sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Via-sacra (1)

OLHAR a Via-Sacra
e a Via-Sacra do OLHAR


1ª Estação
OLHAR INOCENTE
Jesus é Condenado à morte
Começo esta via-sacra comparando o olhar inocente do meu Senhor com o olhar acusador do tribunal humano. Nesta estação peço-Vos Senhor, a graça de caminhar sempre na verdade e de manter a serenidade, perante o olhar e as atitudes dúbias daqueles que hesitam e nunca se definem ou o olhar envenenado e as palavras maldosas de quem se deixa manipular pela intriga e pela mentira.


2ª Estação
OLHAR EM FRENTE
Jesus Carrega a sua cruz
Senhor Jesus, frequentemente eu sinto dificuldade em olhar para a frente. Uma das tentações mais comuns do nosso mundo parece ser a de olhar para trás, sobretudo quando a cruz se desenha no horizonte, quando pensamos que a vida começa a ser uma subida para o Calvário. Porque não se olha para a frente, há quem à primeira dificuldade rasgue os compromissos mais sagrados do matrimónio ou da vida consagrada. Porque não se olha para a frente há muitos que desanimam e desesperam perante uma doença, uma pequena traição ou até uma simples falta de consideração.


3ª Estação
OLHAR O CHÃO
Jesus cai pela 1ª vez
Senhor, quantas vezes nós somos tentados a perturbar o olhar dos outros. Muitas vezes lançamos poeira nos olhos dos outros quando mentimos, quando deturpamos a verdade de um acontecimento ou de uma notícia, quando vivemos acima das nossas posses, quando somos desonestos nos negócios, quando queremos parecer aquilo que não somos. Tantos empurrões dados à verdade para que Vós, mais uma vez, fiqueis com o rosto por terra no Calvário.

4ª Estação
OLHAR DE TERNURA
Jesus encontra a sua Mãe
Senhor Jesus, ao contemplar nesta estação o olhar de ternura da vossa Mãe, eu penso no olhar de tantas mães que se debruçam sobre o leito de dor de um filho doente, deficiente ou vítima de desastre. Penso ainda naquelas mães que tentam encontrar um filho, no caminho de qualquer calvário do álcool, da droga ou da delinquência. Tantas mães no mundo a viverem esta quarta estação da via-sacra com o seu olhar de ternura! E muitas delas sem a correspondência do olhar do filho.


5ª Estação
OLHAR AGRADECIDO
Simão de Cirene a levar a cruz
Nesta estação, quero Senhor contemplar o vosso olhar agradecido voltado para o Cireneu. Ajudai-me também a agradecer a ajuda de quem quer que seja e a saber ter no meu coração, no meu olhar e nos meus lábios, sempre a gratidão e o reconhecimento. Felizmente ainda encontramos hoje muitos que nos ajudam. Que eu saiba ver isso, reconhecer e agradecer.


6ª Estação
OLHAR IMPRESSO
Verónica limpa o rosto de Jesus
Ao contemplar esta cena, quero pedir-vos Senhor por todas as pessoas que no mundo têm a missão de olhar para o rosto dos outros enxugando-lhes o suor, as lágrimas ou o sangue, quer sejam mães de família ou consagradas ao Vosso serviço. Fazei-me compreender que sempre que limpo o rosto a alguém, o vosso olhar fica impresso nesse rosto, pois é o vosso rosto que devo contemplar.


7ª Estação
OLHAR NO PÓ
Jesus cai pela 2ª vez
Hoje, como outrora, no caminho do Calvário, há tantas coisas que nos empurram para que tropecemos e olhemos para o pó do chão. Concedei-nos, Senhor, a graça de olharmos sempre para cima, para as coisas do alto. Corações ao alto, rezamos na Missa. Que saibamos, mesmo prostrados no pó, olhar não para o chão mas para o alto pois somos de céu e devemos aspirar às coisas do alto.


8ª Estação
OLHAR MAGOADO
As mulheres choram por Jesus
Também nós lamentamos os vossos sofrimentos, mas não somos capazes de procurar identificar e corrigir a sua causa. Estais assim magoado porque Vos renegamos, Vos prendemos à coluna dos nossos vícios ou interesses, Vos açoitamos com palavras e mau procedimento. Choramos, mas não nos convertemos, nós que somos a causa do vosso sofrimento. E vós não vos canseis de olhar para nós.


9ª Estação
OLHAR PERTURBADO
Jesus cai pela 3ª vez
Quanto vezes o nosso olhar só se fixa naquilo que é negativo e nos tornamos satélite do mal e não do bem. Podíamos olhar para tantos exemplos bons e somos levados a olhar apenas para o mal para nos desculpar. Como mudaríamos a nossa vida se olhássemos para Vós Senhor! O nosso olhar cai para a lama e todo o nosso ser se corrompe. Só os puros de coração verão a Deus.


10ª Estação
OLHAR ENVERGONHADO
Jesus é despojado das suas vestes
Senhor Jesus, ao ver-Vos assim desnudado, eu imagino o vosso sofrimento. Os vossos inimigos acusaram-Vos de tantas coisas mas nunca tiveram coragem de atingir o vosso pudor ou a vossa dignidade. Aos homens e mulheres do nosso tempo, concedei, Senhor, o sentido da pureza, do pudor e da dignidade. Que o nosso olhar seja puro e nunca envergonhe ninguém.


11ª Estação
OLHAR CONTRAÍDO
Jesus é crucificado
Senhor Jesus, quantas vezes contraímos o olhar na hora do sofrimento. Quando sofremos, olhamos mais para a terra do que para o céu. Vós, deitado numa cruz, estáveis de olhos voltados para o céu. Ajudai-nos a viver sempre com as mãos e os olhos sempre elevados para o céu. Que saibamos elevar o nosso olhar para Vós Senhor, elevado na cruz.


12ª Estação
OLHAR EM REDOR
Jesus morre na cruz
Senhor, o vosso olhar na cruz ensina-nos tanto. Para podermos olhar para os outros ou olhar para o céu, precisamos de condições especiais. Senhor, dai-nos olhos para ver a terra e os homens nossos irmãos, qualquer que seja a situação da nossa vida, sem perder o sentido do céu. Ao olharmos em redor de nós, saibamos sofrer com os nossos irmãos.


13ª Estação
OLHAR CERRADO
Jesus é descido da cruz
Senhor, ao contemplarmos o vosso discípulo que vos acompanhou até ao fim, recordamos que devemos estar mortos para o pecado mas vivos para Deus, isto é, que os nossos olhos devem estar fechados para o mal mas abertos para o Bem. Que São João, o discípulo amado, nos ajude na hora da nossa morte a abrirmos definitivamente os olhos para Vós.


14ª Estação
OLHAR SAUDOSO
Jesus é sepultado
Gravai, Senhor no íntimo do nosso coração o vosso olhar para que o sintamos, mesmo quando pensamos que ele está encoberto pelas ligaduras do nosso sofrimento ou pelo sudário da nossa vida envolta apenas em cuidados temporais. Nesta nossa caminhada pelo mundo, que procuremos sempre o vosso olhar, Senhor. Que tenhamos sempre sede e saudade de vós como vós tendes saudades de nós.


15ª Estação
OLHAR FELIZ
Jesus ressuscita
Senhor Jesus, abri o nosso olhar para reconhecermos a Vossa presença no meio de nós. Transformai o nosso olhar, tantas vezes apagado pelo mal e pela tristeza, no olhar de um ressuscitado. Uma vez que ressuscitámos com Cristo, olhemos mais além. Que o nosso olhar se cruze sempre com o vosso olhar vivo e ressuscitado e nos alcance a felicidade eterna.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Purificação da Memória

Ano B - I Domingo da Quaresma

Na tribuna aberta do Hyde Park, em Londres, um pregador tecia maravilhas ao Cristianismo nos 2000 anos da sua história. Um ouvinte, objectou:
- Vós cristãos devíeis ter vergonha. Depois de vinte séculos ainda há muita conversão a fazer. Celebrais um grande Jubileu mas esqueceis a vossa miséria.
O pregador não se descompôs:
- Pois é, meu caro. O Sabão existe desde há muitos séculos mas nem por isso deixou de haver sujidade. É preciso em primeiro lugar saber que estamos sujos e depois agarrar no sabão.
A Quaresma que iniciámos tem uma especial importância. Digamos que estes 40 dias são uma espécie de sabonete que temos ao nosso alcance para nos prepararmos para um encontro com Cristo glorioso. Iniciámos esta caminhada impondo-nos as cinzas, que para além do mais, tem reconhecidas propriedades detergentes.
Esta é uma boa oportunidade de fazer uma purificação da memória.
A história da Igreja é uma história de santidade. A vida de tantos santos confirma a verdade do Evangelho, sinal visível de que também podemos ser perfeitos. No entanto, é forçoso reconhecer que a história também regista numerosos episódios que constituem um contra-senso para o cristianismo.
Este é o tempo de purificação. E sabão não falta.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Jejum

4ª Feira de Cinzas
Dia de jejum e de abstinência.
JEJUM:

- Sinal da verdadeira ordem de prioridades:
Podemos recusar o pão
mas nunca o Pão.

- Sinal de desintoxicação alimentar.

- Sinal de equilíbrio orgânico.

- Sinal da nossa liberdade interior:
para dar mais valor à fome de Deus.

- Sinal de reivindicação:
é a nossa greve de fome,
o mais importante é o que se defende
do que aquilo que se come.

- Sinal da nossa preparação
para o banquete messiânico.

Cinzas

4ª Feira de Cinzas

COBRIR-SE DE CINZA
SENTAR-SE NO PÓ DA TERRA

- Sinal de humildade:
Pôr-se a nível da terra ou do húmus.

- Sinal de renascimento:
Sepultar-se dando morte ao mal.

- Sinal de purificação:
Necessidade de passar pela água.

- Sinal da nova Criação:
Voltar às origens
quando Deus criou o homem do pó da terra.

- Sinal da sementeira de Deus:
Cobrir-se de terra para poder germinar
e dar fruto a seu tempo.

- Sinal de realismo:
ter os pés bem assentes na terra.

- Sinal da nossa condição humana:
Lembra-te, ó homem, que és pó
e em pó te hás-de tornar, ou seja:
Lembra-te, ó pó, que és homem
e em homem te hás-de tornar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Levanta-te e vai

Ano B - VII Domingo Comum

- Eu não gosto de me confessar porque tenho medo que o Padre ralhe comigo.
- Mas, afinal, quando chegas ao pé do confessor, o que é que lhe pedes em primeiro lugar?
- Como toda a gente, digo: Abençoai-me, Padre, porque pequei...
- Exactamente. Não pedes que te ralhe ou te castigue porque pecaste mas pedes-lhe uma benção, uma palavra de conforto ou de gratidão. Não tenhas medo. O confessor apenas felicitar-te-á porque recebeste uma graça de Deus e um Dom do Espírito Santo: reconheceste que é pecador e que desejas ser melhor!
Quem confessa as suas faltas, está disposto a levantar-se e a caminhar.
É por isso que um paralítico apresentou-se um dia diante de Jesus que lhe disse:
- Os teus pecados estão perdoados, ou por outras palavras, levanta-te, toma a tua enxerga e vai...
O mal parece não estar no ter caída mas em não querer levantar-se e prosseguir a caminhada. E perdoar é dar a oportunidade de alguém recomeçar o seu caminho.
Todos somos paralíticos, amarrados a velhos hábitos e muletas, à espera duma palavra que nos levante. Vivemos agora na esperança de recomeçar todos os dias.
Cair e levantar-se é igual a progredir.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Arca de Noé

4ª Feira - VI Semana Tempo Comum


Lições da a tirar da Arca de Noé


Fui há dias convidado a prestar um serviço numa localidade da nossa diocese. Antes de sair de casa, telefonei para lá, a um colega, a pedir uma sugestão para o estacionamento do carro. Quando me respondeu que bastava procurar nas redondezas um sítio para isso, manifestei alguma impaciência…
- Lá isso já sei. Necessito é de uma sugestão mais concreta.
- Ó rapaz, não sejas tão exigente. Lembra-te de que Noé andou quarenta dias à procura de um lugar para estacionar a sua arca…
- Então prepara-te para um prolongado atraso - respondi contrafeito.
E pus-me a caminho. Durante a viagem não me saía da memória a figura de Noé e a sua arca. E fui descobrindo tantas pequenas lições para a minha vida, a partir dessa contemplação. Para além da Paciência, partilho aqui algumas outras lições que descobrina nessa arca:

1. É preciso planificar o futuro.
Não estava a chover quando Noé começou a projectar e a construir a sua arca. Preparou-se, sem ter a certeza do que viria depois.

2. Manter-se sempre em boa forma.
Quando eu tiver 60 anos, alguém poderá pedir-me para fazer algo realmente grande, tal como aconteceu com Noé. Não há idade para enfrentar novos desafios.

3. Não desistir.
É aconselhável não dar ouvidos aos críticos, mas continuar a fazer o trabalho que deve ser feito. Não basta aguentar o cansaço e a rotina do trabalho; é preciso também resistir à pressão dos que nada fazem a não ser opinar.

4. Manter o alto nível.
Qualquer construção tem de ter um bom nível, pois Noé construiu a sua arca num terreno alto. O mais difícil é manter-se elevado.

5. Todos iguais.
Na nossa vida há lugar para todos, sem atropelos ou discriminações. O lobo e a ovelha viajaram juntos e em paz, porque tinham um mesmo objectivo.

6. Humildade de serviço.
A arca foi construída por amadores; o Titanic por profissionais. Afinal as habilitações ou os diplomas não são tudo na vida para sobreviver com sucesso.

7. Resistência.
Não importou a quantidade de água no exterior, desde que não invadisse a arca. O mal que nos cerca também não nos causará dano, se não nos deixarmos invadir interiormente.

8. Em Família/Comunidade.
Não vale viajar sozinho. Na arca viajou-se aos pares. Nós só avançaremos na solidariedade e na comunhão de vida e de destino.

9. Dificuldades são oportunidades.
A água foi a destruição de uns, mas também a salvação de outros. Tudo depende daquilo que construímos ou sonhamos.

10. Constância.
Há que ter paciência. Não há bem que sempre dure nem mal que sempre ature. O arco-íris só aparece quando chove.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Caim e Abel

2ª Feira - VI Semana tempo Comum

Gen 4, 1-15.25

Eva e Adão disseram:
- Que desgraça aconteceu ao nosso filho ABEL!
Que te fizeram?

Deus disse:
- Que desgraça aconteceu ao meu filho CAIM!
Que fizeste?

Nós devemos dizer:
- Que desgraça aconteceu aos nossos dois irmãos, CAIM e ABEL!
Que fizemos?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Lepras

Ano B - VI Domingo Comum

A Lepra é como o Pecado
ou
O Pecado é como a Lepra


- Porque cria insensibilidade,
torna-nos insensíveis.
Só os puros de coração verão a Deus

- Porque isola-nos,
afasta-nos da comunidade.
Fechamo-nos no nosso casulo.

- Porque contagia,
influencia negativamente os outros
e um mal nunca vem só.

- Porque desfigura o nosso rosto,
a nossa identidade ou dignidade.
Tornamo-nos qem não somos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Estender a Mão

Ano B - VI Domingo Comum

Não sei quem é o autor desta história. Apenas sei que este poço pode ser a lepra de outrora, a droga de hoje ou os males de sempre:

Certo homem caiu num poço
e não conseguia sair de lá.

Uma pessoa subjectiva passou e disse:
- Sinto muito que estejas aí, no fundo do poço.
Uma pessoa objectiva, olhando-o declarou:
- Estava-se mesmo a ver que alguém havia de cair neste poço.
Um fariseu exclamou:
- Só pessoas más é que caem em poços.
Um cientista pôs-se a calcular a pressão necessária para tirar o homem de dentro do poço.
Um geólogo espreitando para dentro sugeriu:
- Aí dentro podes apreciar as rochas do poço.
Um gabarola proclamou:
- Isso não é nada, havias de ver o meu poço.
Um psicólogo aconselhou:
- Tudo o que tens a fazer é convencer-te que não estás num poço.
O optimista advertiu:
- Podia ser bem pior.
O repórter quis logo o exclusivo da história do homem que caiu no poço.
O moralista disse:
- Se me tivesses escutado, não estarias agora nesse poço.
Um pregador retorquiu:
- O teu poço é apenas um estado de espírito.
Por fim, passou Jesus:
Vendo o homem, estendeu-lhe a mão e tirou-o para fora do poço.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

N. Sra. de Lourdes

11 de Fevereiro

Memória de Nossa Senhora de Lourdes
A IMACULADA CONCEIÇÃO apareceu a Bernadette a 11 de Fevereiro de 1858, numa Quinta-feira de manhã, numa gruta de Lourdes. As 18 aparições sucederam-se até 10 de Julho de 1858.


1. Vestida de branco
Manifestação de Maria na sua Imaculada Conceição
Virgem sem mancha

2. Véu branco
Mal deixa ver os cabelos
Qual noiva

3. Faixa Azul
Vestido cingido com faixa azul
Rasgo do céu que a compõe
Faixa desce até aos pés
espécie de fonte

4. Vem descalça
Pisa a terra agreste
Está à vontade
Faz-se pobre

5. Tem um rosto de donzela
Feições jovens
Eterna juventude

6. Tem na ponta de cada pé uma rosa amarela
Silencio que irradia o seu perfume
Simplicidade

7. Rosário de contas
Do braço direito pende um rosário
Contas brancas encadeadas a oiro

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dia Mundial do Doente

Adapto o CREDO, cujo autor desconheço:

O Credo do Sofrimento

Creio que Deus está próximo de todos os que sofrem por Ele.
Creio que Deus desde toda a Eternidade pesa e conta o número e a gravidade das dores, que encontra na minha vida, e me prepara em proporção graças e recompensas.
Creio que a dor é o que mais intimamente me une a Nosso Senhor e me torna semelhante a Ele.
Creio que a dor é um dos maiores benefícios que Deus pode conceder a uma alma.
Creio que a dor é uma das expiações mais eficazes do pecado e um dos mais preciosos dons que a alma pode fazer a Deus.
Creio que a dor suportada com resignação e amor tem maior mérito que qualquer boa obra.
Creio que a dor assinala à alma o caminho mais seguro e rápido para Deus.
Creio que a dor desprende, desilude, purifica, melhora e até conduz a alma à mais alta perfeição.
Creio que a dor unida à de Jesus é o meio mais fecundo para converter e salvar almas.
Creio que a dor nos torna mais humanos, mais compreensivos, mais justos e caridosos para com os outros.
Creio que a dor me ensina a manter-me humilde no mundo, desprendido nas glórias, confiante nas adversidades.
Creio que só pode viver com proveito para si e para os outros, quem verdadeiramente souber sofrer.
Creio firmemente no que diz a Escritura: “Sem derramamento de sangue não há Redenção”.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Tocar na Orla da Capa

2ª Feira - V Semana Tempo Comum

Do Evangelho de hoje:

TODOS QUERIAM TOCAR-LHE
NEM QUE FOSSE NA ORLA DA CAPA.



1. Tocar é sentir a presença de alguém, real, ali mesmo.
É mostrar que também estamos presentes e bem vivos.

2. É unir-se a alguém.
É como se fôssemos a continuidade de alguém
ou alguém fosse o nosso prolongamento,
como se fôssemos um só corpo.

3. É conhecer alguém de maneira simples.
É como um vilão que vê tocando com a mão.

4. É um intercâmbio de calor, energia.
Damos e recebemos, é inter-ajuda.

5. É acariciar, expressar afecto e amor.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Alargar Horizontes

Ano B - V Domingo Comum

Depois das férias, um aluno veio dizer-me, cheio de orgulho:
- Senhor padre, eu já estou mais crescido.
- É verdade. E com certeza ainda vás crescer mais. Mas porque é que queres ser grande?
- É para poder ver mais longe.
Surpreendeu-me esta resposta. Eu pensava que era para se sentir importante, para fazer o mesmo que os adultos ou outras coisas do género. Para aquela criança, ser grande é olhar mais longe, é alargar horizontes.
É esta a mensagem do Evangelho deste V Domingo: Jesus subiu ao monte para orar. Na tradição bíblica o monte é lugar e símbolo do encontro de céu e terra, da ascensão humana e da teofania, de vastos horizontes.
Quem reza vê mais além, alarga os seus horizontes, faz uma escalada, ultrapassa-se, une a terra ao céu. Há muitas maneira de rezar: Jesus rezava na sinagoga, no convívio com os amigos, fazendo o bem, anunciando o amor e a sós com o Pai.
Também nós rezamos assim, cada um segundo a sua circunstância. Uns rezam por dentro, com o espírito elevado. Outros por fora, de uma maneira prática, em movimento cristão, em acção eficaz sobre a terra. Não importa a forma, mas sim chegar a Deus. Não importa como foi o esforço para construir a ponte, o que importa é poder passar e chegar mais longe.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Dois a Dois

5ª Feira- IV Semana Comum
JESUS ENVIOU-OS DOIS A DOIS


- Porque para criar comunidade
é preciso dar exemplo de vida ocmunitária.

- Porque dois a dois a Palavra tem mais força
e mais eficácia.

- Porque onde dois ou três estiverem em Seu nome
Cristo estará no meio deles.

- Porque a mensagem a proclamar
não é uma questão pessoal.
Num grupo há maior garantia de fidelidade.

- Porque são como um casal
que lembra o papel criador dos apóstolos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Criancices (38)


Não sei se daqui a alguns anos isto ainda terá alguma piada, mas nos nossos dias... é de rir e de bradar aos céus.
Contou-me o professor de Educação Moral do 1º Ciclo do Colégio que numa aula perguntou:
- Quem sabe quem foi o fundador do Cristianismo?
Como ninguém deu sinais de se lembrar da resposta, formulou a pergunta de maneira diferente:
- Quem sabe quem deu origem ao CRISTIANISMO? Escutem bem: do CRIS…TIA….NIS…MO?
- Já sei – respondeu com todo o entusiasmo um traquina do 2º ano – foi CRIS…TIA…NO RO…NAL…DO!

Vida de Capelão (38)

- Ah, se eu fosse capelão, comia-as todas…
- Só tens língua. Comias todas… as hóstias, claro!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Vida de Capelão (37)

Um militar na brincadeira:
- Você nem olhe para mim. Eu nunca gostei de Capelães!
- E eu nunca gostei de homens...

Criancices (37)

Um colega meu, já de meia-idade, para desprezar os mais novos:
- Então tu não sabes que os professores até aos cinquenta anos não dizem nada de novo, só repetem o que os outros disseram?!
- Pois é. E a partir dos cinquenta anos só se repetem a si próprios.
Deu meia volta e foi-se... sem dizer mais nada (talvez para não se repetir...)

Ninguém é profeta na sua terra

4ª Feira - IV Semana Comum

Ninguém é profeta na sua terra...

- Porque ser profeta é ser peregrino,
missionário ou enviado.

- Porque é preciso estar despojados,
não ter raízes fixas.

- Porque o conhecimento que os outros têm dele
não se pode sobrepor ao conhecimento
da palavra que ele proclama.

- Porque todos os da sua terra poderiam achar
que têm mais direito do que ele a ser profeta.

- Para que ninguém da sua terra possa concluir
que a sua mensagem é uma questão de bairrismo.

- Para que uma terra possa ajudar outra
e vice-versa.

- Para que nenhuma terra ou comunidade
fique com a ideia de que é auto-suficiente.

- Para que o profeta seja mais livre
e não esteja condicionado pelos laços familiares.

- Porque é preciso alargar fronteiras.

- Para lembrar que um profeta vem de fora,
vem do Céu.