domingo, 8 de agosto de 2010

Pai Nosso de Comunhão


O Pai Nosso de cada dia (54)

O Pai Nosso é a oração tradicional na reparação da comunhão. Os primeiros testemunhos vêm-nos do século IV, mas nada prova que não seja mais antigo. S- Gregório Magno (+604) fez que ele fosse antecipado do seu lugar primitivo, antes da comunhão, para que fosse logo a seguir à oração consecratória ou anáfora, pois não achava justo que outras orações, compostas pela mão humana, se antecipassem, à oração do Senhor.

Pai Nosso que estais nos Céus,
Santificado seja o vosso nome.

A eucaristia é o banquete sacrificial, tomado em comunhão fraterna. Aí, mais do que noutro lugar, os homens se sentem irmãos. A fraternidade supõe a paternidade.

Venha a nós o vosso Reino.
Invoca-se a vinda do reino, como antes já se invocara, na anáfora, ‘vinde Senhor Jesus’ e ‘esperando a sua vinda gloriosa’ e, logo depois, se há-de dizer ‘aguardando em jubilosa esperança a última vinda de Cristo salvador’, porque ‘vosso é o reino e o poder para sempre’.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
A nossa filiação divina é impensável fora da comunidade da mãe Igreja, onde todos somos, simultaneamente e pelo mesmo acto, filhos de Deus e irmãos uns dos outros, agindo segundo a mesma vontade. Este é o mistério da unidade.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
É o pão da nossa subsistência, o pão que chegue para cada dia, que pedimos. Mas, seria uma limitação não o alargar ao pão vivo que desceu do céu e que o Senhor dá aos que o procuram, mais que ao pão da boca e que ali espera sobre o altar.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Antes de repartir e de comungar o pão da unidade, é bom pedir perdão e oferecer perdão. Deste modo, o Pai Nosso introduz já o rito da paz. Ele é já um largo abraço de paz a todos os irmãos e até a todos os homens, que todos são chamados a sê-lo.

E não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal.
No nosso coração, ou deve haver lugar ou para o corpo de Cristo. Por isso, antes de comungar, comprometemo-nos a expulsar todo o mal para acolhermos o verdadeiro alimento.
A intuição da Igreja sobre o Pai Nosso ligado à Eucaristia, é tal que ele existe em todas as liturgias como rito preparatório para a comunhão.
Rezar o Pai Nosso, é assim preparar-se dignamente para comungar mais santamente.



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