terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Olhos da Fé

5º Dia da Oitava de Natal - 29 de Dezembro

Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo:
«Agora, Senhor, segundo a tua palavra,
deixarás ir em paz o teu servo,
porque meus olhos viram a Salvação.»

Como é que o velho Simeão viu?
Ele era de idade avançada, faltava-lhe já a vista.
Foi com os olhos da fé.

A lição tinha de vir de alguém assim, que mostrasse que vemos a Deus não com os olhos da cara mas com os da fé.
Para ver a Deus mais vale fechar os olhos do que pôr uns óculos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Natal (15)

O Filho Unigénito de Deus fez-se Filho do homem, para converter muitos filhos dos homens em filhos de Deus (Santo Agostinho, Sermão 194).
Deus quis nascer para nós hoje no tempo a fim de nos conduzir à eternidade do Pai.
Deus fez-se homem para que o homem se tornasse deus.
Para que o homem comesse o pão dos Anjos, hoje o Senhor dos Anjos Se fez homem
(Santo Agostinho, Sermão 13) .

Nasci nu, diz Deus, para que tu saibas despojar-te de ti mesmo.
Nasci pobre, para que tu possas considerar-me a tua única riqueza.
Nasci num estábulo, para que aprendas a santificar todos os lugares.
Nasci débil, para que tu nunca tenhas medo de mim.
Nasci por amor, para que nunca duvides do meu amor.
Nasci de noite, para que acredites que posso iluminar qualquer realidade.
Nasci pessoa, para que nunca te envergonhes de seres tu mesmo.
Nasci homem, para que tu possas ser Deus.
Nasci perseguido, para que tu saibas aceitar as dificuldades.
Nasci na simplicidade, para que tu deixes de ser complicado.
Nasci na tua vida, diz Deus, para te levar, a ti e a todos para a Casa do Pai.
(Lambert Noben)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS

Os meus votos para este tempo:

Feliz Nata !!!

Sim, não é um erro. É apenas um NATAL sem o L,
isto é, Natal sem fim...


Outra vez Deus se faz menino para que saibamos crescer com ELE.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal (14)


Ele Deus Connosco
Nós Homens Com Ele

Explicava eu aos alunos que Jesus era o Emanuel, o Deus-Connosco.
- Que quer dizer Deus-Connosco?
A resposta ensinada era que Deus, ao nascer homem, quis fazer parte da humanidade, sendo homem connosco. Mas um aluno respondeu de maneira diferente:
- Quer dizer que nós somos Deus com Ele.
De facto, Jesus, ao fazer-se homem como nós, dá-nos oportunidade de sermos Deus como Ele. Quando dizemos a palavra Deus, pensamos em Alguém distante, abstracto, estranho. Ele é, afinal, um dos nossos, tão próximo que quis chamar-se Emanuel.
Mais propriamente Jesus devia ser Homem-Connosco, ou Filho de Homem, como tantas vezes sugere a Bíblia. E nós, com toda a propriedade, devíamos ser Deus com Ele.
(Outra Vez Deus de Palmo e Meio, 89)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal (13)


Parabéns ao Menino Jesus

O professor de Educação Moral e Religiosa Católica do Primeiro Ano preparou a sala de aula para uma breve celebração natalícia.
Sobre a mesa colocou um vaso de flores, o Menino Jesus e uma vela.
Explicou que aquilo serviria para comemorar o Nascimento de Jesus.
Mal acendeu a vela, todos os alunos, prontamente, correram para a mesa, cantando “Parabéns a você”.
No final, sopraram todos ao mesmo tempo a vela.
O professor deixou estas coisas acontecerem naturalmente, surpreendido por aquela expressão espontânea de celebrar.
Contou-me, depois, que ficara sem vontade de envolver esses alunos noutro tipo de celebração, pois aquela tinha valido por todas, na sua beleza, espontaneidade e profundidade.
De facto, trataram Jesus como um colega amigo que fazia anos.
Todos apagaram a vela, pois acreditavam que Jesus estava neles.
Para mim, foi a mais bela e feliz celebração nesse Natal.
(Outra Vez Deus de Palmo e Meio, 56)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Natal (12)

Licença para falar

Os alunos mais novos tinham preparado um presépio sob a forma de uma Lapinha tradicional madeirense. Coube-me fazer a explicação do seu significado. Comecei por chamar a atenção para a figura do Menino Jesus, no alto da escadinha, de pé com um braço levantado a apontar para o Céu. Queria explicar que esse gesto significava que Jesus vinha do Céu e para lá nos apontava o caminho. Então perguntei:
- Quem quer dizer por que é que Jesus está assim com o braço levantado?
Um miúdo do Primeiro Ano levantou o braço para responder:
- Ele está assim, porque está a pedir licença para falar.
Estremeci perante esta verdade. Jesus é o Verbo Eterno do Pai e, ao nascer, pediu a palavra. Tinha-me esquecido de que o Natal é a oportunidade de Deus apresentar a sua Palavra, na linguagem dos homens. Na sua inocência, aquele miúdo conseguiu chamar-se a atenção para essa verdade.
(Outra Vez Deus de Palmo e Meio, 5)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal (11)


NATAL DA BICHARADA

I Cena (Ovelha e Burro)
Burro – Boa noite, Senhora Ovelha!
Ovelha – Uma noite feliz, é verdade. È uma noite de paz, com muita luz. Já há muito tempo não via uma noite assim…
Burro – É verdade, esta noite é diferente, já notei isso, mas não sei dizer, nem explicar porquê.
Ovelha – Olha, olha, olha aquela estrela tão brilhante que até parece que está a cair na Terra.
Burro – Não parece, está mesmo a cair.

II Cena (Os mesmos e a Estrela)
Estrela – Olá, senhora Ovelha. Olá, senhor Burro. Porque estão tão espantados? Parece que nunca me viram!
Burro – Não sei porquê, mas esta noite é cada vez mais esquisita.
Ovelha – E vocês sabem porque esta noite é assim tão diferente das outras?
Burro – Eu cá sou Burro, eu não sei nada. Não sei porque é.
Ovelha – Eu lembro-me de uma noite muito parecida com esta, quando eu era ainda muito pequenina. Tenho a impressão que estava na Serra de Belém.
Estrela – É isso mesmo, esta noite é a Noite de Natal. Faz hoje anos que Jesus nasceu aqui bem perto de nós.
Burro – É verdade, já me estou a lembrar também. Afinal eu não sou assim tão burro. Eu também fui visitar esse Menino. Era tão bonitinho e a mãe dele parecia mesmo uma santa.
Estrela – Venha cá, senhor Galo. Ainda é muito cedo para cantar,

III Cena (Os mesmos e o Galo)
Galo – Boas noites, Senhoras e Senhores. Eu sou o galo mais velho da capoeira.
Ovelha – Muito prazer em conhecê-lo, mas o prazer será todo seu, pois está a falar com uma Ovelhinha muito importante. Eu conheci pessoalmente o Menino Jesus que hoje faz anos.
Galo – Olha a vaidosa. Pensa que foi só ela que O conheceu. Então vocês não sabem quem foi que anunciou a todos os vizinhos o seu nascimento? Fui eu. À meia-noite, quando Ele nasceu, eu comecei a cantar com tanta força que toda a gente acordou e ficou a saber o que se tinha passado. Todos levaram presentes, mas o meu presente foi o melhor. O meu presente foi esse: despertei toda a gente. E tu, o que foi que lhe deste?
Ovelha – Eu ainda era pequenina, nada podia oferecer de meu. Fui deitar-me bem perto dele e assim aqueci-o com o meu bafo. Estava muito frio nessa noite.

IV Cena (Os mesmos e o Boi)
Boi – Boa noite, senhores animais. Desculpem meter-me na conversa, mas tenho estado ali a ouvir e não resisti. Vocês esqueceram-se que eu é que aqueci esse Menino. Vocês viram-me lá com certeza. Estiquei o meu pescoço para cima da manjedoura e o calor que saía da minha boca aquecia o Menino Jesus, tão pobrezinho.
Ovelha – Mas eu também O aqueci, embora eu tivesse uma boca mais pequena. Além disso eu também lhe dei outra prenda.
Boi – Tu estás a mentir, tu não tinhas mais nada para lhe dar.
Ovelha – Não tinha, mas arranjei. Nessa noite eu não bebi o leite do meu jantar e levei-o à Mãe do Menino. Ela ficou satisfeita e eu nem sequer senti fome.
Estrela – Muito bem, estou a ver que cada um de vós ofereceu alguma coisa na noite de Natal. A minha oferta foi simples. Nada tinha de meu para oferecer para além da minha luz. Por isso resolvi servir-me dela para alumiar a gruta de Belém. Indiquei também o caminho a muitos pastores que andavam à procura do caminho para lá chegarem.
Galo – Olha, ali vai um homem. Escondam-me porque se ele me vê, pode querer matar-me para o seu jantar de Consoada.
Burro – Não tenhas medo, ó galinho, hoje há festa, e ninguém faz mal seja a quem for. Esta é a noite da Paz.
Galo – Então vou chamá-lo. Cócorócóco…

V Cena (Os mesmos e o Homem)
Homem – Mas o que é isto aqui? Nunca vi tanta bicharada junta.
Boi – É porque hoje é dia de festa, dia de Natal. E nós estamos a recordar esse dia. Cada um de nós ofereceu uma prenda. Tu, que és o rei da criação, com certeza também lhe ofereceste muita coisa, não é verdade?
Homem – Bem, eu já nem sequer me lembro o que é que lhe ofereci. Nunca mais pensei nisso.
Burro – Com que então tu não te lembras o que é que lhe ofereceste? Pois lembro-me eu, eu que sou Burro, lembro-me bem o que é que tu, homem inteligente, lhe ofereceste: deste-lhe uma cruz!
Estrela – Uma cruz!? Para que lhe ofereceste uma cruz?
Burro – Essa cruz serviu para matarem Jesus. O homem perdeu a cabeça e pregou Jesus nessa cruz onde Ele morreu. Porém, alguns dias depois, ressuscitou.
Homem – É verdade… foi mesmo assim. Eu já me arrependi. Eu agora queria oferecer muitas coisas boas, mas já é tarde, agora já não posso fazer nada.
Galo – Já é tarde?! Nunca é tarde para fazer ma boa acção. Tu ainda podes oferecer tudo o que quiseres a Jesus. Basta ofereceres agora aos outros meninos que passam necessidade, aquilo que gostarias de oferecer a o próprio Jesus.
Estrela – Jesus até disse, uma vez, que tudo o que se fizesse a um pobrezinho era a mesma coisa que fazer ao próprio Jesus.
Homem – Espera aí. Já sei que vou fazer. Vou ajudar todas as crianças a passarem um feliz Natal. Vou preparar uma festa, ficarão na minha casa, para não passarem frio.
Boi – Eu também vou fazer uma coisa que até agora tive medo de fazer. Eu vou oferecer a minha carne para que todas as crianças não passem fome neste dia. Assim terão muitos bifes.
Galo – Já agora, eu também me vou oferecer à casa mais pobrezinha e assim poderão fazer uma canja tão quentinha para se aquecerem. Já não tenho medo de morrer; eles precisam de mim.
Estrela – Muito bem, eu vou brilhar com toda a força para que haja muita luz nas estradas, para ninguém se perder e assim, nenhuma casa ficará às escuras por ser pobre.
Ovelha – Eu vou oferecer o meu leite aos meninos que estão muito fracos e que não têm dinheiro para comprarem o que precisam.
Burro – Eu ofereço-me para transportar os meninos que não podem andar. Vou passear com eles e será uma grande festa.
Homem – Vamos, então todos. Vamos fazer felizes todos esses meninos.




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Natal (10)

O Presépio como Espelho

Qual é a figura do presépio que mais gostaria de imitar neste NATAL?

Há quem se identifique com o burrinho.
Há quem se mostra a força da vaquinha.
Há quem imite a mansidão das ovelhinhas.
Há quem assuma a simplicidade dos pastores.
Há quem se reveja na humildade dos reis magos.
Há quem manifeste o nervosismo de Herodes com medo de perder a fama.
Há quem copie a figura de Maria, mulher confiante.
Há quem deseje ser como José, silencioso mas activo e cheio de fé.
Há quem queira ser um Anjo portador de boas notícias.
Há quem tenha inveja da estrela de Belém, que sem falar anuncia e guia.

Eu contentar-me-ia ser como o MENINO JESUS.
Afinal Ele nasceu como nós para que pudéssemos viver como Ele.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Cegos, surdos e mudos

4ª Feira - III Semana Advento

"Ide contar o que vistes e ouvistes..."

Perante Jesus ninguém pode ficar CEGO, SURDO e MUDO.
É preciso ver, escutar e proclamar.

Não basta ver, é preciso escutar e falar.
Não basta escutar, é preciso ver e falar.
Não basta falar, é preciso ver e escutar...
Quem ninguém diga de nós:
têm olhos e não vêem, têm ouvidos e não ouvem, nem a sua garganta articula qualquer som.

Proclamemos em alta voz as maravilhas que vemos e ouvimos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pedir ajuda

3ª Feira - III Semana Advento

Um pai tinha muitos filhos e disse a cada um:
- Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
O primeiro disse ao pai:
- Eu vou já – mas afinal não foi nem se justificou.
O segundo resmungou:
- Quanto é que me pagas por isso?
Outro advertiu:
- Eu já tenho a minha própria vinha!
Um outro avisou:
- Eu só vou quando todos forem, pois não vou trabalhar em vez de ninguém.
Aquele outro desculpou-se:
- Não posso ir agora, só mais tarde, talvez amanhã…
- Nem pensar, pois estou muito cansado
- Eu não, porque até nem gosto de vinho.
- É melhor contratar trabalhadores…
- Estava mesmo a ver que ia sobrar para mim…
- Se fosse para uma festa anda punha alguma hipótese de ir.
- Só me dás trabalho e mais nada.
- Isso é que era bom! Já lá foi o tempo do quero, posso e mando.
- Deixem-me em paz. Não tenho nada a ver com isso.
- Não tenho jeito para essas coisas.
- O melhor é repartir por todos a vinha como herança e cada um que se desenrasque.
- O que é que os vizinhos dirão?! Afinal quem somos nós?
- Já é tempo de acabar com essa vinha e investir noutra cultura.
Por fim, o mais novo respondeu:
- Eu é que preciso da ajuda do pai.
E o pai todo satisfeito exclamou:
- Até que enfim… Já alcancei o que pretendia.
É que o pai tinha pedido ajuda aos filhos, para que os filhos nunca tivessem medo de pedir ajuda ao pai…

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

São João da Cruz

14 de Dezembro
São João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja

Nasceu em Fontiveros, em 1542. Fez-se carmelita no ano de 1563. Ajudou Teresa de Ávila na sua obra desde a primeira fundação dos frades contemplativos, em Duruelo, em 28 de Novembro de 1568. Estando doente em Ubeda, “foi cantar matinas no céu”, na noite de 13 de dezembro de 1591.

PÉTALAS DE ROSAS

1. A alma enamorada é suave, humilde, paciente e mansa.
2. A sabedoria entra pelo amor, pelo silêncio e mortificação; grande sabedoria é saber calar e não olhar aos ditos nem feitos nem vidas alheias.
3. Para se enamorar duma alma não põe Deus os olhos na grandeza dela, mas na grandeza da sua humildade.
4. A alma que caminha no amor não se cansa.
5. Quem não procura a cruz de Cristo não procura a glória de Cristo.
6. A obra pura e inteiramente feita por Deus no seio puro faz reino inteiro para o seu Senhor.
7. Agrada mais a Deus uma obra, por pequena que seja, feita às escondidas e sem desejo que saiba, do que mil feitas com desejo de que os homens as saibam.
8. Um acto de virtude gera na alma suavidade, paz, consolação, luz, pureza e fortaleza.
9. Vão é perturbar-se com as adversidades. Havemos de nos alegrar em vez de nos perturbar, para não perder a paz e a tranquilidade.
10. A alma é o altar onde Deus é adorado em louvor e amor ao que, por amor, está unida a Ele.
11. Se uma alma busca a Deus, muito mais Deus busca a ela.
12. Amar é trabalhar em despojar-se por Deus, de tudo o que não é Deus.
13. Só aproveita muito na virtude aquele que se deixa conduzir por Deus.
14. Sem caridade, nenhuma virtude é graciosa diante de Deus.
15. O olhar de Deus veste de formosura e alegria o mundo e todos os céus. É tanta a formosura de Deus, que a sua vista não pode suportar nesta vida
16. Os braços de Deus significam a sua fortaleza; reclinada a nossa fraqueza na fortaleza de Deus tem já a fortaleza do mesmo Deus. Na fortaleza voa o amor.
17. Para as honras devemos ter repugnância, e para a humildade prontidão.
18. Tanto mais livre está a alma quanto mais unida a Deus.
19. Para não perdermos a paz, devemos nos alegrar e não nos perturbar nas adversidades.
20. Quem opera com tibieza, está próximo da queda.
21. Procurai lendo e encontrareis meditando; chamai orando e abri-se-vos-á contemplando.
22. Grande mal é olhar mais aos bens de Deus que ao próprio Deus; oração e desapego.
23. Ao entardecer desta vida examinar-te-ão no amor. Aprenda a amar como Deus quer ser amado e deixa a tua condição.
24. Onde não existe amor coloca amor e amor encontrarás.
25. Quanto mais uma alma ama, tanto mais perfeita é naquilo que ama.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Alcunhas

6ª Feira - II Semana Advento

Jesus faz a lista das alcunhas, apelidos ou 'nomes' que lhe chamavam:
- Glutão, Ébrio, 'Bom Vivant', Amigo de Publicanos e Pecadores...

Jesus encarna toda a experiência humana, igual a nós menos no pecado. Até nos nomes, alcunhas ou apelidos Jesus identificou-se connosco.

Tal como Jesus foi igual a nós nas alcunhas,
saibamos ser igual a Ele nas virtudes.

Alegrai-vos

Ano C - III Domingo Advento

O tema desta etapa do Advento gira à volta da pergunta: ‘e nós, que devemos fazer?’
A resposta repete-se nas várias leituras: ‘Alegrai-vos’.

No dia 14 celebraremos a memória de São João da Cruz. Santa Teresa de Ávila, afirmou a seu respeito que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. As grandes almas deleitam-se ao ouvir tão somente o nome de Deus.

E eu fico a pensar em tantos sermões que fiz ou que ouvi, tantas leituras, outras tantas exortações, celebrações etc. Mas quantas vezes me deixei arrebatar pelas coisas de Deus? Não interessa quem anuncia, não importa o que diz, basta só pronunciar esse nome para incendiar uma alma santa.
Quanta gente se lamenta, como eu, que as palavras do padre nada lhe diz, que os discursos da Igreja já não comovem! De quem será a culpa? Ouvir pronunciar o nome do Senhor era suficiente para inebriar o coração de São João da Cruz, porque tinha um grande amor.
Por coincidência, li recentemente que os cientistas concluíram que rir é o melhor remédio para o coração, diminuindo os danos causados pelo stress.
Que devemos fazer para preparar o caminho do Senhor?
Alegremo-nos e o nosso coração estará em condições para O receber.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cruz leve

4ª Feira - II Semana Advento

Na 1ª Leitura Isaías diz:
"Os que esperam no Senhor... correm sem se fatigarem, caminham sem se cansarem..."

No Evangelho Jesus diz:
"Vinde a mim... e eu vos aliviarei...porque a minha carga é leve."

A sabedoria popular diz:
"Quem corre por gosto não cansa..."

O Pe. Dehon diz:
"A cruz é leve quando a levamos por amor... "(Carta ao um noviço 20/08/1909, Inv 228.03, AD B18/14.3)
"Bebamos o amor e as cruzes de madeira ou de ferro tornar-se-ão como se fossem de palha" (CA, pag 194).
"Os que levam a cruz por amor encontram-na suave" (VA, pag 156).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

As mãos do Sacerdote


Este texto, aqui adaptado, é dos séculos passados. Era proclamado nas Missas Novas (festa da primeira missa de um novo Sacerdote) aquando do gesto do Beija-mãos.
Recordo-me de, na minha infância, cumprimentar o meu Pároco dando-lhe um beijo na mão...

AS MÃOS DO SACERDOTE

As mãos do Sacerdote, consagradas na Ordenação Sacerdotal,
são mãos humanas tornadas divinas.

Todas as mãos são santas quando praticam o bem,
mas as do Sacerdote são-no ainda por um outro título.
Ungidas pelo óleo sagrado,
tornaram-se santas e santificadoras.

Quem derrama sobre as nossas cabeças a água baptismal
que nos faz cristãos e filhos de Deus?
As mãos do Sacerdote!

Quem traça sobre a nossa fronte humilhada
a cruz bendita do perdão no Sacramento da Penitência?
As mãos do Sacerdote!

Quem sacia as nossas almas famintas
com o Pão dos Anjos, a sagrada Eucaristia?
As mãos do Sacerdote!

Quem unge o nosso corpo, na doença,
com óleo santo que purifica a alma e reanima o corpo?
As mãos do Sacerdote!

Quem traça sobre as mãos dadas dos noivos a cruz do Amor,
penhor da fidelidade e de bênção para o novo lar?
As mãos do Sacerdote!

Quem lança sobre a campa silenciosa e fria dos nossos mortos
a última bênção, a última prece?
As mãos do Sacerdote!

As mãos do Sacerdote são as mãos do próprio Jesus,
mãos benditas, mãos trespassadas, mãos taumaturgas,
mãos de um homem com o poder
e a santidade das mãos de Deus!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Santo Ambrósio

7 de Dezembro

Memória de Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja

O Pe. António Vieira, no Sermão X - Maria Rosa Mística, escreveu:

"Notou engenhosamente Santo Ambrósio que o arco celeste não foi feito para Deus atirar setas aos homens, porque no tal caso havia de ter as pontas voltadas para o céu; mas tem as pontas voltadas para a terra, porque foi feito para os homens atirarem setas a Deus.
As duas pontas do arco eram a divindade e a humanidade, e a união hipostática foi a corda que atou uma ponta com a outra. as setas, que são as orações vocais, como se hão de atirar?"

A abelha foi adoptada como o emblema de Santo Ambrósio. Reza a tradição que, ao tempo do seu nascimento, foi visitado por um exame de abelhas, preconizando a eloquência que demonstraria mais tarde. É ele o patrono dos apicultores e comerciantes de cera.
Antigamente as abelhas foram consideradas parteogénicas (do grego parthenos=virgem) assinalando virgindade e castidade. Nos túmulos assinalam imortalidade. Mais ainda, elas smbolizam a vigilância e o zelo das almas cristãs bem como a dedicação às tarefas quelhes estão confiadas. Uma abelha a voar representa a alma dando entrada no reino celestial.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Credo dos Sacerdotes

CREMOS que Deus nos escolheu, antes da criação do mundo, para viver no amor e estar na sua presença (Ef 1,4).

CREMOS que Deus aos que de antemão conheceu, também os predestinou a ser como seu Filho (Rm 8,29).

CREMOS que Deus, que nos escolheu desde o seio materno e nos chamou por seu muito amor, se dignou revelar-nos o seu Filho para O anunciarmos (Gal 1,15-16).

CREMOS que Jesus Cristo nos considerou dignos de confiança ao chamar-nos para o seu serviço (1Tim 1,12).

CREMOS que somos servos de Cristo Jesus e apóstolos por chamamento de Deus, escolhidos para proclamar o Evangelho do Senhor (Rm 1,1).

CREMOS que Deus escolheu aquilo que o mundo tem por débil, para confundir os fortes, para que acreditemos, não já pela sabedoria de um homem, mas pelo poder de Deus (1Cor 1,27;2,5).

CREMOS que em cada um o Espírito Santo revela a sua presença, concedendo-lhe um dom para o bem de todos (1Cor 12,7).

CREMOS que devemos viver de acordo com a vocação que recebemos, sendo humildes, dóceis e pacientes, a fim de crescermos em tudo em direcção Àquele que é a Cabeça, Cristo (Ef 4,1-2.16).

CREMOS que Deus dispõe todas as coisas para o bem daqueles que O amam para os que Ele chamou segundo a sua vontade (Rm 8,28).

CREMOS que Deus, que começou em nós a boa obra, há-de levá-la à perfeição até ao dia de Cristo Jesus, porque Ele, que nos chamou, é fiel, e é Ele quem vai agir (Fil 1,6; 1Ts 5,24).

sábado, 5 de dezembro de 2009

Preparar-se

Ano C - II Domingo Advento

Um grupo de monges precisava de transferir uma Estátua de barro para um novo local. Quando o guindaste começou a suspender essa figura, o seu peso era tanto que começou a rachar. E como se não bastasse, começou a chover também. Resolveram suspender a operação e cobri-la para não se molhar. Mais tarde, um monge foi ver se a imagem continuava seca. Conforme a luz incidiu na ranhura, notou um pequeno brilho e achou estranho. Pareceu-lhe haver algo sob o barro. Com um cinzel retirou parte do barro e o brilho tornou-se mais forte. Continuou a retirar o barro e deparou com uma estátua de ouro maciço.
Os historiadores descobriram então que anos antes os monges cobriram a preciosa figura com uma camada de barro para evitar que o tesouro fosse roubado.

Somos todos como esta imagem de barro, recobertos por uma resistência criada pelo medo e egoísmo e, afinal, dentro de cada um há algo de ouro, um Cristo de ouro, ou uma essência pura.

Preparai o caminho do Senhor, gritava João Baptista. Deus fez-se homem para chegar até nós, o seu caminho foi o homem. É preciso retirar tudo o que está a mais para descobrir essa condição dentro de nós. Afinal, todos precisamos de limpar a nossa estátua para descobrir aí a imagem e semelhança de Deus.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Francisco Xavier

3 de Dezembro - Memória de São Francisco Xavier
Padroeiro das Missões

Nasceu em Espanha em 1506. Foi estudar para Paris. Aí partilhou a mesma universidade, os mesmos estudos, as mesmas actividades e até o mesmo quarto de pensão com outros dois estudantes: Pedro Favre que como ele se tornará jesuíta e será beatificado e outro estudante já mais velho, Inácio de Loiola, também Santo, fundador juntamente com eles da Companhia de Jesus.
Foram três estudantes que tudo partilharam, até ao ponto de partilhar a mesma santidade.
É que a santidade é altamente contagiosa.
A santidade atrai... contagia... pega-se...

Foi depois para as Índias para as missões portuguesas, como missionário.
Morreu aos 46 anos às portas da China. Morreu de esgotamento.
(Se fosse eu a mandar na liturgia dos Santos, apresentava-o não apenas como pastor, mas como MÁRTIR. De facto gastou toda a sua vida à evangelização).
O esgotamento foi o seu martírio ou o seu martírio foi o esgotamento.
Depois de São Paulo não houve mais ninguém que tivesse baptizado mais convertidos: Em apenas dez anos nas missões converteu e baptizou mais de trinta mil...




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Três dias atrás de Jesus

4ª Feira - I Semana Advento

No Evangelho de hoje Jesus compadeceu-se da multidão que o seguia há 3 dias sem se lembrar de comer... Ele lembrou-se da fome deles e multiplicou-lhes o pão...

Faz-me lembrar e adaptar uma parábola dos nossos tempos.
Um dia, um sacerdote entrou na sua pequena igreja atraído pela música que de lá se fazia ouvir... Era o organista que tocava para Deus, tão absorto na sua música feita oração, mas reparou que junto ao altar uma vela caida fazia arder o genufletório... que desgraça!
- Então não viste este começo de incêndio? - perguntou-lhe o pároco aflito.
- Eu não! - responde o organista - estava tão concentrado naquilo que fazia, só pensava em Deus, só ouvia a música que para Ele fazia que não reparei em mais nada.
- Pois fica a saber que na casa de Deus devemos estar com os ouvidos atentos para Deus, mas os nossos olhos devem ficar atentos à nossa volta e às necessidades que nos rodeiam...

Dias depois o mesmo pároco entrou na mesma igreja atraído por um choro de angústia... Viu então o tal organista ajoelhado, de olhos fixos no sacrário, concentrado em oração... e atrás dele uma pobre criança desprezada, deitada no banco, num choro de fome, de frio e de sofrimento.
- Então não ouviste esta pobre criança, tu que estavas a rezar bem perto dela?
- Eu estava tão absorto na minha oração, só olhava para Deus e tudo o mais me escapava... de modo que não podia ouvir o choro de ninguém...
- Amigo, na casa de Deus devemos estar com os olhos fitos em Deus, mas com os ouvidos abertos para ouvir os rogos dos nossos irmãos...

No Evangelho o povo só ouvia a Jesus, esquecendo-se de comer...
Jesus porém falava, mas também via a necessidade da multidão...

Na casa de Deus bem como na nossa casa tenhamos sempre os olhos fitos em Deus e os ouvidos atentos aos nossos irmãos ou tenhamos os ouvidos atentos em Deus e os nossos olhos abertos para as necessidades dos nossos irmãos.

Só assim seremos cristãos completos.