domingo, 31 de agosto de 2008

Libro de Boas Obras

Ano A - XXII Domingo Comum


“Deus dará a cada um segundo as suas obras.”

Depois de um dia de muito trabalho dedicado a obras sociais, um certo empresário adormeceu e SONHOU
Sonhou que se encontrava na sala de espera do Paraíso. Vieram ter com ele dois anjos carregando um grande livro.
- Deve ser o livro das minhas boas obras – pensou o homem – e deve estar cheio. Que grande livro!
Os anjos abriram o livro e mostraram-no. Apenas havia uma simples página escrita e o resto tudo em branco…
- Como é possível? – Inqueriu o homem – Eu fiz tanto bem, tantas boas obras, ajudei tanta gente, dei trabalho a muitos, ninguém entregou tantas esmolas como eu…
- Tudo o que fizeste por amor aqui foi registado. A maior parte das vezes o que fizeste foi por vaidade, para te mostrares, não foi caridade, foi orgulho… Antes de entrares no paraíso terás de aguardar e reparar o bem que podias ter feito…
- Já agora, enquanto espero, Vossas Majestades podiam saciar uma curiosidade minha? Se não levarem a mal, eu amo muito a minha mulher, será que posso ver o livro dela enquanto está ainda na terra.
- É para já – disseram os anjos enquanto se dirigiam à estante à procura do dito livro.
O homem, estava ansioso. Queria saber que boas obras a sua mulher estaria agora a fazer, já que até então tinha sido uma mulher simples, muito discreta ou apagada, silenciosa, quase não se dava pela sua presença.
Quando os anjos se aproximaram e colocaram o livro à sua frente, o homem pegou nele e ao abri-lo ACORDOU.

Lições:


Seremos de facto avaliados pelas nossas boas obras. Não basta ser activos, é preciso ser caridosos. Não basta evitar o mal, é preciso fazer o bem. Às vezes ao tentarmos fazer o bem só pensamos em nós e não nos outros que precisam da nossa ajuda. Não basta dar esmola, é preciso fazê-lo por amor.


Cada um é responsável pelas suas obras e só responsável por si e não pelo que os outros fazem. Ninguém nos poderá julgar a não ser o próprio Deus. Não vale avaliar a vida dos outros segundo os nossos critérios. Cada um só tem acesso ao seu livro de boas obras. E só Deus será o seu juiz. Cada um sabe de si… e Deus sabe de todos!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Está vivo!

Entre nós, madeirenses, quando alguma coisa nos escapa das mãos costumamos exclamar:
- Está viva!
Talvez pelo facto de mexer, de movimentar ou de nos escapar, dizemos que alguma coisa está viva, que mexe, que nos escapa. Por exemplo, a água viva é a água que mexe, isto é, em movimento.
Quando uma colher ou um garfo se nos escapa das mãos, dizemos que está vivo, que não é uma coisa morta…
Tantas vezes usei esta mesma expressão ao longo da minha vida.
Hoje, foi a vez que a usei com maior propriedade.
Aconteceu assim:
Estava a distribuir a sagrada comunhão na missa num convento de freiras.
Uma irmã, das mais idosas, ao receber a hóstia consagrada nas mãos, atrapalhou-se um pouco de modo que a hóstia saltou e ela teve de agarrá-la pelo ar. Ao reparar naquela cena exclamei com toda a naturalidade:
- Está vivo!
Nunca a expressão foi aplicada com mais verdade: está vivo o Senhor que comungas!
As freiras todas ficaram vermelhas pela minha irreverência, mas eu senti-me feliz por aquela declaração de fé.
Expliquei-me e as irmãs sossegaram e agradeceram a lição irreverente de fé na Eucaristia.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Vida de Capelão (15)

- Ó Capelão, quando você se for embora, eu gostava de guardar como lembrança um Distintivo seu.
- Ó rapaz, de mim não m’herdas nada.

Criancices (15)

Estava eu a explicar que antigamente havia uma expressão popular para referir a gravidez das mulheres:
- Dizia-se que elas tinham bebido água de tremoços...
Um aluno pergunta inocentemente:
- E não fazia mal ao bebé?

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Elogiar

2ª Feira - XXI Tempo Comum

Na primeira leitura, São Paulo escreve a 2ª carta aos Tessalonicenses elogiando a sua fé e a sua caridade dizendo que é justo que assim seja: dar graças a Deus por isso, sentir-se ele próprio orgulhoso disso, reconhecer o progresso dos cristãos.
"Devemos dar contínuas graças a Deus por vós, irmãos, como é justo, porque..."
ELOGIAR é assim um acto de justiça.
Que quer dizer isto?

De nós para os outros:
É preciso elogiar, reconhecer o progresso de alguém, identificar as maravilhas de Deus.
Saibamos elogiar pois faz bem a todos e é uma questão de justiça.

Dos outros para nós:
Os outros também hão-de elogiar-nos, reconhecendo os nossos benefícios. Quando formos elogiados e reconhecidos saibamos também com toda a justiça aceitar isso humildemente.
A Irmã Wilson, fundadora das Irmãos Vitorianas aqui na Madeira dizia com toda a humildade:
"Não sou maior quando me elogiam, mas tambem não sou mais pequeno quando me vituperam."

domingo, 24 de agosto de 2008

Receber a Chave

Ano A - XXI Domingo Comum

Dar-te-ei as chaves do reino dos céus.

O que significa entregar as chaves a alguém?

1º É sinal de CONFIANÇA
Quando alguém nos entrega a chave de alguma coisa é porque confia em nós. Juntamente com a chave, recebemos a total confiança.

2º É sinal de RESPONSABILIDADE
Quando alguém nos entrega a chave do seu carro está a dizer que acredita na nossa responsabilidade. Receber uma chave de alguém é sermos declarados aturos, responsáveis.
-
3º É sinal de PROPRIEDADE
Receber a chave de um prédio é ser considerado proprietário. Assim nós pertencemos àquela morada e ela pertence-nos a nós.

4º É sinal de LIBERDADE
Quando se tem a chave da casa tornamo-nos livres para chegar a qualquer hora. A liberdade está naas nossas mãos juntamente com a chave que recebemos.

5º É sinal de INDEPENDÊNCIA
Ao termos a chave da casa já não dependemos de alguém para nos abrir a porta. Somos autónomos e indenpendentes pois não incomados os outros.

6º É sinal de INTIMIDADE
Ter a chave de alguma coisa é conhecer o seu segredo. Somos portadores da chave do segredo do cofre de Deus.

7º É sinal de PODER
Quando alguém recebe a chave de uma cidade significa que essa pessoa é reconhecida como uma autoridade. Daí o designado PODER das Chaves.

Agradeçamos a Deus por nos ter dado uma chave...
Será que a merecemos?
Que maior significado tem para mim esta chave que Deus colocou nas minhas mãos?

sábado, 23 de agosto de 2008

A Chave do Céu

Ano A - XXI Domingo Comum


Tanto a primeira leitura como o Evangelho de hoje falam-nos de CHAVES.
Na primeira leitura Isaías põe na boca de Deus a ordem ao administrador do palácio:
- Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há-de abrir, sem que ninguém possa fechar; há-de fechar, sem que ninguém possa abrir.
É uma chave pesada e que se põe aos ombros, isto é, cheia de responsabilidade.

No Evangelho Jesus promete a Pedro:
- Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o desligares na terra será desligado nos Céus.
É uma chave dupla: para abrir e para fechar, mas também porque uma fica na terra e outra no céu, apesar de terem a mesma faculdade.
História
Um dia uma santa Irmã, depois de passar toda a sua vida de consagração a trabalhar na rouparia do convento, caiu de cama pois a velhice e as forças já não a deixavam trabalhar mais.
Pressentindo que se aproximava a hora partir para os céus, pediu com insistência:
- Tragam-me, por favor, a chave do Céu.
Foram logo providenciar a cruz da sua profissão religiosa. Recebeu-a, beijou-a mas voltou a pedir:
- Tragam a chave do Céu.
Levaram-lhe então a Bíblia e a Regra de vida da Congregação. Ela abriu os livros, beijou-os e devolvendo-os fez o mesmo pedido.
Então foram ao Sacrário, trouxeram solenemente a Eucaristia. A santa Irmã comungou devotamente e depois volta a pedir:
- Agora, só me falta a chave do Céu. Tragam-me essa chave.
Não sabendo mais que fazer, pediram ao Capelão que viesse dar a santa unção à moribunda. Assim aconteceu. Reconfortada por estes sacramentos, com novas forças pediu:
- Tragam-me por fim a minha chave do Céu.
A Madre Superiora pediu esclarecimento:
- Mas que chave é essa que a Irmã quer com tanto insistência?
- A minha chave do Céu, a minha agulha de costureira…
Entregaram-lhe surpresas a agulha, areada de tanto uso, e a santa Irmã adormeceu feliz no Senhor…
Ela que toda a vida se tinha santificado na rouparia, num trabalho simples e humilde, sabia que a agulha era a chave dessa dedicação. Tudo o resto tinha a sua importância, mas a sua agulha, o seu trabalho, o seu serviço foi o motor da sua vida de santidade.

A exemplo do Administrador da Primeira Leitura e de Pedro no Evangelho de hoje, a todos nós foi dado também uma chave. Será ela a nossa chave do Céu.
Cada um tem um serviço, um trabalho, um carisma, um jeito próprio para se santificar e ter acesso assim ao Reino dos Céus.
Identifiquemos então na nossa vida a chave do Céu que Deus nos entregou. Sem ela não entraremos na Morada Santa.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Viva a Rainha!

22 de Agosto - Virgem Santa Maria RAINHA


Ouvi contar este episódio da vida do rei Balduíno, da Bélgica, que morreu em 1993 e cujo processo de beatificação está em curso.

O Cardeal Suenens acompanhava-o numa visita oficial a um certo bairro da capital. À medida que a comitiva avançava o povo levantava a voz para saudar:
- Viva a Rainha Fabíola!
- Viva!
- Viva a Rainha!
O Cardeal ficou intrigado, pois a rainha estava longe, não viera àquela visita e o povo dava vivas para ela e não para o rei que ali estava junto deles. Como era possível?!
E o povo continuava:
- Viva a Rainha!
Seria uma chamada de atenção? Uma crítica à rainha que estava ausente?
Não seria uma falta de respeito ao rei não saudá-lo da mesma maneira e com o mesmo entusiasmo? Não gastariam do rei?
O Cardeal Suenens não descansou enquanto não perguntou ao rei o significado daquela atitude. Este com toda a comoção explicou:
- Neste bairro as pessoas fazem questão de dizer ao rei que gostam de quem o rei gosta e isso é o mais eloquente sentimento que querem expressar. Ao dizerem viva à Rainha estão a dizer implicitamente Viva ao Rei. É uma maneira de dizer ao Rei que gostam de quem gosta dele, e gostam de quem o rei gosta.

Hoje celebramos a festa da Virgem Santa Maria Rainha.
Oito dias depois da sua Assunção, comemoramos a Coroação de Maria como Rainha do Céu e da Terra, Rainha dos Anjos e dos Santos.
Dizemos por isso VIVA A RAINHA, para dizermos Viva a Jesus Cristo.
Dizemos Viva a Mãe, para dizermos Viva o Filho.
Dizemos assim que gostamos de quem gosta de Deus e gostamos de quem Ele gosta.
Digamos pois hoje e sempre:
- Viva a Rainha do Céu!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Contratar Vinhateiros

4ª Feira - XX tempo Comum
A Parábola do Proprietário que saíu a contratar Vinhateiros apresenta 7 características de DEUS representado nesse Proprietário:
1 - É Alguém acessível, pois saíu 6 vezes ao encontro dos trabalhadores: ao romper do dia, à meio da manhã, ao meio dia, às 3 horas da tarde, às 5 horas da tarde e ao entardecer.
2 - É Alguém que precisa de ajuda, é por isso que vai pedir colaboração.
3 - É Alguém que mantém uma ralação pessoal, pois contrata pessoalmente.
4 - É Alguém que é bom.
5 - É Alguém que é justo.
6 - É Alguém que é generoso.
7 - É Alguém que é livre.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Senhora do Monte

15 Agosto

A pregação de hoje não será feita por mim, nem pelo vosso pároco, nem por algum ilustre pregador.
Será pregada por alguém que é guardião deste Santuário do Monte.
Aliás, nem sei se é ele o guardião de Nossa Senhora do Monte ou se é Ela que é a guardiã deste santo pregador.
Estou a falar de alguém que no próximo dia 17 de Agosto celebrar+a o seu 121º Aniversário, pois nasceu em 1887 perto de Viena da Áustria.
Será ele, o Beato Carlos imperador da Áustria, quem irá pregar hoje através do seu exemplo e das suas palavras:
No dia 19 de Novembro de 1921, desterrado do seu reino, obrigado à resignação e ao exílio, entrando na baía do Funchal juntamente com a sua esposa a Imperatriz Zita, e admirando o verde da ilha da Madeira que subia a encosta, descobriu nesse magnífico anfiteatro sobre o mar as duas torres brancas da Igreja de Nossa Senhora do Monte. O imperador, hoje Beato, exclamou:
- Deve ser um templo dedicado a Nossa Senhora; em breve iremos visitá-lo!

Exemplo:
O Imperador, desterrado, exilado, separado dos seus filhos e outros bens, com certeza que estava de rasto. Apesar disso, em vez de olhar para trás para aquilo que perdia, em vez de olhar para o chão para onde o queriam atirar, ele OLHAVA PARA O ALTO. E ao olhar para cima, identificava a presença e a protecção de Maria.
Nos momentos de provação, olhemos para o alto e a confiança reaparecerá na presença de Deus e na protecção de Maria Santíssima.

Palavras:
“Em breve iremos visitar esse templo”
Alguns meses depois o imperador Carlos veio habitar bem perto desta igreja e tantas vezes a visitou. E parece que gostou pois não só a visitava assiduamente como quis o destino que aqui ficasse para sempre, como nos atesta a presença dos seus restos mortais.
Não sei de foi ele que gostou de Nossa Senhora do Monte ou se foi a Senhora do Monte que quis que Carlos ficasse sempre junto dela. Com certeza as duas realidades.
Este facto histórico é para nós uma lição:
Estamos aqui a cumprir um desejo do Beato Carlos: iremos visitar este templo dedicado a Nossa Senhora.
Nós hoje realizamos o desejo de um santo: subir ao Monte para visitar quem neste dia subiu aos céus.
Fazemos isto porque gostamos dela e fazemos isto porque ela gosta de nós.
Nós visitamo-la porque ela visita-nos todos os dias.
O trecho do Evangelho mostra Maria apressadamente a caminho para visitar quem precisava da sua ajuda.
Ela é a primeira a tomar a iniciativa, a primeira a visitar-nos e por isso faz despertar em nós o desejo de a visitar também.
Tal como o Beato Carlos de Áustria sentiu o desejo de visitar Maria no seu Santuário porque primeiro Maria já tinha visitado o coração do imperador e aí permanecia.
Hoje é dia de visitar a Senhora do Monte, já que nos outros dias é sobretudo ela quem nos visita.

Conclusão:
A exemplo do Beato Carlos, nos momentos de provação saibamos olhar para o alto e seremos atendidos por Maria.
Nos momentos de alegria saibamos visitar Maria Santíssima pois será expressão da nossa gratidão por ela nos visitar todos os dias.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Simplicidade de Criança

3ª feira - XIX Tempo Comum

Quem é o maior?
Jesus tomou uma criança e colocou-a no meio...
Faz-me lembrar uns dísticos que algumas viaturas apresentam: COMIGO AS CRIANÇAS VÃO SEMPRE ATRÁS.
É por segurança que assim deve ser, as crianças estão atrás...
Mas o dístico de Jesus é diferente: COMIGO AS CRIANÇAS ESTÃO SEMPRE NO MEIO.
Isto quer dizer que para Jesus as crianças estão no centro de todos os cuidados, no meio de todas as dedicações...
Os mais débeis, os mais carenciados ou necessitados, os mais frágeis, os mais pobres... todos os pequeninos devem estar no centro das nossas atenções, devem estar em primeiro lugar... por isso são as mais importantes para nós.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Santa Clara

11 de Agosto
Memória de Santa Clara de Assis

1º - Plantinha do santo pai Francisco
Clara de Assis considerava-se "Plantinha" de São Francisco, isto é, da sua sementeira ou da sua colheita.
Também nós nos podemos considerar "Plantinhas" do Altíssimo porque bem cuidados ou tratados por Ele. Somos da sementeira de Deus, da sua vinha preferida. Temos todas as condições para darmos flor e frutos.

2º - O Privilégio de não ter Privilégio
A exemplo de São Francisco, Santa Clara de Assis aspirou ao Privilégio de não ter Privilégio, isto é, procurou viver a pobreza absoluta.
Também nós podemos podemos aspirar a uma vida pobre e humilde. Que alcancemos o privilégio de nos despojar de todos os privilégios.

Lição dos Cachorrinhos

Ano A - XX Domingo Comum
"Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos".
Também os cachorrinhos dão-nos grandes lições de fé, de fidelidade e de amor.
Podemos recordar uma oração que alguém pôs na boca de um cão:

"Ó Senhor de todas as criaturas,
fazei que o homem, meu dono,
seja fiel aos outros homens como eu próprio lhe sou fiel.

Fazei-0 afeiçoado à família e aos amigos
como eu próprio lhe sou afeiçoado.

Fazei que ele guarde honestamente os bens que Tu lhe confias
como eu honestamente guardo os que ele me confia a mim.

Dai-lhe, senhor, a humildade e a fé
como eu me contento com as coisas simples.

Fazei-o tão pronto à gratidão
como eu sempre tão pronto o reconheço.

Dai-lhe uma paciência igual à minha
que o sigo sem nenhum queixume.

Que ele tenha a minha coragem e a minha prontidão no sacrifício.

Conserva-lhe a juventude do meu coração e a alegria do meu viver.

Por fim, Senhor de todas as criaturas,
fazei-o sempre tão verdadeiramente homem,
como eu sempre tão verdadeiramente sou cão.

Amen."

sábado, 9 de agosto de 2008

Tapar o Rosto

Ano A - XIX Domingo Comum

Dois Comentários:

1º - Na Leitura do Livro dos Reis, Elias depois de vento, do terramoto e do fogo, sentiu a presença de Deus numa breve brisa. Então sobriu o rosto com o manto e saiu..
Explicava eu isto às crianças, repetindo que assim que pressentiu a presença de Deus na brisa suave, Elias cobriu o rosto.
Uma criança perguntou:
- Então se ele queria ver a Deus porque é que cobriu o rosto?
Pois é. Não vale a pena procurar VER a Deus, ou OUVIR ou SENTIR exteriormente. O que é preciso é SENTIR interiormente, no silêncio e na paz do nosso coração.
É por isso que Elias tapou o rosto para senti-Lo melhor no seu coração.

2º - Disse Jesus no Evangelho de hoje:
- Sou Eu.Não temais.
Assim que sairam para o barco a vento amainou.
Assim é na nossa vida. Nós navegamos no mar agitado da nossa vida. É preciso recordar sempre que não vamos sozinhos:
- Sê firme, certo de que é mais forte Aquele que está connosco do que todos aqueles que estão contra nós. (Mary Jane Wilson)
Basta que a água da tempestade não invada o nosso interior, o nosso barco não irá naufragar.
Aquele que está dentro de nós é mais forte do que tudo o resto....

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Duas chaves

5ª Feira - XVIII Comum

Podemos inverter a entrevista:
Perguntemos a Jesus o que é que Ele diz de nós, quem somos a seus olhos.
Teremos algumas surpresas.

Por que é que Pedro recebeu 2 chaves?
Uma para ficar na terra e outra para ficar no céu.
Assim da terra poderá ligar e desligar, com também a partir do céu poderá abrir e fechar...
Tudo o que temos e somos tem repercução no Céu...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Transfiguração

6 Agosto
Festa da Transfiguração do Senhor


Para ver a glória de Cristo Transfigurado e para deixar-se envolver por Ele é preciso várias acções.
Eis as 7 palavras de ordem, as 7 acções, ou os 7 imperativos para alcançar isso:

1. Estai comigo (Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João)

2. Subi (Jesus levou-os até a um alto monte)

3. Vede (Jesus manifestou a sua glória transfigurando-se diante deles)

4. Escutai (Fez-se ouvir uma voz)

5. Levantai-vos (Jesus disse... despertai, acordai...)

6. Não temais (Disse-lhes Jesus...)

7. Não conteis a ninguém (Bico calado, deixai que cada um faça a sua própria experiência...)

Destas 7 exigências ou condições, qual será aquela de que tenho mais falta?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Vamos a la Playa



A praia significa muito para nós.
É onde a terra acaba e o mar começa, é um ponto de partida e de chegada, é um lugar de lazer e de desafio.
Na nossa história nacional a praia é um espaço de despedida e de reencontro, de sonho e de heróicas realizações. Da praia nascem novas esperanças, largos horizontes, eternas saudades.
A nível pessoal, ir à praia é voltar às origens, renascer outra vez. É voltar a ser criança, rebolar-se na areia, ser dono do tempo. Aí todos somos iguais, sem complexos nem distinções.
Também a praia contou muito na experiência de Jesus sobre a terra. Foi na praia que Ele escolheu os seus primeiros discípulos. Foi aí que ensinou multidões, bebeu das suas aspirações, alargou fronteiras. Depois de ressuscitar, continuou a fazer da praia o lugar de encontro, de testemunho e de envio.
Hoje, mais do que nunca, precisamos de voltar à praia. Que lugar escolher?
Sugiro algumas alternativas.

1. A Praia do Silêncio
É fácil chegar até lá. Basta concentrar-se até ouvir o bater do nosso coração. Não é um lugar de vazio, mas de encontro consigo mesmo, uma oportunidade de redescobrir a nossa própria voz. Será um bom ensaio para aprender a ouvir os outros. É esta a melhor praia para sanar males de ouvido.

2. A Praia da Contemplação
É também de fácil acesso. Basta abrir os olhos e redescobrir o que nos rodeia. Aqui contemplaremos a harmonia perfeita entre o homem e a natureza, entre todas as criaturas. Esta é a praia mais apropriada para quem precisa de apurar a vista.

3. A Praia dos Sonhos
A rotina da vida deixa-nos pouco espaço para sonhar. É preciso parar e olhar para o alto. Os sonhos afluirão sem limitações. Nesta praia, a nossa vida será refrescada por novos ideais e reconfortantes motivações.

4. A Praia Celeste
Muitas vezes Deus anda à nossa procura, mas nunca nos encontra em casa. A Praia Celeste é o lugar ideal para, libertos de condicionamentos, estarmos abertos e receptivos. O Céu limpo, a paz e a serenidade são condições essenciais para deliciar-se nesta praia.

5. A Praia da Família
Viver não é o mesmo que conviver. É necessário fazer do nosso espaço habitual uma praia familiar, onde valorizamos mais o que nos une, onde estamos unidos também no ócio e no lazer.

6. A Praia da Vida
É aquela que, embora sendo acessível a todos, poucos são aqueles que a querem percorrer, porque as marés e as ondas obrigam a constantes paragens, e ninguém gosta de demoras. Enfrentando estes obstáculos tornamo-nos mais pacientes e resistentes. É isto que dá vida à praia.

Destas seis praias qual será a ideal para mim, neste Verão?

Senhora das Neves

5 de Agosto
Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior
Nossa Senhora das Neves
Foi a primeira basílica do Ocidente dedicada à Mãe de Deus, sob a responsabilidade do Papa Sisto III (432-440).
Segundo a lenda Nossa Senhora teria aparecido ao patrício João pedindo-lhe que erguesse uma basílica. Mas onde? Na noite de 5 para 6 de Agosto, em pleno Verão romano, a planimetria da igreja apareceu desenhada por neve no terreno. Assim se construiu a basílica...
Senhora das Neves:
1º - A neve é branca, é pura - É um convite a viver na ureza de coração. Maria é a Imaculada desde a sua concepção. É toda pura... como a neve branca.
2º - A neve serve para conservar as coisas. Maria é aquela que nos ajuda a conservar no nosso coração a palavra de Deus. Na sua companhia o tesouro da nossa fé será conservado, não haverá perigo de se estraviar ou estragar. É Senhora das Neves porque nos guarda, nos mantem unidos e conserva íntegros.
3º - É neve porque cai do céu. Maria é aquela que nos foi dada por Deus Altíssimo. É dom de Deus, vem do alto e para lá nos quer levar.
4º - É neve porque vai derretendo devagar, regando pouco a pouco, saciando com persistência a nossa sede. Maria é aquela que pode saciar a nossa sede de infinito.
5º - É neve porque nos refresca, nos alivia do calor do perigo do inferno. Maria é aquela que nos dá a frescura da vida...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Criancices (14)


Um dia surpreendi uma miúda agarrada ao pescoço da estátua de bronze do Padre Dehon, na entrada do Colégio. De vez em quando, apertando mais, dava-lhe beijos demorados na boca e depois olhava com calma para ele como que a ver qual a sua reacção. Aproximei-me:
- Ó menina, deixa o Padre Dehon em paz. Já viste como ele está todo negro por causa desses apertos.
A miúda fugiu toda envergonhada, não sei se por ter sido apanhada ou se pelos danos causados na estátua.

Vida de Capelão (14)

- Ó Capelão, estou sem dinheiro. Tenho que assaltar a caixa das esmolas da capela.
- Querias?! Daqui apara a frente nunca-gastes tudo.

A Voz do Silêncio

Ano A - XIX Domingo Comum
O Profeta Elias procurava o Senhor e pensava que ia encontrá-lo através de manifestações extraordinárias.
Afinal, Deus estava na brisa ligeira, quase despercebido.
A voz do Senhor fez-se ouvir, não sob os sinais majestosos das teofanias, mas na meditação silenciosa da Sua Palavra inspirada.
Não são as grandes tempestades que levam o agricultor a esperar grandes colheitas;
são as chuvas calmas e constantes que descem ao fundo das raízes.
As grandes chuvadas só estragam e estraçalham as lavouras.
Não são os gritos que fazem os bons amigos;
são a conversa tranquila, as histórias, as recordações.
Não são os vendavais que distribuem o pólen de flor em flor;
são os insectos, as borboletas, as abelhas, na brisa suave.
Não são as discussões que edificam uma família;
são as palavras criteriosas da mãe que entram no coração dos filhos e fazem crescer a paz e o bem no lar.
As melhores preces são aquelas que proferimos em voz calma ou silenciosamente.
O orador que esbraveja não comove.
As grandes ideias não são fruto do barulho mas da reflexão.
"O bem não faz barulho e o barulho não faz bem" - disse o Pe. Dehon (Cadernos Falleur, 26 de Março de 1886).

O Caminho para Ars

4 de Agosto - Memória de São João Maria Vianney - O Santo Cura d'Ars
Quando este santo cura se dirigia a pé para tomar conta da sua Paróquia de Ars encontrou um rapazinho e pediu que lhe indicasse o caminho para Ars. O rapaz, antes de lhe indicar o caminho quis saber quem era ele, qual o seu trabalho, o que vinha fazer para ali, etc.
O novo cura de Ars, disse-lhe simplesmente que era o novo padre e que vinha mostrar àquela gente o caminho para o céu. Então o rapaz concluiu muito depressa:
- Não sei se vai conseguir... Então você nem sabe o caminho para Ars, como é que diz saber o caminho para o céu.
- Então façamos um negócio - conclui o padre - mostra-me o caminho para Ars e eu te mostrarei o caminho para o Céu...
Afinal o caminho era o mesmo... pois foi em Ars que este cura se santificou, e portanto, Ars passou a ser o seu caminho para o céu. Ao mesmo tempo santificou os seus paroquianos, sobretudo através do sacramento da penitência ou da reconciliação de modo que Ars passou a ser também para eles o caminho do Céu.
Tinham razão os dois... O caminho de Ars é o caminho do Céu e o caminho de Ars passou a ser o caminho do Céu.
Quem o Santo Cura d'Ars nos ajude a fazer do nosso caminho o Caminho do Céu...