parece que Deus não nos procura... NÃO É VERDADE. Deus +rocura-nos sempre que estamos perdidos... se alguma vez não nos encontra é porque afinal nós não somos OVELHAS mas LOBOS FAMINTOS..

História a ilustrar esta realidade:

NÃO ERAM OVELHAS...
Era um homem bondoso o cura de La Roudaire, cidadezinha francesa de Bourg-em-Forêt. Atento às necessidades dos seus paroquianos velava em particular pelos pobres e desprotegidos. Entre os necessitados havia dois irmãos infelizes: uma jovem limitada no corpo e na mente e um moço doente, sem a assistência da irmã, órfãos ambos e abandonados à sua pobreza e miséria.
O rapaz desprezado por todos, deambulava pelas vielas escuras da cidade quando, uma noite, um grupo de jovens bêbados o tomou para suas brincadeiras de mau gosto, que culminaram com deixá-lo amarrado a um poste de iluminação.
O bondoso padre, passando e vendo, tirou-o dali e levou para tratar as suas feridas.
Pouco depois, no entanto, as águas do rio recebiam o seu corpo e o sepultavam na morte. Suicidava-se. A mesma sorte era reservada à sua irmã que, desanimada e abatida, golpeada pelo que sucedera ao irmão, suicidava-se no mesmo dia.
Marcada a hora do enterro, as casas de comércio cerravam as portas para que todos pudessem assistir à cerimónia fúnebre. Templo cheio. O cura subiu ao púlpito. Ali estavam, no meio da nave, cercados de gente, os dois ataúdes. Silêncio! E o cura começou:
- Cristãos! - A palavra soara como uma chicotada.
E, de novo:
- Cristãos! Quando, no Dia Final, o Senhor me perguntar: “Pastor de La Roudaire, onde estão as tuas ovelhas?” não lhe responderei. Nem mesmo que me pergunte segunda vez. Mas pela terceira vez Ele me fizer a mesma pergunta, eu, coberto de vergonha, responderei humilde: As minhas ovelhas eram duas… e apontou para os dois defuntos… As outras não eram ovelhas, Senhor; eram lobos famintos.

(Extraído de VASSÃO, Amantino Adorno. Esteiras de Luz. Rio de Janeiro: Juerp, 1971.)

Assim, se Deus não nos procurar, se não nos deixarmos encontrar, então é sinal de que também nós não somos ovelhas... mas lobos famintos!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Saudade sim, tristeza não!

Para reflectir em dia de finados

1.
O Dia de Finados é marcado por três características:
é o dia da saudade, o dia de fazer memória, o dia de professar a fé na Ressurreição.

2.
No princípio do Cristianismo, os pagãos designavam os cristãos como "aqueles que não temem a morte".

3.
Vinde a Mim, todos vós… diz Jesus no 1º Evangelho de hoje.
Jesus é o ponto de encontro…
Se queremos encontrar alguém, procuremo-lo em Jesus através da oração. Rezando encontramo-nos com Jesus e com todos os que estão n’Ele. Se estamos unidos pela fé e pelo amor, acredito que não é a morte que nos vai separar.

4.
Deus deu-nos a vida para O procurarmos; deu-nos a morte para O encontrarmos; deu-nos a eternidade para O possuirmos.

5.
Saudade sim, tristeza não!
Ao fazer memória dos nossos defuntos podemos sentir saudade, mas nunca tristeza. Sentimos saudade porque deixamos de os ver, não sentimos tristeza porque não deixamos de os amar.

6.
“A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vós sois vós. O que eu era para vós, continuarei a ser. Dêem-me o nome que sempre me destes, falem comigo como sempre fizeram. Continuem vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que o meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo, sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque estaria eu fora dos vossos pensamentos, agora que estou apenas fora das vossas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho... Vós que aí ficastes, segui em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.”
(Santo Agostinho)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Santos modernos


Comemoração de todos os Santos


Ser santo é fácil, basta deixar-se levar, ser quem somos, ou ser quem devemos ser, pois fomos feitos para isso... pertencemos a uma família de santos - Santo é o nosso Pai, temos tantos irmãos santos...
"Quem sai aos seus não degenera..."
Nós saímos a Deus que é Santo...


SANTOS DE HOJE

Precisamos de Santos sem véu ou batina.

Precisamos de Santos de calças de ganga e sapatilhas.

Precisamos de Santos que vão ao cinema,

ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar,
mas que se "lancem" na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar
e que saibam namorar na pureza e castidade,
ou que consagrem sua castidade.

Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI,
com uma espiritualidade inserida no nosso tempo.

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres
e as necessárias mudanças sociais.

Precisamos de Santos que vivam no mundo,
se santifiquem no mundo,
que não tenham medo de viver no mundo.

Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog,
que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man.

Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia
e que não tenham vergonha de tomar um refrigerante
ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.

Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro,
de música, de dança, de desporto.

Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais,
amigos, alegres, companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo,
mas que não sejam mundanos...

Precisamos de Santos de Hoje.

Hoje precisamos muito destes Santos…


Trecho do discurso do Papa João Paulo II aos jovens